De acordo com o porunsaharalibre.org, a Presidência da FCSH-UBI terá recebido, a 2 de Dezembro, um e-mail com uma carta em anexo da Embaixada do Reino de Marrocos, assinada pela embaixadora marroquina, que continha várias declarações políticas sobre a questão do Sahara Ocidental da perspectiva oficial do Reino de Marrocos.
A situação foi denunciada em comunicado do Núcleo de Estudantes de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade da Beira Interior (NECPRI-UBI):
“A justificação dada ao NECPRI-UBI pela Presidência da FCSH-UBI, referia que esta pretendia não criar um conflito institucional de Estado que colocasse a UBI nos órgãos de comunicação social”.
A Direcção da FCSH-UBI terá enviado uma carta com um pedido de desculpa à Embaixada de Marrocos.
Isabel Lourenço, da organização Porunsaharalibre e membro da Fundación Sahara Occidental, oradora da conferência, lamenta profundamente a decisão da Presidência da FCSH-UBI que:
“reflecte um acto de auto-censura e de desconhecimento profundo do tema do Sahara Ocidental e do estatuto legal deste território não autónomo cuja ocupação ilegal por Marrocos é amplamente documentada pelas Nações Unidas, pelo Tribunal Internacional e no último acórdão do Tribunal Europeu de Justiça”.
Os organizadores estão neste momento a tentar encontrar um local alternativo para a realização da conferência, no mesmo dia e hora na cidade da Covilhã.
Última colónia de África, ocupado por Marrocos, abandonado por Espanha, à espera de um referendo desenhado pela ONU mas que não é implementado. Um povo injustiçado, um povo silenciado. Há mais de 4 décadas vítima de violência, desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias e torturas. Um povo dividido entre os territórios ocupados, os campos de refugiados e a diáspora. Filhos das Nuvens à procura de paz
