Poema de Filipa Vera Jardim

Infinito
Não sei se quero tempo,
Se quero alma.
Se o meu passado me passa a cada dia,
Se o meu dia se passa com pouca,
Ou nenhuma calma.
Não sei se quero tempo e trovas de tempo,
E o momento amedrontado às costas.
No ventre o lastro desmedido e perdido dos dias,
E o que resta do nada,
E de mim.
Se morrer serei infinito
E o infinito não é senão,
O nunca mais, eu ter fim.
