Poema inédito de Rui Miguel Duarte
O sol expede raios de dentro
os teus recantos são a sua derradeira umbra
quando me falta tudo neles encontro
a busca pela manhã,bastaria
uma crina de cavalo, a folha larga
de uma palmeira para esconder
o frio, um frio tanto
que já nada arrefece,pois pode a noite ser mais negra?
e no entanto os teus recantos falam
de um além, de montes sem cume
de praias que perderam as rochas
de um meio-dia permanente nos teus lábiose tudo isso — dizem — é o sol que dá,
que dentro dele, lá onde o teu coração arde,
encontro a busca e a manhã,
a vida e o vivê-la,O sol expede raios de dentro
os teus recantos são a sua derradeira flama