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João de Sousa

Domingo, Agosto 31, 2025

José Sócrates no subtexto do Congresso

João de Sousa
João de Sousa
Jornalista, Director do Jornal Tornado

Além do Ministério Público, do Juiz Carlos Alexandre, do Parlamento e do Governo, os Jornalistas também já produzem normas com valor e efeitos legais sob o olhar benevolente daqueles a quem competia em exclusivo essa tarefa.

Portugal é um país realmente evoluído. Agora até os jornalistas já legislam e acabam de eliminar da nossa ordem jurídica o secular princípio da presunção da inocência. Todos os Jornalistas e comentadores das TVs presentes no Congresso do PS referiram-se a José Sócrates como se este já tivesse sido julgado, condenado, esgotado as hipóteses de recurso e existisse uma sentença transitada em julgado a declará-lo culpado do crime de corrupção.

Lobo Xavier, na Quadratura do Círculo, chegou a afirmar com o ar mais seráfico do mundo que Sócrates “tinha um projecto de poder pessoal” como se tivesse descido sobre ele o Espírito Santo, o Celestial não o Ricardo Salgado, iluminando-o com este conhecimento. António Costa não desmentiu nem pestanejou.

Os dirigentes do PS aceitaram responder a perguntas formuladas nestes rigorosos termos. Nem uma voz defendeu as medidas políticas dos seus dois governos das quais têm, todavia, retirado bastantes dividendos: estou a pensar na Educação e na Ciência, nas Novas Oportunidades, nas Infraestruturas, nas Energias Renováveis e no Simplex, para mencionar apenas algumas. 

Eu tenho uma convicção diferente. Perguntei directamente a José Sócrates o que pensava acerca da corrupção e das acusações que contra ele impendiam e ele respondeu-me com grande indignação que era visceralmente contra a corrupção e contra os corruptos.

Até haver uma decisão de um tribunal superior transitada em julgado é o que tenho como verdadeiro.

E é o que todos sabem. Tudo o mais é abuso de poder, difamação, abuso de liberdade de imprensa.

Para este efeito não relevam sequer, como claramente o afirmou Manuel Alegre na sua intervenção mas que todos fingiram não ouvir, os tão apregoados julgamentos morais só servem para bloquear o conhecimento. Viver com dinheiro emprestado por um amigo, dois anos depois de deixar o Governo, não é da conta de mais ninguém a não ser dos próprios.

O Julgamento político já foi realizado pelos eleitores, os únicos que detêm essa prerrogativa de modo absoluto. Aguardemos.

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