Poema inédito de Beatriz Aquino
É noite
É noite.
Minha alma canina te segue.
Fareja teu cheiro pelas ruas.
Abana a cauda em tua presença.
Sou fêmea e cio.
São grandes as duas mãos que beijo.
Me pego lambendo a tua pele em adoração.
E meu cheiro ecoa pelas esquinas.
Meu corpo clandestino e pedinte treme ao varar da madrugada.
Amanhã o sol me encontrará envergonhada e curva.
Mas hoje sou tua.
Hoje,
sou a mulher mais bela que já se viu…