Os canalhas voltaram a atacar a Europa em Bruxelas, com as cabeças feitas em papa pela propaganda imbecil de uma marca de mortes e feridos, que eleva à salvífica cidadania dogmática a perfuração de rins e estômagos. Os canalhas sabem bem onde mais dói à corruptela em que se transformou a política dos doleiros, dos eureiros, do salve-se quem puder e a Turquia que ajude. Ao mesmo tempo que o metro da União Europeia fazia bum!, lá dentro dezenas de mangas de alpaca acerebrados preparavam o cheque para Ancara – aquele que vai criar campos de zombies de guerra nas portas da Europa, como se esta fosse o palácio de Ceausescu e o resto os malditos jugoslavos.
Os canalhas furaram todos os alertas às cores que os imbecis licenciados e mestrados conseguiram imaginar, a partir dos livros de colorir para adultos: bomba no aeroporto, bomba no metro, tantas que os feridos, diz-se, iam para o hospital onde não havia “sangue de reserva”. Está visto: uma nação em alerta não se precavê para vítimas, só para a propaganda e comunicados de Estado.
Qual fim do mundo, os órgãos de comunicação social (não nesta casa nem em locais como a BBC ou El Pais) encheram a boca com as palavras “caos”, “tragédia inominável”, “fim do mundo”, nunca guardando vocabulário para quando, num assomo de maior loucura, os verdadeiros inimigos da democracia lançarem chamas sobre Paris, Bruxelas, Manhattan e Berlim. Nesse dia faltarão palavras, de tão gastas que as verdadeiras já estão.
Em breve as redes sociais vão encher-se das duas modinhas habituais: uns a querer bombardear as areias e os campos da Síria ao Paquistão, outros clamando kumbaiás e vitimizando os canalhas. Já se viu por aí um Tintim a chorar, esse criado por um racista e fascista chamado Hergè e que, agora, na corrida à iconografia, se transforma em carpideira de estado. Um manguito era pouco contra os canalhas, uma lágrima do Tintim está a pedir um gatinho nos escombros.
É burra e hipócrita, esta Europa. Pagamos aos turcos que apoiam a Isis que reivindica os ataques. Fechamos bairros de gente pobre e que sobrevive da pequena criminalidade, expomo-los, pela completa ausência de política social, à facilidade manteigal da mensagem dos fachos assassinos e, depois, queremos calma e compreensão, justiça e vingança.
Há dois caminhos. O melhor é dissuadir o terrorismo, mas dá trabalho e, acima de tudo, não dá lucro.
O outro, mais fácil, é eleger o Donald Trump, que fará bom pendant com os ursos que tomaram Bruxelas: a maioria dos da UE e os canalhas das bombas.
[…] Source: Ai, Europa, que burra! – Jornal Tornado […]