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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Obras no Conservatório só lá para 2017

Obras no conservatório (Lisboa)

Em início de mais um ano lectivo, a Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN) conseguiu consertar as situações mais críticas que puseram a segurança dos alunos e funcionários em causa no princípio de 2015, mas a solução definitiva para os problemas estruturais do edifício ainda vai demorar a chegar.

Salas encerradas, aulas em corredores, um pátio em perigo de ruir, um auditório com vários problemas funcionais: foram tempos difíceis os que se viveram no início de 2015 na EMCN. “As águas começaram a entrar por tudo o que eram essas zonas da cobertura e começaram a correr por dentro das paredes do último piso e a aparecer no primeiro piso”, conta a directora da escola Mafalda Pernão.

Para além dos problemas da cobertura do telhado que punham em risco a segurança dos alunos e funcionários, há ainda dificuldades ao nível do funcionamento escolar que já existem há bastante tempo, desde que a EMCN inseriu no seu currículo o ensino integrado ao nível do 2º e 3º ciclos: “Têm a ver com a falta de espaço de bar, falta de espaço para os alunos estarem e poderem estudar e terem uma sala para eles, como a falta de condições para a educação física”, explica a directora.

Espaços improvisados

Desde 2008, altura em que a EMCN integrou o ensino curricular do 2º e 3ºciclo que são precisas obras de reestruturação das salas para melhor adequar o que eram espaços de prática de instrumentos para 14 alunos em salas de aulas teóricas para 20 alunos. O espaço dedicado à educação física é também improvisado e a escola não tem um espaço de refeitório onde os alunos possam ter uma refeição quente. Têm apenas vending machines e um microondas para quem traga comida de casa.

Na sequência das cheias do início de 2015 foi feita pela própria escola uma lista das situações mais urgentes a serem resolvidas, a qual foi recebida pela Direcção Geral dos Estabelecimentos Escolares. Esta concedeu um orçamento para reparação desses mesmos espaços. Mafalda Pernão refere que “foi preciso de facto refazer todo o tecto , pintar as salas, voltar a pôr os tectos falsos, dar condições novamente às salas, assim como resolver os problemas da cobertura que tinham feito com que isso acontecesse”. No entanto, a directora admite que esta pode não ser uma solução duradoura: “Só quando chover agora é que vamos ter a certeza”.

Obras de fundo daqui a um ano

Em Agosto, o Ministério de Nuno Crato anunciou a abertura de concurso para o projecto da nova EMCN em Outubro ou Novembro. Contudo, as eleições legislativas de 4 de Outubro poderão renovar o Ministério da Educação e Ciência (MEC). O ministério afirmou ao Tornado que “tendo em conta o estado de conservação que o edifício evidencia, não cremos que a intervenção no Conservatório possa estar dependente de calendários políticos”.

A directora da escola confirma que lhes foram dadas garantias das obras mas prevê que, tendo em conta o período concursal para o projecto elaborado com a Parque Escolar e posteriormente para a empreitada da obra, as obras comecem dentro de dois anos mas mostra-se compreensiva: “Acho que toda a gente compreende e percebe que é um processo que decorre de uma negociação, neste caso de um concurso porque é um edifício público e é uma escola pública”. O MEC disse ao Tornado que “considerando os prazos legais associados aos procedimentos de contratação envolvidos, estima-se que a obra possa vir a iniciar-se no final do próximo ano, com uma duração prevista para a realização dos trabalhos de 18 meses”.

Deslocados com esperança na escola nova

Em relação ao período de obras, a directora refere lhes “ foi dito é que iríamos ter que ser temporariamente deslocados para outra zona e aliás já estão a fazer contas de quanto é que isso também tem de custo” pois para além de mesas e cadeiras das salas teóricas, a EMCN tem muitos instrumentos que terão que ser deslocados e, mais tarde, recolocados na nova escola.

Para além da EMCN, no mesmo edifício funcionam alguma salas da Escola de Dança do Conservatório Nacional, com a qual a Parque Escolar está também em conversações para traçar um projeto de melhoria das instalações, segundo diz Mafalda Pernão.

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