Diário
Director

Independente
João de Sousa

Domingo, Outubro 6, 2024

Presença de espírito e auxílio

Havia certa vez um homem muito rico que tinha uma grande quantidade de terra e muitas casas e serventes. A sua riqueza era incomensurável. A sua mansão era suficientemente grande para que centenas de pessoas vivessem nela confortavelmente. Contudo, a casa estava se tornando velha. As vigas, as paredes, os pilares, assim como a base, estavam se tornando decadentes, começando a dar sinais de que de um momento para o outro, a casa grande podia desabar. Os filhos desse homem rico, contudo, gostavam de brincar nesta decrépita casa. Um dia irrompeu um incêndio e propagou-se rapidamente por toda a casa, mas os filhos estavam totalmente absortos nas suas brincadeiras, que não faziam a mínima ideia de que um incêndio estava a acontecer.

Quando o homem rico viu o incêndio já a se propagar, gritou aos seus filhos: “Fogo! Fogo! Saiam rapidamente, antes que morram queimados! Rápido!” Contudo, os filhos estavam tão entretidos na brincadeira que não ouviam o aviso do pai, não compreendendo o que ele queria dizer.

O pai estava fora de si, já desesperado, mas como os filhos não o ouviam, decidiu usar uma tática especial. Lembrando-se de que os seus filhos gostavam de coisas curiosas e raras, gritou-lhes:

Tenho algumas coisas raras e maravilhosas para vocês. Se não vierem para as receber, mais tarde se arrependerão. Fora da casa tenho algumas belas carretas*: uma puxada por um carneiro, uma por um veado e uma por um boi. Poderão brincar com elas até se satisfazerem completamente. Agora saiam e venham comigo buscá-las.”

Quando ouviram a promessa do pai, os filhos apostaram entre si para ver quem seria o primeiro a sair da casa em chamas, sendo assim que todos se salvaram do terrível incêndio.

*carro ligeiro de duas rodas para transporte de objetos

Perante situações de desespero e de aflição com que nos deparemos, importante o auto controle que se nos faz útil e imprescindível para socorros imediatos, e em que outros dependem diretamente de nós.

Em muitas circunstâncias da vida, um só gesto nosso salvará alguém de desastre iminente, da mais variada ordem.

Em muitos casos, uma frase da nossa parte representará a segurança de alguém que momentos antes caminhava para a calamidade sem volta.

Não desprezemos assim, jamais, a nossa quota parte, ínfima que seja, ou nos pareça insignificante, no trabalho de auxílio, porquanto tudo aquilo que damos aos outros, na pessoa do próximo, e pelas Leis da vida, é justamente aquilo que a vida nos restitui.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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