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Quarta-feira, Julho 9, 2025

Vai ser criada uma Universidade Popular em Torres Vedras

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

UniversidadePopular
A segunda edição desta iniciativa decorre já este sábado, dia 9, no auditório do Centro de Educação Ambiental, subordinado ao tema “Espaço público, controlo e privatização”.

Esta temática do espaço público, sua gestão e seu usufruto, foi um dos vários assuntos em cima da mesa durante a apresentação do projecto. A Comissão Instaladora Pró Universidade Popular de Torres Vedras é constituída por José Augusto Nozes Pires, Rui Matoso, Jorge Ponce, Ana Mathiotte e Nuno Relvas.

O conceito de universidade popular, ou escolar superior popular ou ainda universidade livre, nasceu da necessidade de fazer chegar o conhecimento aos mais desfavorecidos ou impossibilitados de fazer estudos superiores por qualquer outro motivo.

Foi muito popular em meios republicanos, anarquistas e socialistas ainda durante a monarquia portuguesa e a Primeira República. Uma das primeiras a surgir em Portugal, a Academia de Estudos Livres, nasceu em Lisboa em 1889, passando a designar-se Universidade Popular em 1904. Até ao golpe militar de 1926 ministrou os mais variados cursos, organizou conferências e bibliotecas e publicas dezenas de livros. Com a ditadura acabaram as universidades populares.

A ideia foi retomada após o 25 de Abril de 1974 com a criação da Universidade Popular do Porto, que ainda hoje tem uma extensa actividade. Nozes Pires quer agora levar o conceito para Torres Vedras. Ainda não se sabe se será uma associação ou uma cooperativa, mas certo é que não irá entrar em concorrência com outras entidades já existentes no concelho, como a Universidade da Terceira Idade.

O principal propósito é “estimular o gosto pelo pensamento crítico, promover relações entre os diversos conhecimentos e práticas sociais, aprofundando um percurso ético, estético e político que determine acções transformadoras do indivíduo e do mundo, perspectivando valores e acontecimentos afirmativos no âmbito da vida planetária”.

A comissão instaladora esclarece ainda que estão previstas “a produção de eventos culturais, cafés filosóficos, formações técnicas, actividades de aprofundamento de conhecimentos teóricos com a vivência das práticas, publicações impressas e digitais, bem como outras iniciativas que consolidem modos de denúncia e de resistência frente às engrenagens antidemocráticas que dominam e constrangem a vida em comum”.

Instrumento para levar a cabo esses objectivos é a organização das OMA (Oficinas Móveis de Aprendizagem), que pretendem levar à prática aquilo que é discutido nos encontros e debates. Visam, sobretudo, “consolidar e fazer o progressivo desdobramento das actividades da Universidade Popular de Torres Vedras”.

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