Exposição de António Sobral até dia 6 de Julho, em Lisboa, na Incubadora da Universidade de Lisboa.
Iluminações poderia ter sido o nome desta exposição que inaugura o 1.º Dia Internacional da Luz, (que muito me honra). Porque cada uma das obras é uma iluminação construída desde as profundezas da pedra, “do intimo da pedra”, como o poema de Pedro Tamén.
A iluminação, na arte como na ciência, constitui o motivo para atingir a verdade. Mas enquanto a racionalidade cientifica procura a verdade sem erro, no acto artístico verifica-se precisamente o contrário. Para dizer a verdade é, por vezes, necessário provocar o erro. É que o erro por necessidade é diferente do erro por ignorância.
Tira-me a luz dos olhos – continuarei a ver-te. Tapa-me os ouvidos – continuarei a ouvir-te. E, mesmo sem pés, posso caminhar para ti Mesmo sem boca, posso chamar por ti.
E, mesmo que faças do meu cérebro uma fogueira,
Continuarei a trazer-te no meu sangue…(Rainer Maria Rilke)
Ser artista significa não calcular nem contar; amadurecer como uma árvore que não apressa a sua seiva e permanece confiante durante a tempestade da primavera, sem o temor de que o verão possa não vir depois. O artista sabe que a aurora se encontra a si própria, independente dos intelectos vesperais.
Então, amigos, como diria Rimbaud: “embrassez l’aube d’été”. Disfrutem The bright side of light
Sobre o autor
António Sobral (1963) fez a instrução primária em Freixo de Numão (Alto Douro), o ensino secundário no Colégio de Lamego e o 12º ano no Porto.
Em 1986, já ISCSP, conclui a licenciatura em Relações Internacionais.
Tem a parte curricular do Doutoramento em Antropologia Social y Politica pela UNED de Madrid.
Além da experiência em Comunicação social, leccionou vários anos no Ensino Superior, no Porto e em Lisboa, a disciplina de Introdução ao Pensamento contemporâneo.
Desde 2005 é o Assessor de Imprensa da Universidade de Lisboa.
O vivo, e vivido, interesse pela Literatura, Filosofia e Fotografia tem sido uma presença indissociável do seu viver, onde a viagem se encontra sempre presente.
Aqui e ali, na paisagem do humano, começa a registar a memória das coisas através do traço pincelado ou não, numa procura de caminhos. Dizem que começou a pintar à espera das horas…
E as fotografias e os desenhos começaram a aparecer sem destino imediato mas apaixonadamente.