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Terça-feira, Setembro 17, 2024

Coreia do Norte: armas nucleares a postos, anunciou Kim Jong Un

geopolitica-Coreia

Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte, decretou que as armas nucleares de que o país dispõe estejam prontas para serem utilizadas a qualquer momento

A agência noticiosa norte-coreana KCNA, citada pelo site USA Today, reproduziu as palavras do líder, que justificou tal decisão com a intenção de “privar os inimigos de dormirem em paz até ao momento de encontrarem o seu final na terra”. Kim Jong Un invocou “a defesa da soberania da nação” e alegou ameaças externas à Coreia do Norte para exigir a prontidão de tal armamento nuclear.

Esta decisão surge depois de ter sido aprovado, por unanimidade, um conjunto de novas sanções à Coreia do Norte pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O USA Today revela que se trata do mais duro pacote de sanções imposto pelo Conselho de Segurança da ONU em mais de duas décadas, citando John Kerry, Secretário de Estado dos EUA.

Entre outras, as sanções impõem que todos os navios de carga e aviões daquele país sejam inspeccionados antes de entrarem e depois de saírem do espaço aéreo norte-coreano. Estão ainda proibidas as vendas de armamento convencional para o país.

Gabrielle Price, porta-voz para o Gabinete de Assuntos do Extremo Oriente e Pacífico, apelou ao regime de Pyongyang para “refrear acções e retóricas de provocação que agravem as tensões, e em vez disso, aposte em cumprir as suas obrigações internacionais”.

Horas depois da aprovação de tais sanções, a Coreia do Norte disparou vários projécteis de curto alcance para o mar, revelou o ministro da Defesa do país. Na linguagem habitual, a agência KCNA, controlada pelo governo de Kim Jong Un, declarou que tais sanções eram um esforço “dos imperialistas americanos e seus seguidores” para atacar o país através de “pressões semelhantes à de um gangster” na economia e política.

“Todo o povo espera agora pela ordem para combater e aniquilar o inimigo com a sua ira voltada para os imperialistas americanos e o grupo de traidores liderados por Park Geun Hye”, declarou a agência, aludindo ao presidente da Coreia do Sul.

Em Janeiro, a Coreia do Norte anunciara ter detonado com sucesso uma bomba de hidrogénio num local de testes, porém, especialistas norte-americanos duvidam que o país tenha levado a cabo tal experiência. Militares chineses revelaram a especialistas nucleares norte-americanos que se estima existirem 20 armas nucleares no país, e que o regime de Pyongyang produza 10 bombas por ano, de acordo com um relatório publicado no The Wall Street Journal.

Tilman Ruff, um académico da Universidade de Melbourne e defensor do desarmamento nuclear, prestou declarações ao jornal britânico The Guardian; acredita que, apesar das ameaças “beligerantes e temíveis” do regime de Pyongyang, o anunciado programa para desenvolver uma bomba nuclear é mais uma arma política.

“Acredito que os líderes sabem que a resposta militar que se seguiria a algum ataque nuclear em seu nome seria o fim do regime e extinguiria grande parte da população da Coreia do Norte”, frisou. “Eu creio que o programa nuclear deles serve sobretudo para ter atenção política, em particular dos Estados Unidos”, acrescentou Ruff.

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