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João de Sousa

Sexta-feira, Junho 27, 2025
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O que esperar da CPMI do golpe

Vem ai a CPMI do golpe de Estado fracassado de 8 de janeiro, que não será como as outras que já vimos. Os bolsonaristas, em minoria, e diante de um pelotão qualificado de governistas, não conseguirão reinventar a verdade dos fatos e poderão sair dela mais enlameados, deixando mais expostas as responsabilidades de Bolsonaro e auxiliares. Mas a verdade para eles é secundária.  O que eles querem é fazer da CPI uma arena da luta política, para realimentarem a extrema-direita ressabiada desde a derrota do ano passado.

O Brasil inteiro sabe que houve uma tentativa de golpe contra o presidente legitimamente eleito e contra os outros dois poderes da República. Sabe que o governo anterior e seus apoiadores estiveram envolvidos nisso até o pescoço. O inquérito comandando pelo ministro Alexandre de Morais não está deixando pedra sobre pedra. Então qual é a narrativa que eles querem criar? Ficarão o tempo todo repetindo que o general G. Dias não preparou o palácio para repelir os terroristas? Mas como, se o GSI ainda era comandando exatamente pelas turma deles?

Será cansativo, será exasperante, porque desta vez eles irão a limites impensáveis na negação da verdade, na distorção dos fatos, na inversão das responsabilidades. Se na CPI da Pandemia vimos o negacionismo científico ao vivo, agora veremos o espetáculo da pós-verdade em todas as suas cores.

Vai depender da competência dos governistas impedir ou limitar o espetáculo. Com maioria, os governistas e os democratas poderão selecionar os depoentes. Tendo o relator, terão o controle sobre os interrogatórios. Quem sabe teremos o prazer de ver Bolsonaro tentando explicar todas as manifestações golpistas que fez ao longo dos últimos dois anos, preparando suas falanges para o 8 de janeiro. Ele não estava aqui? Isso é o de menos. Quem semeou o golpe foi ele.  Ou dirá Bolsonaro que estava dopado também nos dois 7 de Setembro em que pregou o golpe, ou na reunião com embaixadores em que difamou nosso sistema eleitoral?

Os bolsonaristas poderão mesmo se arrepender de terem inventado a CPI,  mas não nos iludamos. Com as sessões sendo transmitidas ao vivo, eles estarão de olho é nos 35% (algo em torno disso) da população ainda identificados com a extrema direita. Eles vão usar a CPI para energizar esta base social que anda deprimida desde a derrota eleitoral do ano passado, tratando de mantê-la coesa e alinhada para as novas disputas.

Durante quatro anos foi Bolsonaro que alimentou a extrema-direita com seus discursos, suas lives, suas motociatas, suas declarações estarrecedoras. Mas ele agora está ferido de morte, pode ficar inelegível,  pode ser condenado penalmente, pode ir para a cadeira. O bolsonarismo precisa continuar sem Bolsonaro, e eles enxergam na CPI uma chance de  se reconectarem com este universo, produzindo novos discurso e novas mentiras.

As forças democráticas saem em vantagem mas não podem se iludir. O jogo vai ser baixo e bruto.


Texto original em português do Brasil

União Europeia reforça controle para combater fake news

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Entre as 19 plataformas digitais que irão se submeter às novas regras estabelecidas contra a desinformação estão Google, Facebook, Instagram, Twitter e Tik Tok.

Nem todos os heróis morreram de overdose

Que o grande Cazuza (1958-1990) me perdoe, mas nem todos os nossos heróis morreram de overdose, para a felicidade geral da população. Embora muitos tenham sucumbido à pressão obscurantista, outros resistiram e continuam criativos, transgressores e atuantes em defesa da liberdade.

Como disse Chico Buarque, um dos nossos heróis vivos, em seu discurso ao receber o Prêmio Camões, depois de ter esperado por quatro anos, precisamos permanecer alertas e atuantes para que o Brasil que voltou nunca mais vá embora.

Mesmo porque os opressores sempre esquecem alguma semente, de plantações que se erguem na luta pela vida, pela paz e pela igualdade, em algum canto do jardim. Então renasce a esperança porque amanhã é outro dia e nada como um dia após o outro, “e não vale a pena ficar, apenas ficar, chorando, resmungando” (Jorge Maravilha, de Chico Buarque).

Jorge Maravilha

Afinal navegar é preciso para ir além do mar bravio e superar todas as tempestades, que por ventura se interponham no caminho da busca do saber, da cultura, da ciência, da vida. E sempre insistir na construção de um mundo novo.

Com sua resiliência, resistência e paciência, Chico Buarque mais uma vez nos redime ao apontar a necessidade de engajamento na defesa da liberdade e da diversidade humana. Ao receber o mais importante prêmio da literatura em língua portuguesa do mundo, Chico fez um discurso para lá de sensato. Discurso que rapidamente viralizou na internet e colocou o setor progressista da sociedade no ataque, que muitas vezes é a melhor defesa.

Com a sua clareza costumeira, seguiu a constante recomendação de Manuela d’Ávila sobre falarmos das nossas pautas e deixar a extrema-direita falando sozinha. E isso não significa submissão. Pelo contrário, aponta o caminho da superação desse mal que assola o mundo. Assim como ficam enfurecidos com a PL das Fake News. Por que será?

Transgressor, como em toda a sua carreira, o artista, escritor, compositor, dramaturgo e poeta provocou a fúria dos seres ignorantes do discurso fácil.

Veja o discurso do Chico Buarque na íntegra

Chico Buarque aponta o caminho da persistência, do caminhar juntos, assim meio guevarista com a proposta de endurecer sem jamais perder a ternura e o bom humor. É o nosso momento de sorrir, mas sem nos desligarmos da luta aflita por um mundo mais humano, justo e solidário.

Viva Chico Buarque, um dos grandes heróis vivos do país e do mundo. E como disse Pablo Milanés no programa Chico e Caetano, da Globo, em 1986: “Chico que não é da Itália, é de Hollanda, mas é do Brasil”, aliás é do mundo.

Esse grande herói da cultura mais uma vez dá a cara a tapa para vencer a ignorância e o obscurantismo. Porque “se é perigoso a gente ser feliz”, como ele e Edu Lobo cantam em Beatriz e “a felicidade é uma arma quente”, como cantavam os Beatles. Então, que tal um samba de Chico Buarque para espantar os maus agouros e trazer o brilho nos olhos de volta.

Que tal um samba?


Texto em português do Brasil

Pobreza e violência pioram saúde mental de jovens

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Estudo mostra que normas de gênero são fatores que afetam bem-estar.

Presidente português diz que país tem responsabilidade por escravidão

Fala de Marcelo Rebelo de Sousa traz à tona debate sobre ações que vão desde a reparação pelos países colonizadores até políticas afirmativas contra o racismo e a desigualdade.

Chico ironiza “rara fineza” de Bolsonaro por não sujar prêmio Camões

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Escritor ressaltou ainda que honraria é um desagravo a artistas brasileiros “humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo”.

Para acabar com o conflito no campo é preciso valorizar quem trabalha na terra

Vinte e sete anos depois do Massacre de Eldorado dos Carajás – que ocorreu em 17 de abril de 1996 – o relatório Conflitos no Campo Brasil 2022, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da igreja católica, registrou 2.018 conflitos, em 2022. Crescimento de 10,39% em relação a 2021. No ano passado, 909,4 mil pessoas se viram envolvidas com mais de 80,1 milhões hectares de terra em disputa.

Vânia Marques Pinto, secretária de Política Agrícola e Agrária da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), acredita que para pôr fim à violência no campo é “necessário a valorização de quem vive do trabalho na terra”, portanto “é fundamental a criação de políticas públicas de empoderamento da agricultura familiar e uma reforma agrária que contemple as trabalhadoras e trabalhadores do campo.”

O relatório da CPT abrange também conflitos por água, exploração do trabalho escravo, contaminação por agrotóxico, assassinatos, mortes e outros casos de violência que afetam a vida de quem vive do trabalho. Foram 1.572 conflitos pela terra, especificamente. Um aumento de 16,7% em relação a 2021.

A reforma agrária é vista como essencial para acabar com o conflito no campo por Vilson Luiz da Silva, vice-presidente da CTB e presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), é preciso “dar terra a quem precisa de terra, quem tem vocação para trabalhar na terra.”

Além de “dar as condições necessárias, com assistência técnica, pesquisa e infraestrutura básica para uma produção sustentável.” E para isso ocorrer, “necessitamos de energia, habitação decente e condições básicas de saúde e educação.”

Veja como foi o lançamento do relatório da CPT

Para Sérgio de Miranda, secretário de Finanças da CTB, primeiro Tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e vice-presidente da CTB-RS, a reforma agrária precisa ir “muito além da desapropriação de terras”. Ele defende também o “financiamento público subsidiado para as agricultoras e os agricultores familiares e assentados da reforma agrária”, assim como “políticas públicas que fomentem o escoamento e a comercialização dos produtos.”

No governo Lula, afirma Vânia, que também é secretária de Política Agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), “vemos a retomada das políticas públicas abandonadas pelos governos anteriores”, além de “trabalharmos pela criação de políticas específicas para as mulheres, os povos originários e os quilombolas.”

Ataques à Amazônia

Segundo o relatório, a maioria absoluta dos conflitos ocorreu na Amazônia Legal (1.107), assim como o número de pessoas assassinadas (34 ante 47 no país). “O que mostra uma forte ofensiva à Amazônia nos últimos 6 anos com queimadas, desmatamento e ataques de latifundiários pela posse da terra”, aanalisa Sandra Paula Bonetti, secretária de Defesa do Meio Ambiente e Saneamento da CTB e de Meio Ambiente da Contag.

Como consta no estudo, Sandra ressalta também o crescimento vertiginoso da utilização de agrotóxicos “com prejuízo tanto para quem consome os alimentos como para quem trabalha na terra”. Segundo o relatório 6.831 famílias em conflitos por terra no Brasil sofreram impacto com o uso dos agrotóxicos, em 2022, crescimento de 86% sobre 2021, já a contaminação de trabalhadoras e trabalhadores aumentou 171,85% no mesmo período.

A melhor forma de acabar com o abuso de agrotóxicos, para Sandra, “é o cumprimento da legislação existente e reforçar a fiscalização com aplicações de multas”, também “é necessário leis mais rígidas sobre a liberação dos agrotóxicos”, segundo ela, “grande dos agrotóxicos liberados pelo governo anterior tem que ser revista e muitos agrotóxicos devem ser proibidos.”

Eliminar o trabalho escravo

O trabalho análogo à escravidão teve crescimento como aponta o relatório. Em 2022, ocorreram 207 casos com 2.218 pessoas resgatadas. Segundo o relatório da CPT, “o maior número dos últimos dez anos”.

Para Vânia, “acabar com essa exploração desumana é essencial para avançarmos ao Estado de Direito” e isso só acontece com o “fortalecimento da fiscalização e o endurecimento das leis com punições severas e a utilização dessas propriedades para a reforma agrária com a contemplação dos seres humanos escravizados, com amplo apoio do Estado.”

Vilson destaca a necessidade de empoderamento do movimento sindical porque “é a luta sindical que impede os avanços do capital sobre o trabalho e fortalece as reivindicações de quem vive do trabalho.” Também é importante “valorizar a economia das famílias produtoras com relevância do aspecto o social e ambiental.” outro “grande desafio é criar condições de segurança para o meio rural, não para proteger os latifúndios como normalmente acontece, e sim para proteger as trabalhadoras e os trabalhadores”, afirma Sérgio.

“A unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade é essencial para o país voltar a crescer com combate às desigualdades”, explica Vânia. “Devemos trabalhar juntos para termos alimentos saudáveis na mesa de todas e todos” porque “a violência só acaba com o respeito aos direitos de todo mundo em ter trabalho decente e vida digna.”


Texto em português do Brasil

Os lucros da CP e o 25 de Abril

De acordo com a imprensa, pela primeira vez na sua história, a CP registou lucros em 2022. De forma também assaz inabitual, a outra crónica empresa pública deficitária, a TAP, registou igualmente resultados positivos no ano passado.

Curiosamente, estes factos parecem ser vistos com uma indiferença geral, a começar por parte daqueles que esperaríamos fizessem o máximo para deles tirar conclusões, os responsáveis dessas empresas e o Governo que as tutela.

A administração da TAP foi demitida por ocasião da divulgação dos resultados, em função de uma indemnização paga pelo despedimento de uma sua anterior administradora, e a empresa está a ser alvo de um inquérito parlamentar de onde saíram a uma velocidade vertiginosa pequenos e menos pequenos escândalos sobre o dia a dia da empresa. A administração da CP nem sequer se deu ainda ao trabalho de divulgar no seu site esses resultados da empresa – que, na data em que escrevo, continua a mostrar os dados de 2021.

O Ministro que assegurou a tutela até recentemente, demitiu-se, e parece que o Governo que o obrigou à demissão está mais preocupado em assegurar que ele não possa invocar em seu favor os resultados obtidos pelas empresas que tutelou do que celebrar a vitória que alcançou.

Naturalmente que tudo isto tem de ser visto com alguma cautela. A contabilidade é infelizmente uma técnica onde a criatividade consegue prodígios. As subvenções públicas podem ser formatadas de forma que os resultados possam aparecer positivos (embora, então, os resultados negativos apareçam nas contas do Estado), e enfim, só auditando com conhecimento e de forma isenta – o que eu não fiz – poderemos tirar conclusões sólidas.

Tão pouco eu me arriscaria a tirar claras conclusões políticas deste facto. O ex-Ministro Pedro Nuno Santos teve uma excelente prestação na recuperação do transporte ferroviário, mas não creio que fosse esse o caso no transporte aéreo. Particularmente, penso que a sua reacção à derrota autárquica da coligação dos socialistas com o Livre em Lisboa foi desastrosa e fez dele alguém que eu de forma alguma quereria ver à frente do que é o maior partido português e menos ainda do país.

Mas as imagens são importantes, e um Portugal onde as suas duas empresas públicas com resultados cronicamente negativos aparecem como lucrativas é algo que merece registo, em especial porque quebra com um dos mais persistentes clichés que marcaram quase um século de vida política nacional: uma democracia que seria boa na liberdade, mas má nas contas, em reverso do que se passaria com os regimes autoritários.

Não há rigorosamente razão nenhuma para pensar que que isto tenha de ser assim. Bons resultados nas empresas públicas são importantes também para a democracia e devem ser saudados por isso.

Não penso tão pouco que esses resultados sejam razão para se tirar conclusões em matéria de sucesso da forma jurídica pública ou privada dessas empresas, porque a questão me parece pouco relevante e com poucas consequências na gestão dessas empresas que desempenham um papel público de primeiro plano.

Os transportes ferroviários portugueses estiveram em greve (e nem percebi se ainda estão ou não) grande parte do presente ano, na verdade também como pude testemunhar em França, sem que os grevistas se tenham esforçado por explicar ao público as razões de ser da acção em que se encontram empenhados. Tendo passado alguns dias em Portugal e recorrido ao transporte ferroviário, nem uma única das vezes em que fui confrontado com serviços anulados, alegadamente por causa da greve, vi nas estações ou nos comboios qualquer justificação para isso.

O direito à greve é uma das imagens de marca do 25 de Abril de que vamos agora celebrar o quadragésimo nono aniversário, e nem que seja por isso, seria bom que os trabalhadores que recorrem a esse direito se lembrassem do anónimo cidadão que sofre as consequências dessa decisão, dando uma explicação, mesmo que sucinta, das razões que os levaram a fazer greve.

O parlamento, os partidos políticos, o executivo e a opinião pública devem também ter o sentido das suas responsabilidades e das proporções do que têm pela frente, e saber distinguir o que são os factos maiores a que devem prestar toda a atenção – como o sejam os resultados das empresas públicas – e os desvios e atitudes, para não falar das rivalidades, de A ou B, que não podem servir para que não se olhe para o que há de mais importante.

Em qualquer caso, e com todas as ressalvas e condicionantes, como cidadão português, quero endereçar as minhas felicitações à CP e à TAP pelos resultados positivos que alcançaram em 2022, e por essa via também, por ajudar a desfazer um dos mitos que mais sombra fez sobre o 25 de Abril, desejando que estes lucros simbólicos sejam uma contribuição para que venhamos a celebrar o quinquagésimo aniversário do 25 de Abril com menos angústias sobre o passado e com mais energia para escrever o futuro.

O sistema financeiro e o sector da inovação

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A falência do Silicon Valley Bank, que quase imediatamente arrastou os congéneres Silvergate e Signature e depois o Credit Suisse, deste lado do Atlântico, ilustra perfeitamente a realidade que poderá resultar do rescaldo da Covid-19 e do conflito no leste Europeu, com o retorno a uma realidade inevitavelmente agravada pelo ​​aumento das taxas de juro e o fim do dinheiro fácil que desde 2008 tem alimentado todas as quimeras de futuro no Ocidente.

O caso do Silicon Valley Bank apresenta-se paradigmático em mais que uma vertente. Começando por uma regulamentação permissiva no que respeita ao montante de reservas obrigatórias e à protecção dos depósitos, passando pelo facilitismo relativamente às práticas de investimento e à manifesta desadequação entre as maturidades das exigências (depósitos à vista) e das aplicações (títulos de dívida a longo prazo) e terminando na eterna segurança oferecida pelos resgates públicos, tudo se voltou a conjugar para vermos perigosamente repetível o cenário de crise sistémica global a que assistimos em 2008.

Natural, pois, que aos primeiros sinais de problemas e perante a sangria que os rápidos levantamentos dos depositantes (a era digital trouxe o fim da corrida física aos bancos, mas tornou a corrido virtual muito mais vertiginosa e catastrófica) estava a provocar, as autoridades norte-americanas tivessem actuado, anunciando a garantia dos depósitos e natural solidez do sistema financeiro. Garantias de valor muito relativo, tanto mais que rapidamente se sucederam novos casos com outros bancos e até noutro continente.

Na realidade, muitas questões se colocam sobre os possíveis efeitos dominó deste novo episódio de fragilidade do coração do sistema norte-americano, nomeadamente as finanças e as novas tecnologias, e se as questões mais candentes são aquelas de difícil resposta (será o SVB é um novo Lehman Brothers, ou seja, apenas a ponta visível de mais um iceberg de má gestão e enorme alavancagem da dívida), outras consequências sistémicas serão mais fáceis de formular.

Entre estas destaca-se de imediato a turbulência que se está a gerar pelo desaparecimento de parte do sector de inovação norte-americano e a transferência de titularidade de outra parte. É assim que em países tão diversos como a Alemanha, o Canadá, a China, a Índia, Israel ou a Suécia, as autoridades reguladoras tentaram evitar o contágio procurando assumir o controle desse sector estratégico, como foi o caso com a compra da filial inglesa do Silicon Valley Bank, pelo valor simbólico de 1 libra.

Mas o desaparecimento do Silicon Valley Bank poderá ainda acelerar o declínio do domínio do sector tecnológico norte-americano, tendência que já se vinha a fazer sentir há algum tempo com a deslocalização para o continente asiático, lugar onde deverá continuar a crescer de forma menos frenética, mas agora agravada pelo valor simbólico deste acontecimento.

Toda esta turbulência e a tendência de migração das tecnológicas poderá traduzir-se num colapso do tecido das startups californianas, que entre falências e fugas para cenários mais calmos volta a trazer a questão do futuro de uns EUA cada vez menos glamorosos.

Por último, a falência do Silicon Valley Bank revelou à evidência quão perniciosa para as economias pode ser a alternância das políticas monetárias de estímulos e de subidas de juros seguida pelos bancos centrais – o que talvez contribua para alguma moderação nas habituais propostas de aumento de juros, num período conjunturalmente marcado pela desaceleração das exportações europeias e pela continuação da tendência de deslocalização da importante indústria automóvel em direcção aos EUA, face às vantagens do programa “Inflation Reduction Act” e à ausência de resposta equivalente da UE, onde até uma valorização do euro, benéfica à atenuação das tendências inflacionistas, estará a contribuir para um aumento das falências entre o tecido das PME europeias – e, sobretudo, as dificuldades financeiras do sector tecnológico norte-americano.

O golpismo em série e a CPI que virá

Graças ao esforço de Marcelo Auler, no calor dos acontecimentos de quarta-feira, envolvimento o GSI e a queda do general GDias, tivemos na TV 247 uma entrevista do professor Xico Teixeira, um dos maiores especialistas brasileiros em questões militares e geopolítica global. E, entre tantas coisa relevantes, ele nos falou de uma certeza sua: “continua havendo um golpe em curso no Brasil”.

E recordava ele que estes últimos acontecimentos que afetaram o governo Lula e sua agenda político-parlamentar vieram na esteira do estrilo ocidental contra a viagem de Lula à China e suas declarações sobre a guerra na Ucrânia, coincidentes com a visita do chanceler russo Serguei Lavrov à América Latina. Embora Lavrov tenha visitado outros países da região, e por iniciativa própria, a mídia brasileira, ecoando a ocidental, fez crer que ele veio a Brasília como dileto convidado do governo Lula. Não foi assim.

– Há pessoas no Governo que se iludem, achando que estamos em 2003 – disse-nos o professor Teixeira.

De lá para lá, as mudanças foram de fato muitas. No plano externo, há hoje uma certa guerra fria, em que a prioridade dos Estados Unidos e do sistema ocidental que lidera é conter o avanço da China e da Rússia para mudar a ordem global, estabelecendo um mundo multipolar. E aqui, neste canto do mundo, tudo é diferente daquele tempo em que não gostavam de Lula mas deixaram que ele governasse por oito anos, aos trancos e barrancos.

Agora há uma extrema direita com bandeiras e protagonistas, com um líder esfarrapado mas que continua empolgando seu gado.  O país continua dividido como antes da eleição e as correntes de ódio e as fake news continuam dominando as redes digitais.

Neste ambiente bem diverso do que vigorou no inicio dos anos 2000, quando Lula foi eleito pela primeira vez, as tentativas de golpe vieram em série. Teixeira recorda a sequência. Tivemos uma tentativa em 7 de Setembro de 2021, quando Bolsonaro reunião multidões golpistas em Brasília e em São Paulo e anunciou que não cumpriria mais ordens do STF. Depois recuou, Temer entrou de bombeiro e escriba, com aquela carta desculpenta.

Veio a campanha eleitoral, e entre tantas ameaças e negaças golpistas, chegamos ao segundo turno em que a PRF foi usada para impedir eleitores de Lula de votarem. A minuta do golpe estava na gaveta, os questionamentos ao sistema eleitoral haviam sido apresentados, inclusive a embaixadores estrangeiros, mas Bolsonaro não conseguiu efetivar o golpe, com a intervenção no TSE, a  anulação do pleito e sua permanência no poder. Felizmente eles são incompetentes.

Depois tivemos o 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula, em que as hordas bolsonaristas tocaram o terror em Brasília. Logo depois, a ameaça de bomba no aeroporto. Bolsonaristas continuavam garantindo que Lula não tomaria posse. O golpe estava planejado para o dia primeiro de janeiro mas, como desconfia Lula, a presença de uma multidão na Esplanada frustrou o plano e adiou a data do ataque.

Eu nunca esquecerei o 8 de janeiro porque tive a falta de juízo de ir paro a Esplanada. Fui cercada algumas vezes, fui quase linchada pelos bolsonaristas.  Ouvi muitos deles dizendo que eram os petistas que estavam destruindo os palácios dos 3 Poderes para colocar a culpa neles. Desde o início havia o plano de culpar a vítima pela agressão, como dizem os que pedem a CPMI.

Agora tivemos este estranho episódio que derrubou o general G. Dias do GSI. De fato, as imagens mostram o general circulando placidamente pelo palácio , mas eu tenho minha leitura para o papel dele. G. Dias não limpou o GSI de bolsonaristas como devia ter feito a partir do dia primeiro de janeiro. Conciliou com seus colegas de fardas. Quis fazer uma transição que o deixasse bem com a tropa. Quebrou a cara. Mentiu para Lula, negando a existência dos vídeos que mostram tanto a sua circulação pelo interior do Planalto como a cooperação de outros militares com os invadores, aos quais serviram água gelada.

Depois dos vídeos, não G. Dias não  poderia mesmo continuar no cargo nem poderia o governo evitar a CPMI do 8 de janeiro. Ela virá, mas os governistas, os democratas de todos os partidos, podem fazer deste limao uma limonada. Se tiverem capacidade de domínio, poderão usá-la para desentocar todos os golpistas e criar uma conexão mais forte com a sociedade em defesa da democracia.

Lula houve-se muito bem no episódio da tentativa de golpe. Uniu as instituições em defesa da democracia mas errou num ponto. Não falou com a enfase necessária à sociedade, de preferência num pronunciamento em cadeira, sobre a gravidade do que tinha havido. Não criou a comoção necessária diante de uma tentativa de golpe. Não tentou criar, na sociedade, a mesma corrente que criou com as instituições, a reunir naquela marcha rumo ao STF os governadores e presidentes de instituições e poderes. Com a CPI, isso pode ser feito agora, se os democratas souberem conduzi-la, mirando-se na experiência dos que conduziram a CPI da Covid.


Texto original em português do Brasil

Reagan e Trump, duas ervilhas em uma vagem destruidora de sindicatos

O velho ditado “muitas verdades são ditas em tom de brincadeira” me lembra de uma placa no salão de um sindicato, em Paducah, de 1980: “Um membro de sindicato votando em Ronald Reagan é como uma galinha votando no Col. Sanders.”

O mesmo vai para Donald Trump, que apesar de seu indiciamento, parece ser o favorito para vencer o aceno presidencial do próximo ano pelos Republicanos. (Trump diz que ele ainda vai concorrer apesar do indiciamento, e prevê “potenciais morte e destruição” no despertar dele sendo acusado por pagar dinheiro pelo silêncio da estrela de filmes adultos, Stephanie Clifford, também conhecida como Stormy Daniels. Ele está enfrentando pelo menos mais três investigações).

Eleito quase 43 anos atrás, Ronald Reagan foi o presidente mais anti-sindical desde Herbert Hoover. Trump foi o presidente mais anti-sindical desde Reagan. Mesmo assim os Republicanos Reagan e Trump alegam ser os campeões das pessoas que trabalham todos os dias.

Reagan foi um artista vigarista que falava de operários, mas andava corporativo. Assim é Trump. Eles diferem apenas no estilo: Reagan chegou como o afável cara das “manhãs na América;” Trump é um vociferante e desbocado intolerante. Reagan preferia o “apito de cachorro” em ceder ao preconceito; Trump é parcial para o megafone.

O falecido presidente da AFL-CIO, Richard Trumka, chamou Trump por provar ser apenas outro destruidor de sindicatos na Casa Branca. “Promessas quebradas são más o suficiente,” o The New York Times citou Trumka.

“Mas o Presidente Trump também usou seu cargo para ativamente prejudicar os trabalhadores. Ele se uniu com as corporações e seus aliados políticos para minar o direito dos trabalhadores de negociar coletivamente. Ele tirou dinheiro dos nossos bolsos e fez nossos locais de trabalho menos seguros. Ele dividiu nosso país, abandonou nossos valores, e deu cobertura ao racismo e outras formas de intolerância.”

Trump não mentiu apenas para os trabalhadores. Ele mentiu sobre qualquer coisa ou qualquer pessoa a qualquer momento que fosse conveniente para ele. Ele fez pelo menos 30.573 alegações falsas ou enganosas enquanto ele foi presidente, de acordo com um cálculo do Washington Post. Evidentemente, nenhum presidente americano mentiu mais grandemente do que Trump.

Sua maior mentira é uma em que ele alega que Joe Biden e os Democratas o trapacearam, deixando-o fora de um segundo mandato. Mas a grande mentira de que ele é pró-sindicatos vem perto em segundo.

Trump adora o “direito ao trabalho”

Se você tem um cartão sindical como eu tenho, você sabe que as leis do “direito ao trabalho” são algumas das ferramentas mais velhas de destruição de sindicatos por aí. (Os sindicatos, por uma boa razão, as chamam de “leis pelo direito de trabalhar por menos.”)

Mas na trilha da campanha em 2016, Trump disse que ele era “100 por cento” pelo “direito ao trabalho.”

Em estados de direito ao trabalho como o Kentucky, todos os trabalhadores por hora em locais de trabalho sindicalizados podem desfrutar de salários e benefícios conquistados pelos sindicatos, sem se unir a ele ou pagar a taxa sindical para representa-los para a gerência. (Sob a lei federal, se um local de trabalho tem um sindicato, este deve representar igualmente todos os trabalhadores por hora.)

Reagan destruiu o Sindicato dos Controladores de Trafego Aéreo Profissional (PATCO, na sigla em inglês), durante seu primeiro ano no cargo, um movimento que “foi a primeira grande ofensiva em uma guerra que a América corporativa travou com a classe média desse país desde então,” Jon Schwarz escreveu no The Intercept.

Enquanto Trump evitou o alistamento e o serviço militar durante a guerra do Vietnam, ele se voluntariou pela guerra corporativa contra a classe trabalhadora. Como Reagan, ele transformou o Departamento do Trabalho dos EUA em um departamento anti-trabalho. Ambos os presidentes nomearam secretários do trabalho que tinham provado sua hostilidade aos sindicatos.

O Conselho de Relações Trabalhistas Nacional deve proteger os direitos dos trabalhadores de se sindicalizarem. Reagan e Trump lotaram o painel com nomeados pró-negócios e anti-sindicais.

“Trump nomeou o executivo de fast-food e crítico sindical Andrew Puzder e (mais tarde) Eugene Scalia para serem secretários do trabalho,” disse Kirk Gillenwaters, um aposentado do United Auto Workers Local 862 e presidente da filial do Kentucky da Aliança para Aposentados Americanos. “Scalia foi um advogado de prevenção sindical que tinha feito a vida lutando contra regulações trabalhistas e trabalhadores tentando se organizar.”

Gillenwaters adicionou: “Trump atacou pessoalmente o Presidente do USW Local 1999, Chuck Jones, quando Jones chamou Trump de mentiroso sobre ter salvo empregos em sua fábrica em Indiana.”

Gillenwaters foi um delegado na Convenção do Estado do Kentucky da AFL-CIO, em 2017, em Lexington, onde Jones, que liderou o sindicato na fábrica Carrier HVAC, em Indianapolis, foi um palestrante.

“Há poucos melhores exemplos de quanto um vendedor de óleo de cobra Donald Trump é do que as últimas notícias de ainda mais demissões na Carrier,” Oliver Willis escreveu no The American Independent, em 9 de novembro de 2017.

“A empresa simplesmente anunciou que mais de 200 funcionários iriam perder seus empregos na fábrica de Indianapolis, em janeiro. Isso segue a decisão da Carrier mais cedo no ano de demitir 300 trabalhadores nas mesmas instalações.”

Willis explicou: “A Carrier foi capaz de fazer isso porque Trump e o então governador Mike Pence juntaram um suborno de $7 milhões para a empresa.

Antes de serem jurados na presidência e vice-presidência, os dois juntaram um acordo querido de cortes de impostos para induzir a Carrier a manter os empregos em Indiana, onde Pence era governador. Depois de negociar o acordo, Trump deu um tapinha em si mesmo nas costas e alegou que ele tinha salvo empregos que iriam ser mandados para outro continente.

“Mas Trump e Pence não asseguraram nenhum acordo que iria exigir da Carrier manter aqueles empregos. Ao invés, eles negociaram receitas das pessoas em Indiana em troca de poucos dias de manchetes. A grande imprensa infelizmente jogou o jogo junto com Trump, e a Carrier agora mostrou o quanto ela jogou Trump e Pence por idiotas absolutos.

“O acordo inteiro, jogando fora o primeiro ano da Presidência de Trump, foi um microcosmo de seu enfoque fraudulento de governar.”

Jones disse a convenção que todo o tempo ele duvidou da promessa de Trump de trazer os empregos terceirizados para casa e manter outros empregos nos Estados Unidos. Mas ele concedeu que a promessa de Trump “ressonou em muitos trabalhadores.”

Ele lembrou que na trilha da campanha, Trump nunca disse, “’eu vou trazer meus negócios de volta para esse país’ ou ‘eu vou trazer os negócios da minha filha de volta para esse país…’ eu pensei que ele estava cheio de merda na época, e os tempos provaram que sem dúvida ele é.”

Em 29 de novembro de 2017, em um editorial do Washington Post, Jones escreveu que “além de Indiana, trabalhadores por todo o país sentem que eles também são vítimas de um falso acordo trompista, no qual eles foram convidados para negociar seus votos para manter seus empregos. De fato, de acordo com uma nova pesquisa conduzida pela Good Jobs Nation, mais de 91.000 empregos foram mandados para o exterior desde que Trump foi eleito, a mais alta taxa de empregos perdidos para a terceirização em cinco anos.”


por Berry Craig (People´s World), Do Kentucky, Berry Craig é professor emérito de história na West Kentucky Community and Technical College, em Paducah, e escritor freelancer | Texto em português do Brasil, com tradução de Luciana Cristina Ruy
Fonte: People’s World

Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado

Projeto leva arte e cultura para a comunidade

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Começa neste sábado (22), às 10h, o Projeto Ocupação Ocupação, uma galeria de arte a céu aberto, instalada nas ruas da comunidade Monte Cristo, em Campinas, interior de São Paulo. Aprovado pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo (ProAC) no ano passado, o projeto pretende envolver a comunidade com arte e cultura.

Cortar verbas na Educação agrava mais os problemas enfrentados diariamente

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas pretende enviar à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) estadual, com previsão de corte de 5% do orçamento da Educação e passá-los para a Saúde.

O que certamente agravará a insegurança nas escolas e a falta de recursos para a necessária estruturação das escolas públicas com objetivo de alavancar um ensino de qualidade, que atenda as necessidades e os anseios das crianças e jovens paulistas.
Claro que a Saúde necessita de amplos investimentos, mas não se despe um santo para vestir outro. Porque tanto a Saúde quanto a Educação precisam de mais investimentos. Precisam de concursos e assim pôr fim à sobrecarga de trabalho dessas duas áreas vitais.

Em São Paulo, o piso estabelecido para a Educação é de 30%, a Constituição determina no mínimo 25% para esse setor. E o governador quer diminuir esse piso estadual para cortar esses 5%, para ele excedentes.

De acordo com o governador do estado mais rico da nação, “o que vai acontecer e já está acontecendo ao longo dos anos? Os casais têm menos filhos e, a cada ano que passa, você tem menos matrículas. Só que, por outro lado, a população envelhece. Então, sua demanda por recursos na Educação cai e sua demanda por recursos na Saúde, ela sobe”.

Assim, Tarcísio já começa sua gestão como inimigo da Educação e da Saúde. Porque os profissionais dessas duas áreas estão sobrecarregados, ganhando pouco e com estrutura precária para atender a população como gostariam.

Com o agravante da violência adentrar as escolas e as medidas necessárias para frear esses ataques e também melhorar a qualidade do ensino passam por mais investimentos com a realização imediata de concurso público para acabar com a falta de profissionais necessários até para a segurança da comunidade escolar.


Texto em português do Brasil

Eclipse solar híbrido observado em Timor-Leste

O Presidente da República de Timor-Leste, J. Ramos-Horta, foi determinante no processo de socialização da população e de acolhimento dos cientistas e turistas que se deslocaram a Timor-Leste para observar e estudar o eclipse solar.

O fenómeno foi observado hoje, dia 20 de Abril de 2023. A fase parcial do eclipse viu-se em vários pontos do mundo, nomeadamente em alguns lugares da Antártida, Australásia, Indonésia, Filipina e da Oceânia, entre outros.

A fase total do eclipse foi visível em Timor-Leste, na zona Leste (Lospalos, Baucau e Viqueque), em alguns locais da Papua Ocidental e na parte ocidental da Austrália.

O que é um eclipse solar “híbrido”?

O eclipse solar visível hoje na parte oriental de Timor-Leste é conhecido por “eclipse solar híbrido” e só acontece uma vez em cada dez anos.

Para este caso em concreto o “eclipse solar híbrido” é aqui explicado por Jo Adetunji, Editora – The Conversation U, do seguinte modo:

Começa sobre o Oceano Índico como um eclipse anular, onde a lua é ligeiramente pequena demais para bloquear completamente o sol e um anel de luz solar brilha ao redor da Lua escura. Isso acontece quando a sombra antumbral da lua atinge a Terra.

Fonte: Jo Adetunji (Conversation U)

No momento em que a sombra da lua chegar à terra, ela se tornará um eclipse total – a lua agora parece grande o suficiente para bloquear completamente o sol, e é a sombra umbral da lua que cai na Terra.

É incrível que tal eclipse ocorra, porque significa que a Terra está situada no ponto ideal entre as sombras umbral e antumbral. Partes da Terra estão na sombra umbral, enquanto a curvatura do planeta é suficiente para fazer com que outros lugares fiquem um pouco mais distantes, de modo que a sombra antumbral caia lá”.

(Jo Adetunji, Editor, The Conversation U)

Ramos-Horta convidou cientistas para se deslocarem a Timor-Leste

O Chefe de Estado, há mais de um mês, mobilizou meios de comunicação social, tendo convidado cientistas de várias partes do mundo para aproveitar ao máximo.

Cientistas em Timor-Leste (Abril de 2023)

Vários cientistas estão em Timor-Leste, alguns dos quais, a convite do Presidente da República. A ideia, segundo os cientistas, é estudar o fenómeno no seu todo, no âmbito da astronomia mas também para observar as reacções das pessoas e dos animais.

Os astrónomos chegaram a Timor-Leste há um mês e no dia 18 de Março foram recebidos pelo Presidente da República. Estiveram no Palácio Presidencial cientistas da Indonésia, do Brunei Darussalam e do Vietname.

Deste grupo, Hakim Malasam (Indonésia), elogiou o empenho de Ramos-Horta afirmando que tem um “ponto de vista interessante e que nem todos os astrónomos costumam pensar..” e referiu igualmente que os resultados observados serão divulgados no Japão.

Quando José Carlos Ruy encontra Machado de Assis

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Dicionário Machado de Assis, escrito pelo saudoso amigo José Carlos Ruy, é um trabalho espetacular, ainda inédito, mas prestes a ser publicado pela Editora Anita Garibaldi.