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Terça-feira, Abril 16, 2024

Como elaborar um plano de negócio

Nuno Militão, em Santarém
Nuno Militão, em Santarém
Licenciado em Gestão Comercial. Consultor/Formador de Gestão.

Parte IV

Com este artigo concluímos a uma série dedicada à elaboração do plano de negócio. Pretende ser simples, formativo e abrangente.

Plano financeiro

O plano financeiro expõe o seu orçamento operacional e as expectativas de vendas para o seu negócio. Por norma, a primeira coisa que qualquer investidor ou banco pretendem saber é quais os cash-flow que o seu negócio irá gerar e qual o payback do investimento. O seu plano financeiro é a sua melhor estimativa para o futuro financeiro da sua empresa. No entanto o plano financeiro não passa de uma estimativa, pois é muito difícil assegurar como vai ser a sua performance antes de 6 meses ou um ano de atividade. O plano deverá incluir um orçamento de operações de um ano e até três anos de projeções de vendas da empresa.

O plano financeiro deverá também incluir uma projeção dos cash-flow e uma análise do ponto de equilíbrio. O processo de desenvolvimento do plano financeiro irá ajudá-lo a compreender melhor o nível de vendas necessário para cobrir as despesas e manter uma rentabilidade sustentada.

Existem custos recorrentes que vamos ter de suportar todos os meses. Alguns destes custos vão verificar-se independentemente de termos vendido muito ou pouco. A renda, os salários, os seguros são alguns exemplos dos chamados custos fixos. Outros custos variam consoante as quantidades de produtos vendidos ou serviços prestados. As matérias primas consumidas, a subcontratação de serviços são alguns exemplos dos custos variáveis.

Se o saldo entre os nossos proveitos e os nossos custos for negativo, então algo está errado. No entanto, nos primeiros tempos pode acontecer que em algumas atividades os resultados obtidos sejam negativos. Entre outras causas, o principal fator é a base de clientes ainda estar a ser construída. Porém, isto é um indicador a ter em conta, pois pode significar que algo está a falhar no nosso plano de negócio.

O sucesso de uma boa empresa depende muito de uma boa gestão e principalmente da sua saúde financeira. A análise da situação financeira, um acompanhamento detalhado e uma eficaz planificação farão a diferença nos resultados e evolução de um negócio.

As atividades de controle financeiro de uma empresa dizem respeito a tudo aquilo que vai verificar se o planeamento está a ser bem executado e quais as medidas necessárias para corrigir o rumo, caso alguma coisa tenha mudado desde então.

A viabilidade da empresa passa também por cumprir atempadamente com os seus pagamentos. Para tal torna-se necessário ter uma ideia clara das entradas e saídas de dinheiro, isto é, das receitas e das despesas. Os prazos de pagamento dos clientes são diferentes dos prazos de pagamento aos nossos fornecedores, ao Estado, aos nossos colaboradores entre outros. Se colocarmos toda esta informação numa folha de Excel teremos uma tabela na qual nos poderemos orientar e saber quanto é que vamos receber e quanto é que vamos pagar.

Os indicadores de viabilidade mais utilizados são:

 

  • Break-Evenrepresenta o valor ou quantidade que a sua empresa necessita de faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período. Depois de atingido este valor a empresa começa então a gerar lucro.


  • Rentabilidade das vendas – é o indicador que mede a razão entre os resultados líquidos e o volume de vendas. É um dos principais indicadores económicos das empresas, pois está relacionado com a sua competitividade. Se a empresa possui uma boa rentabilidade, ela poderá otimizar o seu posicionamento estratégico e efetuar maiores investimentos em comunicação, na diversificação dos produtos, na aquisição de novos equipamentos, tornando-a assim mais competitiva.

  • A Rentabilidade dos ativos (ROA) – é um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital investido dos sócios/investidores. A ROA resulta do quociente entre os resultados líquidos e os capitais permanentes. Esta rentabilidade deve de ser comparada com as remunerações (taxas) praticadas no mercado financeiro. total. A rentabilidade deve ser comparada com índices praticados no mercado financeiro.

  • Prazo de retorno do investimento – o tempo necessário ao empreendedor (ou investidor) para recuperar o dinheiro que investiu no negócio.

Conclusões

O primeiro passo para criar uma empresa é obviamente, ter uma boa ideia. Este será o embrião a partir do qual se desenvolve o projeto empresarial. Mas nem todas as ideias são válidas, estas devem de ser realistas, viáveis, e sobretudo ir de encontro às necessidades detetadas no mercado.

O que deveremos ter sempre presente é que nem sempre é preciso inventar algo de novo para se poder criar um negócio de sucesso, na maioria dos casos basta olhar-mos á nossa volta e descobrir um necessidade/problema que ainda não tenha sido satisfeita/resolvida. Mesmo que o produto/serviço já exista, poderemos sempre o oferecê-lo de outra forma que vá de encontro às necessidades não satisfeitas pela oferta atual aos potenciais clientes.

Não existem fórmulas milagrosas de sucesso, nem planos de negócio infalíveis, a melhor ideia é aquela que também proporciona uma total satisfação ao empreendedor que a implementará, porque tem gosto naquilo que faz e ambiciona levar a bom porto a sua ideia.



Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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