Poemas de Delmar Maia Gonçalves
XVI
As sinuosidades
da estrada
não silenciam
o invisível herói
que mora em mim
pois
abjuro
a raposa feita homem
e recuso a rendição.
XVII
Na poeira
da vida
as marcas de água
não ficam
espalmadas
sem verdades ocultas.
XIII
Ventos do sul
por que me ofereces
uma pátria
podre nas entranhas?
I
No preciso
instante
em que a pátria
se revolve em sangue
calo-me bem alto
e falo-me baixinho!
“Ambição Menor”
Sabeis vós
qual a minha grande ambição?
Ter um lar digno
onde possa dormir e acordar descansado
poder tomar café
todos os dias
ter um emprego
que me permita saciar a fome
arranjar tempo para as letras
e ver os meus filmes favoritos
imaginando-me o herói que não sou!
O quê? É demasiado?
É muita ambição?
Então por certo teremos guerra!!!
“Manjacaze”
Em Manjacaze
há fantasmas
penetrando na noite
perdidos na infinita busca
da memória.
XXI
Não se auguram
sortilégios no lodaçal
adivinham-se relâmpagos.