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João de Sousa

Quarta-feira, Março 27, 2024

Homenagem a Zeca Afonso

Carlos Luna, em Estremoz
Carlos Luna, em Estremoz
Professor de História, Investigador

Sonetos de Carlos Eduardo da Cruz Luna

Homenagem a Zeca Afonso (1929-1987)

I

Amigo, tu que desanimas agora
perante os contratempos irreais
de quem aqui e sem demora
quer condenar companheiros leais…

Tu, que numa inspirada hora
te ergueste contra os “intelectuais”
que sem ver o mundo lá fora
lutam contra as mudanças fatais!

Tu, que entendeste a dialética
como uma profunda e viva inspiração
que da mudança faz a sua ética;

Tu, que te cansaste pela revolução
mas recusaste concebê-la milimétrica…
Tu, meu amigo, tu tens toda a razão!

(Janeiro de 1982)

II

Tua voz cheg’ aos nossos ouvidos
pur’ e clara como sempre soou
tua morte, mais do que comovidos,
fez-nos herdeiros do que nunc’ acabou!

Das lutas cantadas em tempos idos,
teu empenho em cada um de nós ficou;
teus cantos em nome dos oprimidos
são a parte de ti que p’ra nós ficou!

Cantast« a vid’ em todas as vertentes,
amor p’la tua terra já velhinha,
em baladas de justiça carentes…

A tua músic’ agor’ é já minha,
de todos aqueles qu’ estão cientes
de qu’a razão, eras tu quem a tinha!

(Junho de 2019)


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