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João de Sousa

Sábado, Setembro 21, 2024

Desinvestimento no ensino e na educação em Portugal

Eugénio Rosa
Eugénio Rosa
Licenciado em economia e doutorado pelo ISEG

Apesar da baixa escolaridade gerar miséria e ser um obstáculo ao desenvolvimento do país, e fragilizar a economia tornando mais difícil enfrentar crises como a atual, tem-se assistido a um desinvestimento no ensino e na educação em Portugal por parte dos governos como mostramos neste estudo utilizando apenas dados oficiais.


Estudo

Portugal, um país que desinveste na educação e no ensino apesar de 47,6% da população e 43,4% dos trabalhadores com emprego terem apenas o ensino básico ou menos, quase o dobro da média da U.E.

 

Dados para reflexão e debate

 

Explicação/ justificação para a divulgação desta informação sobe o investimento no ensino em Portugal

A direção da Federação Nacional do Professores (FENPROF), a quem agradeço, convidou-me para fazer uma intervenção durante a reunião do seu Conselho Nacional, sobre “O INVESTIMENTO NO ENSINO E NA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL”. São precisamente os “slides” que utilizei nessa intervenção que agora divulgo.

  • E decidi divulgar estes “slides” porque contêm um conjunto de dados todos oficiais, cuja fonte indicamos, dispersos em várias publicações oficiais por isso de difícil acesso, que mostram de uma forma clara a baixa escolaridade de uma percentagem ainda muito significativa quer da população total quer da população empregada em Portugal, muito superior à média dos países da União Europeia (a população total com o ensino básico ou menos é, em Portugal, praticamente o dobro da média dos países da U.E.) e as suas consequências que poderão ser úteis a todos que se interessam pela situação do ensino no nosso país. Esperamos que o sejam pois deu muito trabalho reuni-los em 18 slides
  • A baixa escolaridade de uma percentagem significativa da população portuguesa quer total quer mesmo empregada, por um lado, está associado a um tipo de economia cujo perfil dominante é a de emprego pouco qualificado e com baixa produtividade constituindo um obstáculo à criação de uma economia desenvolvida; por outro lado, determina baixos salários e baixas condições de vida para milhões de portugueses e, finalmente, quando se verifica uma crise, como foi a causada pela ação da “troika” e a atual, assiste-se à destruição maciça fundamentalmente dos empregos ocupados por trabalhadores com baixa escolaridade, sendo muitos deles excluídos definitivamente do mercado de trabalho. A crise não é igual para todos mesmo nesta área.
  • Apesar da baixa escolaridade gerar miséria e ser um obstáculo ao desenvolvimento do país, e fragilizar a economia tornando mais difícil enfrentar crises como a atual, tem-se assistido a um DESINVESTIMENTO NO ENSINO E NA EDUCAÇÃO em Portugal por parte dos governos como mostramos neste estudo utilizando apenas dados oficiais.

 

EM 2019, 47,6% DA POPULAÇÃO DE PORTUGAL AINDA TINHA APENAS O ENSINO BÁSICO OU MENOS, QUANDO A MÉDIA DOS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA ERA 24,9%, OU SEJA, CERCA DE METADE

Escolaridade % população com ensino básico ou menos % população com ensino secundário e pós secundário % população com ensino superior
Regiões / países U.E. – 28 países Zona Euro – 19 países Portugal U.E. – 28 países Zona Euro – 19 países Portugal U.E. – 28 países Zona Euro – 19 países Portugal
2010 30,8 34,6 67,3 69,2 65,4 32,7 22,8 22,7 13,9
2011 29,7 33,3 64,2 70,3 66,7 35,8 23,7 23,5 15,5
2012 28,8 32,5 61,6 71,2 67,5 38,4 24,6 24,2 16,7
2013 27,9 31,4 59,4 72,1 68,6 40,6 25,4 25,0 17,6
2014 27,5 30,8 56,3 72,5 69,2 43,7 26,0 25,3 19,7
2015 26,9 30,3 54,4 73,1 69,7 45,6 26,7 25,9 20,7
2016 26,5 29,8 52,9 73,5 70,2 47,1 27,3 26,5 21,5
2017 26,0 29,3 51,7 74,0 70,7 48,3 27,9 27,1 21,7
2018 25,5 28,7 49,8 74,5 71,3 50,2 28,7 27,9 22,5
2019 24,9 28,0 47,6 75,1 72,0 52,4 29,5 28,7 23,8
Fonte: Eurostat

 

 

APESAR DA BAIXA ESCOLARIDADE DE UMA PARTE SIGNIFICATIVA DA POPULAÇÃO EM PORTUGAL A DESPESA POR ALUNO EM DÓLARES PPA NO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO NO PAIS É MUITO INFERIOR À MÉDIA DOS PAÍSES DA OCDE E DA UNIÃO EUROPEIA -2017 -FONTE : Regards sur l´Education 2019 – OCDE

 

EMBORA UMA PERCENTAGEM IMPORTANTE DA POPULAÇÃO DO NOSSO PAÍS TENHA BAIXA ESCOLARIDADE, A TAXA DE CRESCIMENTO DA DESPESA COM TODOS OS NÍVEIS DE ENSINO FOI NEGATIVA (inferior a zero) ENTRE 2012 E 2016, COMO REVELAM OS DADOS DA OCDE -”Regards sur l´ Education 2019

 

APESAR DA BAIXA ESCOLARIDADE SER AINDA DOMINANTE EM PORTUGAL, A DESPESA PÚBLICA INVESTIDA NO PRÉ- ESCOLAR, NOS ENSINOS BÁSICO, SECUNDÁRIO E SUPERIOR, E NA CIÊNCIA, MEDIDA EM PERCENTAGEM DO PIB, TEM DIMINUÍDO DE UMA FORMA CONTINUA NO NOSSO PAÍS: entre 2010 e 2020 foi reduzida pelos sucessivos governos de 5,3% do PIB para apenas 4,2% PIB (e um corte de 1,1 pontos percentuais como se verificou corresponde a menos 2.300 milhões € para este nível de ensino)

 

 

SE A ANALISE FOR FEITA EM VALOR (em euros), ENTRE 2010 E 2020, A DESPESA PUBLICA COM TODOS NÍVEIS DE ENSINO E COM A CIÊNCIA DIMINUIU EM PORTUGAL MESMO A PREÇOS CORRENTES EM 167,8 MILHÕES €, MAS A REDUÇÃO A PREÇOS CONSTANTES DE 2010 (deduzindo o efeito do aumento de preços entre 2010 e 2020) ATINGIU 1.072 M2 MILHÕES € (-11,3%). DESINVESTINDO DESTA FORMA NO ENSINO SERÁ IMPOSSÍVEL QUE O PAÍS DIMINUA A BAIXA ESCOLARIDADE E SE DESENVOLVA

Ano Pré-escolar, ensinos básico, secundário, superior e ciência
(Milhões €)
2010 9 459,4
2011 8 583,7
2012 8 182,4
2013 8 524,9
2014 8 445,2
2015 8 038,9
2016 7 966,9
2017 8 513,8
2018 8 614,2
2019 8 906,8
2020 9 291,6
2010/2020 a preços correntes -167,8
2020 a preços constantes de 2010 (após ter deduzido o efeito do aumento de preçoss entre 2010 e 2020) 8 387,2
2020/2010 a preços constantes de 2010 -1 072,2
Fonte: Relatórios do Orçamento do Estado – 2010/2010 – Ministério das Finanças

 

 

COMO CONSEQUÊNCIA DO DESINVESTIMENTO PUBLICO NA EDUCAÇÃO E NO ENSINO EM PORTUGAL, EM 2019, AINDA 43,4% DA POPULAÇÃO EMPREGADA TINHA APENAS O ENSINO BÁSICO OU MENOS. São os empregos ocupados por trabalhadores com ensino básico que sofrem maior destruição durante as crises (entre 2011 e 2015, com apolítica da “troika” foram destruídos 631.000 empregos ocupados por trabalhadores com o ensino básico, enquanto os outros cresceram – dados do INE no quadro)

Anos Com ensino básico
Milhares
Com ensino secundário
Milhares
Com ensino superior
Milhares
Emprego total
Milhares
Básico % do total Secundário % do total Superior % do total
2011 2 913 935 891,8 4 740 61,5% 19,7% 18,8%
2012 2 671 950 926 4 547 58,7% 20,9% 20,4%
2013 2 474 1 010 945 4 429 55.9% 22,8% 21,3%
2014 2 343 1 081 1 076 4 500 52,1% 24,0% 23,9%
2015 2 282 1 133 1 133 4 549 50,2% 24,9% 24,9%
2016 2 227 1 182 1 196 4 605 48,4% 25,7% 26,0%
2017 2 264 1 260 1 233 4 757 47,6% 26,5% 25,9%
2018 2 234 1 329 1 304 4 867 45,9% 27,3% 26,8%
2019 2 134 1 405 1 374 4 913 43,4% 28,6% 28,0
20112015 -631 198 242 -191 -11,3% 5,2% 6,1%
2015-2019 -149 272 241 364 -6,7% 3,7% 3,1%
2011-2019 -776 470 482 173 -18,0% 8,9% 9,2%
Fonte: Inquérito ao emprego 2011/2019 – INE

 

 

IDÊNTICA SITUAÇÃO JÁ VERIFICOU-SE NA CRISE ATUAL (COVID 19), A MAIOR PARTE DO EMPREGO QUE JÁ FOI DESTRUÍDO ERA OCUPADO POR TRABALHADORES DE BAIXA ESCOLARIDADE: dos 135.000 empregos destruídos no 2º Trimestre 2020, 132.000 (97,7%) eram ocupados por trabalhadores com o ensino básico ou menos. Por idades, são os jovens até aos 24 anos os mais atingidos com o desemprego (50.000)

Portugal Valor trimestral 2T 2020 – 2T 2019 2ºT 2020 – 1ºT 2020
2T – 2019 3T – 2019 4T – 2019 1T – 20202 2T – 20202
Milhares de indivíduos
População empregada – Total 4 917 4 948 4 908 4 866 4 731 -186 -135
Até ao básico – 3.º ciclo 2 143 2 138 2 112 2 061 1 929 -214 -132
Secundário e pós-secundário 1 384 1 449 1 422 1 421 1 380 -4 -41
Superior 1 390 1 361 1 374 1 384 1 422 32 38
População empregada por grupo etário
Dos 15 aos 24 anos 296 320 304 290 241 -55 -50
Dos 25 aos 34 anos 949 939 921 913 882 -67 -31
Dos 35 aos 44 anos 1 299 1 286 1 281 1 274 1 241 -59 -33
Dos 45 aos 64 anos 2 108 2 139 2 149 2 137 2 119 11 -18
Fonte: INE, inquérito ao emprego – 2.º trimestre de 2020

 

 

O DESINVESTIMENTO NO PRÉ-ESCOLAR, NO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO EM PORTUGAL É VISÍVEL TAMBÉM NA REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DE PROFESSORES DESTES NÍVEIS DE ENSINO: entre 2011 e 2015, o numero de professores do pré-escolar e do ensino básico e secundário foi reduzido pelo governo de Passos Coelho em 22.001 e, no fim de 2019, o numero de professores ainda continuava a ser inferior ao de 2011 em 15.020

Subsectores Cargo / Carreira / Grupo 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2011-2015 2015-2019 2011-2019
31 dez 31 dez 31 dez 31 dez 31 dez 31 dez 31 dez 31 dez 31 dez
Admin. públicas Total 727 785 699 901 674 927 656 376 659 144 664 168 669 321 683 217 698 522 -68 541 39 378 -29 263
Doc. ens. univers. 13 997 13 851 13 871 13 708 13 977 14 338 14 686 14 949 15 241 -20 1 264 1 244
Doc. ensino sup. politécnico 9 694 9 371 8 946 8 895 8 870 9 339 9 724 10 120 10 470 -824 1 600 776
Edu. infâ. e doc. ens. básico / secund. 151 170 137 539 12 411 128 084 12 169 132 293 134 046 134 368 136 150 -22 001 6 981 -15 020
Admin. central Total 551 379 529 698 509 554 497 146 502 502 506 853 509 875 527 766 527 766 -48 877 25 264 -23 613
Pes. inves. científica 1 815 1 728 1 600 1362 1 347 1 385 1 490 1 678 3 438 -468 2 091 1 623
Doc. ens. univers. 13 997 13 851 13 871 13 708 13 977 14 338 14 949 15 241 18 241 -20 1 264 1 244
Doc. ens. sup. politécnico 9 694 9 371 8 946 8 895 8 870 9 339 9 724 10 120 10 470 -824 1 600 776
Edu. infâ. e doc. ens. básico / secund 138 119 124 773 117 124 115 945 117 228 120 290 122 101 122 582 124 445 -20 891 7 217 -13 674

 

 

A DESPESA DE FUNCIONAMENTO COM O ENSINO BÁSICO E COM O SECUNDÁRIO, a preços correntes, DIMINUIU, ENTRE 2010 E 2020, EM 1726,9 MILHÕES € (-25,8% ) E AS DESPESAS COM PESSOAL FORAM REDUZIDAS EM 512,8 MILHÕES € (-9,7%). A PREÇOS CONSTANTES DE 2010 (após a dedução do aumento de preços) A REDUÇÃO NAS DESPESA DE FUNCIONAMENTO ATINGIRAM 2.211 MILHÕES € (-33%) E AS COM A PESSOAL DIMINUIRAM EM 974,6 MILHÕES € (-18,5%) . O desinvestimento no ensino básico e secundário no nosso país é claro e tem consequências dramáticas

Ensino básico e secundário PIB preços mercado milhões € Em % do PIB
Anos Funcionamento sentido restrito Milhões € Despesas com Pessoal Milhões € Despesas de funcionamento Despesas com pessoal
2010 6 705,5 5 262,0 179 611 3,7% 2,9%
2011 5 146,1 4 787,0 176 096 2,9% 2,7%
2012 4 498,1 nd 168 296 2,7%
2013 6 038,1 5 654,1 170 492 3,5% 3,3%
2014 4 783,2 3 797,0 173 054 2,8% 2,2%
2015 4 545,9 3 947,5 179 713 2,5% 2,2%
2016 4 346,6 4 086,3 186 490 2,3% 2,2%
2017 4 915,4 4 274,3 195 947 2,5% 2,2%
2018 4 914,1 4 407,5 204 305 2,4% 2,2%
2019 5 247,1 4 607,3 212 319 2,5% 2,2%
2020 4 978,0 4 749,2 219 384 2,3% 2,2%
2010/2020 – a preços correntes -25,8% -9,7% 22,1% -39,2% -26,1%
2020 – a preços de 2010 – M € 4 494,5 4 287,4 198 053
2010/2010 – a preços de 2010 – Var. em % -33,0% -18,5% 10,3%
Fonte: Relatório do Orçamento de Estado – 200-2020

 

 

ENTRE 2010 E 2019, A DESPESA PUBLICA COM O FUNCIONAMENTO DO ENSINO BÁSICO E SECUNDÁRIO POR ALUNO DIMINUIU, A PREÇOS CORRENTES, -3,1% MAS A PREÇOS CONSTANTES DE 2010 (após a dedução do aumento de preços entre 2010 e 2019) DIMINUIU EM 566€ POR ALUNO (-12,1%), POIS PASSOU DE 4.657€ PARA APENAS 4.091€/ano

Anos Alunos: ensino básico + secundário Despesas total/ aluno Despesa funcionamento/ aluno
2010 1 440 005 4 996 € 4 657 €
2011 1 283 036 4 981 € 4 011 €
2012 1 322 831 4 836 € 3 400 €
2013 1 274 956 4 903 € 4 736 €
2014 1 234 154 5 059 € 3 876 €
2015 1 224 060 4 841 € 3 714 €
2016 1 187 522 4 921 € 3 660 €
2017 1 183 376 5 371 € 4 154 €
2018 1 176 863 5 387 € 4 176 €
2019 1 163 413 5 658 € 4 510 €
Var. 2010/ 2019 -19,2% 13,2% -3,1%
2019 pk – 2010 5 133 4 091
Var. 2010/2019 2,7% -12,1%
Fonte: Relatório O. E. 200/ 2019 – Ministério das Finanças

 

DESPESA PÚBLICA COM EDUCAÇÃO E ENSINO POR HABITANTE também diminuiu entre 2011 e 2019 quer em valores nominais quer a preços constantes de 2011

Anos Despesa funcionamento/ aluno
2011 746,2 €
2012 629,8 €
2013 679,8 €
2014 667,7 €
2015 652,2 €
2016 695,1 €
2017 707,7 €
2018 720,4 €
2019 731,8 €
2019 pk 2011 702,0 €
2011-2019 (pk 2011) -5,9%
Despesas do Estado em educação: execução orçamental per capita
Fontes de dados: DGO/MF – Relatório/publicação “Conta Geral do Estado”
INE – Estimativas Anuais da População Residente
Fonte: PORDATA

 

 

REMUNERAÇÃO MÉDIA MENSAL ILÍQUIDA E GANHO MÉDIO MENSAL ILÍQUIDO DE TODOS OS TRABALHADORES E DOS DOCENTES NA FUNÇÃO PÚBLICA ENTRE 2011 E 2019 (antes das deduções IRS, CGA/SS, ADSE e também antes de deduzir o efeito corrosivo do aumento de preços)

Cargo / carreira / grupo Remuneração base media mensal Ganho médio mensal Variação RBMM Variação GMM
2011 (antes do corte de Sócrates) Out 2015 Out 2019 2011 (antes do corte de Sócrates) Out 2015 Out 2019 2011/ 2015 2015/ 2019 2011/ 2019 2011/ 2015 2015/ 2019 2011/ 2019
Total (AP’S) 1 445 € 1 402 € 1 501 € 1 660 € 1 620 € 1 760 € -2,9% 7,0% 3,9% -2,% 8,7% 6,0%
Técnico superior 1 677 € 1 622 € 1 648 € 1 833 € 1 779 € 1 826 € -3,3% 1,6% -1,7% -2,9% 2,6% -0,4%
Pessoal de investigação cientifica 3 323 € 3 124 € 2 677 € 3 428 € 3 243 € 2 794 € -6,0% -14,3% -19,4% -5,4% -13,8% -18,5%
Docente ensino universitário 3 558 € 3 277 € 3 560 € 3 667 € 3 387 € 3 690 € -7,9% 8,6% 0,1% -7,6% 8,9% 0,6%
Docente ensino superior politécnico 2 925 € 2 814 € 3 146 € 3 044 € 2 930 € 3 278 € -3,8% 11,8% 7,5% -3,7% 11,9% 7,7%
Edu. infância e doc. ens. básico/secund. 2 056 € 1 969 € 2 071 € 2 145 € 2 077 € 2 192 € -4,2% 5,2% 0,8% -3,2% 5,6% 2,2%
Fonte: DGAEP – SIOE (dados disponíveis em 31-01-2020); DGAEP – DIOEP – Ministério do Estado e da Administração Pública

 

 

O PODER DE COMPRA DA REMUNERAÇÃO MÉDIA BASE LIQUIDA DOS PROFESSORES DIMINUIU 12,9% ENTRE 2011 E 2019 (passou de 1419€ para 1236€), E PODER DE COMPRA DO GANHO MÉDIO LIQUIDO DOS PROFESSORES FOI REDUZIDO EM 11,7% (passou de 1458€ para 1287€) TAMBÉM ENTRE 2011 E 2019 SEGUNDO DADOS DIVULGADOS PELA DGAEP DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Cargo / carreira / grupo Edu. infância e docentes ens. básico /secundário – Valores iliquidos Valor a deduzir de IRS Valor a deduzir CGA / Seg. Social Valor a deduzir ADSE Dedução IPC (aumento preços) Remuneração ou ganho liquido a preços de 201 (poder de compra) Variação no poder da RBMM e GMM entre 201 e 2019
Remuneração base media mensal 2011 (antes do corte de Sócrates) 2 056 € 380 € 226 € 31 € 0% 1 419
Out. 2015 1 969 €
Out. 2019 2 071 € 458 € 228 € 72 € 6,3% 1 236 -12,9%
Ganho médio mensal 2011 (antes do corte de Sócrates) 2 145 € 418 € 236 € 32 € 0% 1 458
Out. 2015 2 077 €
Out. 2019 2 192 € 506 € 241 € 77 € 6,30% 1 287 -11,7 %

 

 

QUANTO MAIS BAIXA É A ESCOLARIDADE MAIS BAIXA É A REMUNERAÇÃO RECEBIDA EM MÉDIA PELO TRABALHADOR, O QUE DETERMINA QUE SÃO MAIS DIFÍCEIS AS SUAS CONDIÇÕES DE VIDA: segundo a OCDE , em Portugal um trabalhador com o ensino básico ganha em média apenas o correspondente a 76% daquilo que ganha um trabalhador com o ensino secundário e apenas 55% do ganho médio de um trabalhador com o ensino superior

Rendimentos dos trabalhardes empregados segundo o nível de escolaridade
2017 – Adultos 15-64 – Base que serve de comparação: Secundário = 100
correlação entre o nível de remuneração do trabalhador e o nível de produtividade (riqueza)

Países / regiões Ensino básico Secundário Superior
Portugal 76 100 169
OCDE – média 79 100 157
U. E. 23 – média 81 100 152
Fonte: regards sur l’education 2019 – OCDE

 

 

O GANHO MÉDIO MENSAL DOS TRABALHADORES DO SETOR PRIVADO DEPENDE MUITO DO NÍVEL DE ESCOLARIDADE: quanto mais elevado é o nível de escolaridade maior é o ganho médio que inclui tudo o que o trabalhador recebe. É necessário elevar o nível de escolaridade em Portugal para que milhões de trabalhadores possam ter acesso a melhores condições de vida e para os proteger de crises futuras

Níveis de escolaridade Ganhos médios dos trabalhadores do setor privado em 2018 Percentagem em relação ao ganho médio do trabalhador com o ensino secundário (base=100 Percentagem em relação ao ganho médio de todos os trabalhadores do setor privado (base=100
Total /ganho médio de todos os trabalhadores)  

1 170 €

 

 

 

100,0%

Inferior ao 1º ciclo de ensino básico 768 € 70,1%  

65,6%

2º ciclo do ens. básico 842 € 76,8% 71,9%
3º ciclo do ens. básico 881 € 80,4% 75,3%
1º ciclo do ens. básico 921 € 84,1% 78,7%
Ensino Secundário 1 095 € 100,0% 93,6%
Ens. pós secund. não super. de nível IV 1 167 € 106,5% 99,7%
curso técnico superior profiss. 1 043 € 95,3% 89,2%
bacharelato 1 841 € 168,1% 157,3%
Licenciatura 1 852 € 169,0% 158,2%
Mestrado 1 826 € 166,7% 156,1%
Doutoramento 2 616 € 238,7% 223,5%
Fonte: Quadros de pessoal (setor privado) – 2018 – Ministério do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social

 

 

UMA ESTIMATIVA DA RIQUEZA PERDIDA PELO PAÍS EM 2018 DEVIDO À BAIXA ESCOLARIDADE DE 2.233.700 PORTUGUESES COM APENAS O ENSINO BÁSICO OU MENOS EM 2018: menos 20.726 milhões € de riqueza produzida (PIB) em 2018

Designação Empregado com ensino básico Empregado com ensino secundário Empregado com ensino superior
Ganho médio 2018 (quadros pessoal 2018) 833 € 1 095 € 1 852 €
Ganho: base : secundário = 100 76 100 169
PIB/ mês / empregado => ganho médio = 34% PIB 2 449 € 3 222 € 5 446 €
PIB / anual /empregado (a preços 2018) 29 384 € 38 663 € 65 350 €
Total emprego 2 233 700 1 329 000 1 304 000
PIB anual – 2018 65 635 272 054 € 51 383 517 882 € 85 216 706 824 €
Perda PIB a preços 2018 devido baixa escolaridade da população empregada (46% tinha apenas ensino básico) Perda/ Empregado/ básico por baixa escolaridade (riqueza não criada) 9 279 € 20 726 928 017 €
Fonte: Quadros Pessoal 2018 – GEE – MTSS e Inquérito ao Emprego 2018 – INE

 



 

 


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