Poema inédito de Olga Santos
Embrulhei o passado
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Embrulhei o passado
Em papel de seda
Acomodei-o em esponsal leito
Bordado a linho antigo
E onde outrora os sonhos
Embalavam as noites brancas
Fechadas foram
Para sempre
As portadas
Que cegavam para a madrugada
Orei a um
Ignoto Deo
Pelo sonho de Verlaine
Despi a esperança
Vesti o desespero
E adormeci abraçada
Ao papel de seda
Amarrotada
Por Olga Santos
Ilustração: Dreams of Camelot, de Josephine Wall