Os fluxos da verdade são cataratas em que Niagara havia quem sabe, ter vivido alguma vez.
Passei pelos quatro cantos do mundo num sopro como respira a sal displicência neste casulo de cor nenhuma e repleto de vozes em tom alto, coisa que irrita tanto, lá, apenas as águas descerem como se de verdade nada fosse mentira, a água sabe saborear o momento e por isso eterna enquanto existir.
Não acredito na verdade, é verdade, nem perco tempo em escutá-la, cisas que a vida me ensinara a ver e a ouvir, isso de verdade é plasmo de sumos bebidos ao pequeno almoço como que para meninos inocentes na saia da mãe, sentados, deitados, ouvirem delas a heresias do seu tempo.
Estórias e histórias navegam ombro a ombro como o vento que nunca se separa. Somos uma carne vermelha ou de outra cor, mas, pensamentos no mesmo, uns são aqueles a que as palavras lhe cabem no vocabulário, outros ficam secos na sua redundância de saber mais adormecido.
Nunca na vida tinha sentido tanto o sangue assolar-me as entranhas, nunca na vida havia sentido tanto as intempéries, nunca havia sentido tanto uma gripe nas amálgamas que me refastelam assim, tanto, tão simplesmente num assopro de desdém irónico dos supra-sumos da razão. A minha vida é tão simplesmente um campestre imaculado nos desdéns daqueles a que as cidades se ocupam.
Vim de saudades e sonhos e morro como uma cadela desdenhada à tua beira, esse vómito na tua garganta assombrada sei lá por quem, mas enfim, a morte é o vidro que nos separa da realidade. Adeus vida então.
Nasci para nada, existir incomoda-me de tal forma que explicar obriga-me a tantas viagens que nem sei se entenderão. Farta existir assim como dormir ou não dormir. Para parecer ser ou ser simplesmente estátua móvel o movível, quem sabe se decoração para móveis ou cemitérios. Não nasci para existir.
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