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HomeOpiniãoPor que só temos duas vacinas em uso até agora?

Reuters | ANVISA

Por que só temos duas vacinas em uso até agora?

Os Estados Unidos vão se afastando a passos largos da condição de epicentro global da pandemia, enquanto o Brasil, com sua vacinação desastrada, vai se credenciando a substitui-lo.

  • 16 Fevereiro, 2021
  • Tereza Cruvinel, em Brasília
  • Posted in Opinião
  • 3

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Se aqui o governo Bolsonaro não demonstra a menor pressa em acelerar a vacinação, lá o que vem fazendo a diferença é o empenho do novo governo: o presidente Joe Biden poderá em breve cumprir a promessa de vacinar 100 milhões de americanos nos primeiros cem dias de governo, se for mantida a média diária de vacinação de 1,6 milhão de pessoas por dia. Com o avanço da vacinação, as médias móveis de mortes e de contaminações nos Estados Unidos já caíram a um terço de 20 de janeiro para cá.

No dia da posse de Biden, 20 de janeiro, morreram 4.380 americanos. No último sábado, foram 3. 373, num declínio que tem se mantido constante nas últimas semanas. O mesmo vale para o número de infectados, que em 8 de janeiro tiveram o pico de 300 mil novos casos. Agora eles variam entre 80 mil e 90 mil novos casos diários.

Aqui, o movimento é inverso. Ontem o consorcio de imprensa registrou a maior média móvel de mortes desde o início da pandemia, 1.105. Quando a quarta-feira de cinzas chegar, teremos atingido as 240 mil mortes e os 10 milhões de casos de infecção.

Os discursos negacionistas e os maus exemplos de Bolsonaro e outras autoridades federais resultaram no comportamento irresponsável de boa parte da população, tal como estamos vendo neste não-carnaval com festas clandestinas e aglomerações em praias, uma delas protagonizada pelo próprio presidente da República, no litoral catarinense, onde aproveitou para fazer propaganda de seus recentes decretos facilitando o armamento da população civil. A negligência social combinada com o atraso e descaso com a vacinação resultam no galope macabro da pandemia, que agora não mata apenas nas grandes cidades, mas também nas pequenas cidades do interior e até na zona rural.

Até o último sábado, 13, pouco mais de 5 milhões de pessoas haviam recebido a primeira dose de vacina contra a Covid-19, o que representa apenas 2,38 da população. Apenas 0,09% receberam a segunda dose. Neste ritmo, a universalização não ocorrerá mesmo antes de 2024, como já previu a Fiocruz.

Afora o fato imperdoável de o governo federal não ter negociado em tempo hábil a compra de vacinas, o passo de cágado acontece também por falta de planejamento e por conta de um conjunto de erros de implementação, que não estariam ocorrendo se o general Pazuello, em sua ignorância sanitária, não tivesse tirado a autonomia operacional do Programa Nacional de Imunizações.

No momento, o Brasil dispõe de apenas metade do lote inicial de 8 milhões de doses da Coronavac e de metade dos 2 milhões de doses da vacina Astrazeneca/Oxford. E como o governo e a Anvisa não parecem dispostos a facilitar o uso de outras vacinas, continuaremos nesta miséria vacinal. Mas por que mesmo o governo dificulta o uso de outras vacinas, para isso acelerar a marcha da vacinação, como fizeram os Estados Unidos e outros países?

Neste momento, o Brasil poderia estar fazendo uso da vacina russa Sputnik V, tal como nossos vizinhos Argentina, Bolívia, Paraguai e México e outros 21 países. Poderia também estar utilizando a vacina Pfizer/BionTech, tal como os Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia. Adotada por 36 países, a Pfzer é a vacina mais usada no mundo, atualmente, à frente da Oxford/Astrazeneca (29 países) e da russa Sputnik V (25 países).

Estranhamente, o governo brasileiro nunca se interessou pela efetiva aquisição das vacinas Pfizer e Sputnik, que neste momento poderiam estar reforçando a vacinação, e com isso evitando mortes, contendo a circulação do virus e tirando a força da pandemia, que depois do não-carnaval com outros tipos de aglomeração ganhará novo impulso.

Em relação à Pfizer, o Ministério da Saúde recusou propostas do laboratório produtor e mentiu ao pais sobre as negociações que sabotou. Tendo feito a opção preferencial por uma única vacina, a Oxford/Astrazeneca, o governo federal só engoliu a compra da Coronavac, fruto da parceria entre o Butantã paulista e o laboratório chinês Sinovac, quando se viu no mato sem cachorro, com a cobrança pela vacina em alta e o ministério não tendo nada a oferecer. Além de engolir a “vaxina do Doria”, como chegou a dizer Bolsonaro, o governo federal providenciou aquele lote de dois milhões doses da Astrazeneca junto à India, só para não explicitar sua dependência do Butantã. Muito esforço em vão, porque o Brasil sabe disso.

O caso da Sputnik V não é menos perturbador. Se a vacina russa, tal como a Pfizer, vem sendo usada por tantos países, porque não poderia já estar sendo usada aqui? Pensando assim, o Congresso incluiu na MP 1003 o dispositivo ampliando de 4 para 9 as agências sanitárias estrangeiras que passariam a ser referências para o país. E estabeleceu que as já vacinas aprovadas por uma delas poderiam ser usadas emergencialmente aqui, mediante aprovação pela Anvisa no prazo de 5 dias. Se tal previsão virasse lei, o problema passaria ser apenas o de comprar as doses. Ainda que Pfizer não pudesse mais nos atender, a Sputinik poderia ser imediatamente fornecida , e começaria a ser produzida aqui mesmo, no Distrito Federal, pela empresa União Química, sediada no Polo JK.

Mas o que fez o governo? Primeiro espalhou que o Congresso só aprovara a apelidada “MP dos cinco dias” para atender ao lobby da União Química, que estaria sendo feito por seu diretor internacional, o ex-deputado Rogerio Rosso, a seu tempo ligado ao Centrão.

Em seguida, o presidente da Anvisa, Barra Torres, foi a Bolsonaro pedir o veto às determinações do Congresso, alegando que o prazo de cinco dias violava a autoridade técnica da agência. E como Bolsonaro deve atendê-lo, divulgando o veto em breve, não teremos a curto prazo a autorização para uso emergencial da Sputnik nem dequalquer outra vacina.

Ouvi o próprio Rosso sobre isso:

Sou diretor internacional da União Química desde 2019 mas inventaram que agora virei lobista da Sputnik V. É obvio que um país que já perdeu mais de 230 mil vidas para a Covid19, um país onde há algumas semanas mais de mil pessoas morrem todos os dias, está precisando de todas as vacinas. É obvio que, por seu atraso na vacinação, o Brasil não sairá de sua situação atual com o uso de apenas uma vacina, até porque, diante da demanda, há restrições na oferta. Tentei mostrar às autoridades, tanto do Executivo como do Legislativo, que a União Quimica está plenamente capacitada para começar a produzir logo a Sputnik V aqui no Brasil, somando-se ao esforço que precisamos fazer. Se brigar pela urgência da vacinação é ser lobista, isso não me incomoda. O que me incomoda mesmo é a criação de barreiras desnecessárias enquanto as pessoas continuam morrendo e o sistema de saúde vai se aproximando de seu limite de atendimento – disse Rosso.

Ontem a Anvisa informou que fará uma visita de inspeção à fábrica da vacina Covaxin (produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech e representada no Brasil pela Precisa Farmacêutica) entre os dias 1 e 5 de março, e à fábrica da União Química, que produzirá a Sputnik, entre os dias 8 e 12 de março. A partir de tais visitas poderá ser concedido às fabricantes o certificado de “boas práticas”, um primeiro passo para a aprovação do uso emergencial dos imunizantes.

Se este é o primeiro passo, podemos bem imagimar que não virá tão cedo a aprovação do uso emergencial das duas vacinas. Continuamos assim dependendo da relação tumultuada entre o Ministério da Saúde e o Butantã, por conta das refregas entre Bolsonaro e o governador tucano João Dória, para a obtenção de mais doses da Coronavac, e do início da produção da Astrazeneca pela Fiocruz, esperado para o final de março.

Diante de tudo o que o governo faz para dificultar o uso de outros imunizantes, não há como não nos perguntarmos: existem interesses obscuros nesta questão ou apenas o impulso necrófilo de Bolsonaro para que a mortande continue?

Nesta altura, quando mais danosa a pandemia, melhor para seu discurso de candidato em 2022: “preciso ser reeleito por que a pandemia quebrou a economia e não me deixou governar”. E haverá quem caia novamente na lábia do genocida.

Como já entendemos, Bolsonaro lamenta muito mais os efeitos econômicos dos que a mortandade trazida pela pandemia.


Jornalistas pela Democracia  |  Texto original em português do Brasil



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Tereza Cruvinel, em Brasília
Tereza Cruvinel, em Brasília

Jornalista, actualmente colunista do Jornal do Brasil. Foi colunista política do Brasil 247 e comentarista política da RedeTV. Ex-presidente da TV Brasil, ex-colunista de O Globo e Correio Braziliense.

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