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João de Sousa

Segunda-feira, Março 18, 2024

Reversão politica civilizacional

Por populismo, em “linguagem” corrente usada nos meandros dos agentes políticos, entende-se o uso de terminologia popular ao sabor do ouvido do cidadão comum em torno de motivos aleatórios que funcionam como sendo o centro das clivagens e divergências populares geradores de rivalidade individual ou de consenso entre um determinado grupo contra outro grupo, um pouco à semelhança de claques ou de gangues.

Sabemos que os núcleos duros partidários afetos à direita politica usam as assimetrias sociais e as fissuras estruturantes implementadas no ego dos mais pobres  económica e culturalmente para escalar o populismo nos segmentos onde predomina: a xenofobia; a divergência simples e grave; a criminalidade; mas também a reversão civilizacional nomeadamente no domínio dos comportamentos sociais em geral em prejuízo da igualdade de género; da orientação sexual; e outros; de forma a que a instabilidade geradora de um clima de medo paire sobre os povos, e a concentração da riqueza lhes permita o poder absoluto que dita a sobrevivência da espécie num cenário caótico de instabilidade social e da segurança mundial que raia perigosamente o confronto nuclear.

Mas também sabemos que os núcleos duros partidários afetos à esquerda usam a mesma fragmentação social em outros domínios como o são os direitos liberdades e garantias consagradas na Carta Internacional dos Direitos Humanos como arma na justa medida em que entendem que se não for pela via da exigência social nunca conseguirão um maior equilíbrio na justiça social naquilo que toca, segundo os próprios, à distribuição da riqueza produzida, mas também, a um modelo mais racional de exploração, transformação e consumo de todos os produtos naturais assim como a sua propriedade.

Nesta senda, a atual organização social assenta em modelos políticos diferentes sustentados por organizações politicas, mesmo nos casos em que as doutrinas religiosas ou tribais estão na sua génese, num tempo em que a globalização faz tremer esse modelo de poder e que, para que os interesses se mantenham no exercício dos diversos poderes, no atual contexto geopolítico estratégico, uma das suas armas preferidas seja o descrédito da classe política oriunda da disputa partidária que só assume o poder depois de sufragada e, em sintonia com os resultados eleitorais, assim como o extermínio da política enquanto ciência no domínio da organização das sociedades.

Infelizmente, o sucesso desta estratégia tem sido crescente com os efeitos conhecidos de empobrecimento continuo das populações; a instabilidade dos mercados; a guerra; a devastação das florestas (Amazónia); a poluição desenfreada dos oceanos; o degelo; entre outros, tão só porque para se ser poder basta ter o controlo das ferramentas económicas e financeiras que condicionam a vida das pessoas. E, assim, às lideranças mundiais chega a mediocridade populista, a extrema direita oligarca, pantanosa e, analfabeta.

Perante este cenário conjuntural o retrocesso civilizacional imposto por manipulação dos mecanismos que coloca no poder indivíduos sem carater e por isso altamente perigosos para a sobrevivência da Humanidade é um facto com evidencias catastróficas para o Ser Humano.

É neste contexto que, no plano nacional, assistimos a um ataque cerrado ao Partido Socialista com o objetivo claro de gerar condições de pressão sobre o Sr. Presidente da Republica no sentido da dissolução da atual Assembleia da Republica, e a consequente convocação de eleições legislativas antecipadas, como vem sendo manifestado por comentadores e agentes políticos, e dessa forma tentarem colocar na governação uma coligação de direita e de extrema direita que nos colocará a todos numa situação económica mais difícil e de dependência extremamente perigosa de liberdade amordaçada e democracia condicionada. Circunstância conjuntural transversal aos mais diversos países.

Ou seja; muito há a fazer para que o futuro das civilizações não seja colocado em causa!

Importa por isso que todos os agentes políticos locais do cumpram a sua missão de servir as populações respondendo com a maior eficácia possível procurando minimizar os efeitos nefastos, no atual contexto, com a convicção de que o futuro será melhor, sendo que, para concretizar esse objetivo as organizações politicas  devem alargar a sua ação no terreno em dialogo permanente com as suas bases e as populações em geral; delinear métodos de trabalho em articulação com todas as forças vivas da região de forma a credibilizar a atividade politica e a envolver nos painéis das soluções todos aqueles interessados em colaborar com o seu trabalho abnegado. Homens, mulheres e jovens.

Em suma; entrosar as organizações políticas das pessoas para resolverem os problemas das pessoas.

Cabe também, na sequência deste trabalho que tem de ser feito, aos responsáveis políticos locais, fazer chegar aos Órgãos decisores de cada partido, os problemas com que o País real se confronta e quais as soluções que cada Distrito preconiza. Para as diretrizes de políticas nacionais transversais devem os diversos agentes eleitos auscultar e veicular a opinião coletivamente coligida.

Como é obvio o resultado nacional resulta do somatório daquilo que se passa com o coletivo individual assente na organização administrativa do Estado que tem nos Municípios os seus eixos propulsores para um desenvolvimento sustentável.

A nossa cidade de Braga espelha toda esta realidade, inclusive a governação de uma coligação de direita, que parou no tempo desde que essa direita ganhou o poder. Um cenário que urge mudar, tanto na forma como no conteúdo.

Na forma, transmitindo ao eleitorado a credibilidade política necessária para que participem com o seu voto na escolha dos mais capazes para gerir a cidade. No conteúdo, dinamizando a intervenção e a interação entre as pessoas nos seus diversos meios sociais.

Porque, só credibilizando os agentes políticos e os partidos que representam se conseguirão condições propicias à melhoria das condições de vida no presente e no futuro. Como é obvio, cabe aos citados partidos políticos, reformar as metodologias de progressão interna e de eleição para candidatura a cargo publico, dos seus agentes.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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