Para o ultra-liberal Schäuble, a decisão tomada pela CE de dar mais tempo aos países da Península Ibérica para reduzirem os seus défices “não contribui para impulsionar a confiança” na Europa.
Em declarações à Bloomberg, à saída de uma reunião do Ecofin, esta quarta-feira, 25 de Maio, Schäuble deu azo às suas críticas publicamente. Recorde-se que a CE adiou, na passada semana, a aplicação de sanções a Portugal e Espanha, para depois do Verão. As sanções serão aplicadas, segundo a Comissão, caso Portugal não apresente, já este ano, novas medidas para corrigir o seu défice, e Espanha não faça o mesmo até final do ano que vem.
No entanto, a CE prometeu voltar a analisar o assunto no próximo mês de Julho, após as eleições em Espanha.
França com défice de 3,6% escapa a sanções
Na mesma linha, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, já havia, um dia antes, alertado Portugal para o “trabalho árduo” a fazer, acrescentando que as sanções aos vizinhos ibéricos são “absolutamente uma possibilidade”.
Na base das sanções, estará o facto de o défice português ter ficado acima dos três por cento, definidos nas regras europeias. Refira-se, a propósito, que, a 17 de Maio, o instituto de estatística francês reviu em alta o défice orçamental daquele país, em 2015, de 3,5 para 3,6 por cento do PIB. Não houve ainda notícias de eventuais sanções ao Estado francês.
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