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Quinta-feira, Abril 25, 2024

A estranha aparição do Inventor – 14

José Antunes Ribeiro
José Antunes Ribeiro
Editor e Autor

“Dias hão-de vir em que, de tudo isto que estais a contemplar, não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído. E qual o sinal quando isso estiver para acontecer?”

Lc 19, 44

Tal como aparecera toda vestidinha de branco no cimo da montanha, Beatriz evaporara-se no fim daquela tarde misteriosa. Diz quem a viu que os seus olhos procuravam em vão as estranhas razões da morte do Inventor.

– Viste a pindérica?, disse a vizinha sempre acompanhada do seu silenciado marido.

– Claro que vi, vi tudo. A mim não me engana ela, só não sei quantas vezes se pôs debaixo dele.

– Debaixo?

– Debaixo ou por cima, tanto faz.

– Eu gosto mais por cima. E tu?

– Tanto faz!

Conversas de merda, disse Pepe Mão de Fada. A maior parte das conversas são de merda. Como a vizinha afirmou: só de a ver caíram-me os colhões ao chão.

– Colhões?

– É uma forma de dizer, vizinha. Não leve tudo à letra. A língua é traiçoeira.

– A língua?

– O contexto é que é importante.

– Para mim é o texto, disse o Narrador às voltas com a dificuldade deste Inventor, infelizmente morto e com a infeliz ideia do FISOJACTO escondida na mente.

 

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