Poemas de Delmar Maia Gonçalves
I
Com seu rosto
de morte anunciada
que nos visita
diariamente
A noite abraçou-me
Soprou forte
o vento do Norte
levantando
a poeira
do desespero a Sul
E a lua
surgiu nascente
e banha-me
com a esperança adormecida.
II
Estou sempre
no local errado
onde sucedem
suicídios conscientes
e as paisagens
se diluem
onde as chamas
avançam
entre rochas
e pedras surdas
e a morte ganha rosto.
III
“Toda a poesia mora no coração das árvores que trémulas,
inquietas , mas tranquilas e lúcidas
encontraram pujantes vozes na floresta.”
IV
Todos os dias
sou carbonizado
pelo olhar flamejante
de Hienas
que vestem penas
de Pombas.
XXIV
Quanto vale o choro dos pássaros
e o tilintar dos peixes
neste universo?
XXVII
Pétalas de rosas beijaram
teus lábios de mel
colmeia!
XLI
Se as algas falassem
gritariam de dor o cemitério plantado
em águas virgens e impolutas.
XLVII
Nuvens de gafanhotos
geram a festa
entre os humanos.
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