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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Rajoy promete retorno à hora TMG

relogio
Assim, Espanha passaria a reger-se pelo meridiano de Greenwich. O actual fuso horário é GMT+1 no Inverno e GMT+2 no Verão.

Para que tal aconteça, é necessário fazer aprovar uma lei de horários de trabalho que incentive as empresas. “É a única forma de mudar uma cultura muito enraizada.

Temos muitos anos de hábito a fazer as coisas de uma forma que nos impede de seguir os ritmos biológicos e de poder levar a cabo outras actividades, diferentes das laborais”, esclareceu ao El Mundo Nuria Chinchilla, professora catedrática e principal defensora desta mudança.

 

Ritmos biológicos vs. Horário do relógio

Os ritmos biológicos a que se refere a docente são os que se regem pela hora solar e não pela do relógio. Em Espanha, por exemplo, janta-se às 22h e os cidadãos não chegam a dormir de seguida as oito horas recomendadas pelos médicos.

Por vezes, devido aos horários de trabalho, as pessoas tomam o pequeno-almoço a meio da manhã, levam duas horas a almoçar e passam toda a tarde no local de trabalho. O jornal espanhol recorda que vários estudos defendem que a semana de trabalho com mais de 55 horas pode causar danos nas artérias do trabalhador, bem como aumentar em 33% o risco de vir a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

Outro aspecto negativo do horário praticado até agora em Espanha é a dificuldade em conciliar vida profissional e vida familiar: “Ser pai agora é um acto de heroísmo: não temos tempo nem energia.

A mulher integra-se num mercado laboral masculino, feito e pensado para os homens. Mas esses homens agora também querem ser pais, e ter uma vida fora do trabalho”, sublinha Chinchilla.

 

E se Espanha adoptasse o horário português?

Um gráfico divulgado pelo El Mundo mostra que, quando comparados com trabalhadores de outros países europeus, os espanhóis eram os últimos a sair do trabalho: cerca das 21h em 2010. Em Portugal e França, a hora de saída em média era às 20h, enquanto os noruegueses, alemães e britânicos saíam às 17h.

Na época de Inverno, o fim da jornada de trabalho acontece entre uma a três horas depois do entardecer, em Itália e Espanha; em Portugal e noutros países o fim do dia de trabalho coincide com o anoitecer. Enquanto os italianos compensam este desfasamento iniciando mais tarde o dia de trabalho, os espanhóis entram ao amanhecer, tal como os franceses e alemães.

O regresso ao meridiano de Greenwich (GMT+0 no Inverno e GMT+1 no Verão) significaria que o nascer do sol em Madrid seria às 07h34 e não às 08h34 como acontece agora. Ou seja, os trabalhadores espanhóis estariam sincronizados com os portugueses e italianos.

Significaria ainda que o pôr-do-sol chegaria às 16h51 e não às 17h51 de Madrid, como acontece actualmente. Mantendo a hora de fim de jornada laboral (entre as 19h e as 21h em Espanha), isso levaria a que os trabalhadores sairiam duas horas depois do entardecer e não quatro horas depois, como sucede.

Para tal,  a lei teria de estabelecer igualmente o fim da jornada laboral entre as 18h e as 20 horas.

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