O governo brasileiro teme que Lula da Silva possa ser preso nas próximas horas
Decisão de um dos membros do Supremo, emitida na passada sexta-feira, suspendeu a posse do ex-presidente como ministro-chefe da Casa Civil, retirando-lhe foro privilegiado e devolvendo o processo ao juiz Sérgio Moro, no âmbito das investigações da Lava Jato, em Curitiba.
A decisão ainda não é definitiva, sendo passível de revisão pelo plenário do Supremo Tribunal Federal/STF, que no entanto só deverá reunir no próximo dia 30, devido às férias da Páscoa.
Até lá, Lula encontra-se vulnerável, podendo ser detido a qualquer momento
Sábado passado, o telejornal do grupo Bandeirantes adiantou mesmo que a prisão de Lula estaria programada para ocorrer esta segunda-feira, o que acentuou ainda mais a preocupação do executivo aqui em Brasília, onde o assunto foi tema dominante ao longo de todo o fim de semana.
Temendo a prisão, os advogados do ex-presidente Lula apresentaram, em conjunto com alguns dos juristas mais renomados do país, um pedido de habeas corpus preventivo ao STF. A possibilidade de Lula ser preso divide opiniões – enquanto opositores saúdam essa possível medida, que gostariam de ver concretizada rapidamente, militantes do PT e simpatizantes do ex-presidente mobilizam-se para se opor a que Lula seja alvo de qualquer arbitrariedade judicial.
Com o país dividido e o clima político ao rubro, temem-se as consequências da eventual prisão daquele que – apesar de tudo – ainda é considerado por 37% dos brasileiros como o melhor presidente do país de todos os tempos.
Há mesmo quem compare a actual situação àquela que, em 1954, levou ao suicídio do então presidente Getúlio Vargas, no culminar de uma campanha de críticas que visavam o seu afastamento.
Seja como for, uma coisa é certa – se não houver nenhuma decisão do Supremo que contrarie a que foi tomada na passada sexta-feira, Lula pode efectivamente ser preso.
As próximas horas serão decisivas.