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Terça-feira, Junho 3, 2025
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Serial investiga a história incrível de um herói transformado em vilão

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Bowe Bergdahl é um soldado norte-americano que, em Junho de 2009, resolveu sair, sozinho, da base onde estava colocado, no Afeganistão. Foi capturado por talibans e mantido em cativeiro durante cinco anos, até ser resgatado pelo seu país, em 2014.

A euforia que rodeou o seu regresso a casa rapidamente se transformou num mar de críticas, à medida que Bowe Bergdahl passava de herói a mau da fita, era acusado de deserção e levado a tribunal militar.

A sua história vai ser esmiuçada na segunda temporada de Serial. Não se trata de uma série, reality show ou investigação jornalística televisiva. Enfim, é um pouco de tudo isso, mas na forma de podcast, ou seja, de programas de rádio especialmente produzidos para serem consumidos na Internet.

Em Portugal, este é um formato que não tem quase expressão, mas há milhões de pessoas, em especial, nos Estados Unidos e em Inglaterra, que não passam sem ele. O grande boom deu-se ao longo da segunda metade de 2014 e, em boa medida, a grande responsável por isso foi, exactamente, Serial, que, na primeira temporada, investigou a história de Adnan Syed, um homem que está a cumprir pena de prisão perpétua numa prisão norte-americana sob a acusação de, em 1999, ter assassinado a sua namorada.

 

Culpado ou inocente?

A investigação levada a cabo por Serial levantou muitas dúvidas sobre a sua culpabilidade, o que levou a que fosse seguida, ao longo de doze episódios, por milhões de pessoas. É praticamente impossível saber exactamente por quantas, mas estima-se que a série tenha tido entre 25 e 30 milhões de downloads, tornando-a a mais popular, desde que, há dez anos, se começou a ouvir falar de podcasts.

O interesse foi tão grande que levou a que muitas empresas começassem a investir a sério neste meio de comunicação, fomentando o aparecimento de uma autêntica indústria.

Há várias explicações para um sucesso que apanhou toda a gente de surpresa, a começar pela pequena equipa liderada pela apresentadora, Sarah Koening. Tratava-se de uma história policial cujo desfecho não se adivinhava: saber se o homem que há 15 anos está preso é ou não culpado. E, à medida que se avançava, percebia-se que a investigação tinha algumas pontas soltas, não sendo seguro que a justiça tivesse condenado o culpado, uma situação que adensava o mistério e o interesse dos ouvintes.

A forma como a investigação foi contada também contribuiu para o sucesso. Os episódios eram produzidos e apresentados, basicamente, em tempo real. Sarah Koening não se escusava de ir partilhando com os ouvintes as suas dúvidas e a avaliação que ia fazendo das pistas que lhe surgiam no caminho, como se estivesse a pensar em voz alta. Foi ao local do crime, falou com amigos dos envolvidos, com polícias e advogados; entrevistou, telefonicamente, várias vezes, Adnan Syed; ouviu as gravações dos interrogatórios feitos pela polícia e as relativas aos dois julgamentos realizados. Seguiu todas as linhas de investigação, mas a série terminou sem que tenha chegado a uma conclusão definitiva.

Agora está de volta. E, se a primeira série foi dedicada à investigação de um crime do qual poucas pessoas tinham ouvido falar, esta tem como base um caso bem conhecido de milhões de americanos e que continua em aberto. A exposição mediática promete, por isso, ser ainda maior, tal como a polémica, pois a investigação vai, seguramente, trazer a lume muitos pormenores da política externa e da organização militar dos EUA que, normalmente, ficam escondidas do escrutínio público.

Inteligência Económica

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Foto de Alex Bordalo


Os 25 Anos da I. E. em França

Há 25 anos, Christian Harbulot lançava uma ‘bazookada’ no charco com o seu inovador  “Techniques Offensives et Guerre Économique”. Curioso, foram os vietnamitas (na altura, ainda muito comunistas ortodoxos) os primeiros a traduzir este inovador trabalho de Harbulot, que levaria a primeiro-ministro Édith Cresson (no segundo mandato de François Mitterrand) a chamá-lo para, em articulação com o seu gabinete, pilotar o trabalho do que viria a ser o documento fundador da Inteligência Económica, em França, o fundacional “Rapport Martre: Intelligence économique et strategie des entreprises”

E já lá vão 25 anos! Parabéns, mon cher Christian!

5 dias para conhecer a Arte do Corval | Dia 3

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As tradicionais bilhas
As tradicionais bilhas

A pintura decorativa faz parte da Arte

Após a primeira cozedura, a decoração, feita por mãos hábeis
Após a primeira cozedura, a decoração, feita por mãos hábeis

Por ali andou também Neida, igualmente desde os catorze anos, aparentemente a idade iniciática para meter a mão na argila. Porém, assuntos de barro por cozer pareciam não ser com a moça. “Não tinha muito jeito para aquilo nem muita paciência”. Trocou a roda pelos pincéis, onde treina há vinte seis anos apesar de, a tempo inteiro, apenas ter assumido o ofício há dezassete, quando contava vinte e três primaveras. Não é pois caso para admirar que o traço lhe saia de uma só pincelada, que domine a pressão do colorido, que gire a tornetilha com habilidade e afirme que fazer tudo isso “é simples”. “Dois meses, é tempo suficiente para qualquer pessoa ficar a pintar assim”, sorri Neida. O “assim” é pôr pintas, traços curvos e riscas. Permitam-nos as dúvidas mas sessenta dias para risco tão exacto, parece ser avareza de tempo. Facto é que as peças têm os minutos contados nas tornetilhas, que giram ligeiras enquanto os pincéis correm velozes entre o traçado e a tinta.

Tradição mas não em tudo

A essencial delicadeza do traço e 5 tipos de pincéis diferentes, para a decoração de uma única peça
A essencial delicadeza do traço e 5 tipos de pincéis diferentes, para a decoração de uma única peça

É ofício de habilidade e de paciência, este de trabalhar barro. Corre mais depressa a roda do que os segundos num relógio. As mãos não param. Enquanto conversa, Rui Santos vai satisfazendo a última encomenda para a Holanda. São 3000 peças manufacturadas. De quando em vez o garrote excede-se no corte e deixa um vazio no lugar do fundo. As mãos não param e a argila cai, para voltar a ser amassada. Na roda, nova peça ganha já forma.

Vários blocos de barro aguardam, à entrada, a sua vez de passarem de quilos de massa rude a frágeis tigelas de vários tamanhos. De cima do cone que gira na roda, elas nascem, dos afagos exactos, pelas mãos húmidas do artífice. O barro já quase não é feito no local. Apenas para peças que se querem mais resistentes, como as que vão ao lume, a ajudar o sabor da gastronomia portuguesa. Para telhas, tijoleira e tijolo burro o barro é também amassado na Patalim. De forma menos expressiva mas de modo a que a tradição não morra. Se houver encomendas, obviamente que os fazem.

Os tornos devoram blocos de barro, transformados em peças típicas
Os tornos devoram blocos de barro, transformados em peças típicas

Para esses, a argila vem de quintas mais ou menos próximas, ainda em bruto, à espera de amasso, no tanque de água feito no chão, forma resistente de suportar a máquina que vira e revira a argila. A restante massa cor de tijolo chega, já pronta a tornear, da região de Leiria.

“Não compensa amassar barro”, afirma Neida. Até porque uma das quintas onde adquirem a greda virgem mudou de donos e há alguma dificuldade em que os novos proprietários deixem extrair a argila. Além disso, a finura da argamassa em blocos prontos a utilizar, adequa-se melhor às peças para uso doméstico sim mas com uma grande vertente decorativa, que na Olaria Patalim se produzem em grande escala.

Leia também:    5 dias para conhecer a Arte do Corval Dia 1

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Populismo avança na Europa, mas recua na América Latina

Carlos Fino

A Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, não conseguiu, este domingo, nenhum dos objectivos que se propunha alcançar na segunda volta das eleições regionais em França.


A extrema-direita, que tinha ficado em primeiro lugar em seis das treze regiões francesas uma semana antes e contava poder levar de vencida pelo menos duas delas – uma a norte (Nord-Pas de Calais-Picardie) outra a sul (Provence – Alpes – Côte d’Azur) acabou por não ganhar nenhuma.

A inversão – ou melhor, a contenção – da tendência de crescente afirmação da Frente Nacional só foi possível porque de uma semana para a outra ocorreu um verdadeiro “sobressalto republicano”, com socialistas no governo e oposição de direita a fazerem desistências mútuas para erguer – já pela segunda vez! – uma barreira ao avanço da extrema-direita.

O primeiro ministro francês Manuel Valls chegou mesmo a dizer que votar FN poderia “levar à guerra civil”! Foi neste clima que Le Pen acabou por ser derrotada.

MARINE LE PENResta agora saber como serão geridos os ressentimentos gerados – quer no campo democrata pelo voto forçado nos respectivos opositores tradicionais, quer sobretudo no eleitorado FN, que se vê confrontado a ter que aceitar uma derrota humilhante quando parecia estar à beira de uma vitória histórica.

Seja como for, não nos iludamos – as forças populistas que a Frente Nacional representa permanecem muito fortes, com os seus candidatos a registarem votações entre os 30 e 40 por cento ou mais. E Marine Le Pen continua à frente na lista de preferências dos eleitores para as presidenciais de 2017.

A França não é aliás o único país europeu onde o populismo euro-céptico tem vindo a ganhar posições.

Um pouco por todo o lado – da Irlanda à Grécia, passando pela Inglaterra, Holanda, Espanha e Áustria, Itália, e República Checa… – os partidos euro-cépticos viram a sua influência crescer desde que em 2008 rebentou a crise económico-financeira, a austeridade imposta pela Alemanha se instalou e o euro revelou as suas debilidades estruturais.

E só se reforçaram com a onda de refugiados que este ano assolou o velho continente, em boa parte resultado das guerras na Líbia e na Síria, em que alguns dos principais países europeus tiveram directa responsabilidade.

Na Hungria, essas forças de inspiração nacionalista e iliberal estão no poder desde 2010 e em Outubro passado chegaram também ao poder na Polónia.

Expressão clara do descontentamento generalizado com a actual situação do chamado “projecto europeu”, o Reino Unido realizará em 2017 um referendo sobre a sua permanência ou não na União Europeia e o Parlamento da Finlândia – onde os euro-cépticos também estão no poder – abrirá em 2016 um debate nacional sobre a continuação ou não do país na moeda única.

Enquanto isso, na América Latina

É neste pano de fundo de crescente onda populista na Europa que ocorrem agora mudanças de sentido contrário na América Latina.

Primeiro na Venezuela, dia 6, depois na Argentina, dia 10, duas eleições-chave marcaram aparentemente o fim de um ciclo populista neste continente, que vem pelo menos desde final dos anos 90.

São os primeiros efeitos, no plano político, da crise das commodities que está abalar uma série de países, a começar pelos que tinham economias muito centradas na exportação de matérias-primas.

Em Caracas, num escrutínio muito difícil, com tudo armado para lhe dificultar a vida e num clima de intimidação, a oposição democrática conseguiu obter dois terços dos lugares no Parlamento. Uma vitória notável que prenuncia o fim do chavismo, inaugurado em 1998.

MACRIPor seu turno, em Buenos Aires, o candidato oposicionista independente Maurício Macri derrotou o sucessor indicado do regime de inspiração peronista, pondo fim a 12 anos de kirchnerismo.

A transição rumo a uma vida democrática mais regular e transparente não vai ser fácil, nem num país, nem no outro, como o demonstram desde já as circunstâncias que rodearam ou estão ainda a rodear a mudança de poder num e noutro caso.

Na Argentina, Cristina Kirchner entrou em conflito com Macri a pretexto do lugar da cerimónia e acabou por não participar na transmissão da faixa presidencial.

No discurso inaugural, o novo presidente falou de conciliação, dizendo querer governar “com peronistas e não peronistas”, mas a ausência de Cristina deixou uma marca negativa e Macri terá de fazer um esforço redobrado para convencer os 48% que nele não votaram a aderir ao projecto de renovação económica e social que defende e foi sancionado nas urnas.

(Foto AP/Fernando Llano)
(Foto AP/Fernando Llano)

Mais grave é a situação na Venezuela, onde o presidente Maduro, sucessor de Chavez ainda no poder à frente de um governo de sentido contrário à nova maioria parlamentar, já deu provas claras de não aceitar passivamente o resultado das eleições. A manter-se essa atitude, podemos vir a assistir a um perigoso confronto de poderes em Caracas, tudo dependendo da posição que vierem a tomar as forças armadas.

É do interesse de todos os democratas que a razão prevaleça e que num caso e noutro se estabeleça um diálogo que evite choques e rupturas, assegurando uma transição pacífica para uma vida política equilibrada e livre, onde a mudança de poder se opere sem traumas.

Numa altura em que na Europa sopram ventos anti-liberais e populistas, apenas contidos agora em França, a América Latina poderia dar um valioso contributo para a estabilidade garantindo uma transição suave do populismo dos últimos anos para uma maior normalidade democrática.

Brasília, 13 de Dezembro de 2015

 

De Norte a Sul: os eventos da semana

FIGuitarraLeiriaVII Festival Internacional de Guitarra de Leiria

Até dia 22 de Dezembro, o Orfeão de Leiria é o anfitrião do VII Festival Internacional de Guitarra da cidade. Depois do VII Concurso Nacional de Guitarra, ocorrido no passado dia 12 na Sala Rui Barral do Orfeão de Leiria – Conservatório de Artes, seguir-se á o concerto, dia 18, de Thibaut Garcia (França) no mesmo local às 21h30, e no dia 19h à mesma hora é a vez do canadiano Thierry Bégin-Lamontagne. O português André Ferreira apresenta-se dia 20 às 21h30. Em paralelo, entre os dias 18 e 21 de Dezembro, decorre a XI Master Classe de Guitarra dirigida pelos artistas Thierry Bégin-Lamontagne, Thibaut Garcia, José Mesquita Lopes e Ilda Coelho. A recta final de concertos cumpre-se dias 21 às 21h30 com o Concerto Final do Festival, no Auditório José Neto do Orfeão de Leiria, e dia 22 às 21h30 com o Concurso Internacional de Guitarra na Sala Rui Barral.

 

amares

Amares: Chegou o Natal

Também até 22 de Dezembro é possível visitar o Mercado Natalício de Amares, que decorre das 9h às 18h no Mercado Municipal, e descobrir o melhor artesanato e produtos típicos da região.

 

cavaleiroBraga: “Cavaleiro Procura-se”

O Theatro Circo recebe, a 15 de Dezembro, pelas 15h e pelas 21h30, o espectáculo “Cavaleiro Procura-se”, de Marco Ferreira e Sónia Botelho. Esta é uma produção Teatro das Beiras e os bilhetes custam 10€.

 

Oeiras: Falar de “Livros Proibidos”BiblioMunOeiras

Dia 16 de Dezembro às 21h30 continua o Ciclo de Conversas sobre “Livros Proibidos” na Bibliteca Municipal de Oeiras. A convidada desta data é a arquitecta Helena Roseta, que vai falar sobre o livro “Antologia Portuguesa de Poesia Erótica e Satírica” de Natália Correia. Com moderação de Ricardo Costa, esta edição do Ciclo é dedicada a uma obra censurada pelo Estado Novo, por ser considerada “ofensiva do pudor geral, da decência e da moralidade pública e dos bons costumes”, tendo inclusive levado a que a poetisa fosse condenada a três anos de prisão com pena suspensa.

 

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Maia: Dança no Auditório Quinta da Caverneira

O Estúdio B apresenta, a 17 e 18 de Dezembro, no Auditório da Quinta da Caverneira, as suas mais recentes produções, “Toda a Aproximação é um Conflito” e “Oásis”. Os bilhetes custam 5€.

 

“Portátil”: Humor do outro lado do Atlântico1080x400

O colectivo de humoristas do fenómeno de Internet “Porta dos Fundos” regressa a Portugal para vários espectáculos em Dezembro. Dia 17 de Dezembro é a vez do Theatro Circo em Braga, dia 18 no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria e dia 19 de Dezembro no Teatro Aveirense, em Aveiro. Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Luís Lobianco e Gustavo Miranda apresentam um espectáculo de comédia de improvisação, durante 70 minutos sem intervalo, em que o processo criativo do humor se desenvolve mesmo perante o público, sem rede nem ensaio prévio. Os humoristas pretendem assim chegar não só aos admiradores e seguidores do programa de sucesso na Internet mas também ao público em geral.

 

serralvesPorto: “Lisboa, Cidade Triste e Alegre”

Vai ser lançado, no próximo dia 17 de Dezembro, pelas 19h, na Fundação de Serralves, o livro “Lisboa, Cidade Triste e Alegre”, de Victor Palla e Costa Martins. Este é o mais importante photobook português, editado pela primeira vez em 1959 em sete fascículos subscritos, que será agora reeditado e incluindo uma nova introdução do crítico inglês Gerry Badger. O lançamento do livro contará também com a presença especial de Teresa Siza e Álvaro Domingues bem como dos editores José Pedro Cortes e André Príncipe.

 

concertonatal

Barreiro: Concerto de Natal

O organista Daniel Oliveira apresenta-se, dia 18 de Dezembro às 21h30, para um concerto com temas alusivos ao Natal na Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro. A entrada é livre.

 

Bazart

Maia: “Baz’Art”

É inaugurada a 18 de Dezembro a exposição “Baz’Art”, no Fórum da Maia. Esta é uma mostra colectiva de artes plásticas/venda de Natal, que decorre até dia 2 de Janeiro. A entrada é gratuita e os visitantes podem observar trabalhos de Isaque Pinheiro, José Augusto Martins, José Soares, Sofia Torres, Juliana Ribeira e Oficina Rara.

 

 

Setúbal: Rão Kyao em concertorao

O músico Rão Kyao actua dia 18 de Dezembro, às 21h30, no Fórum Municipal Luísa Todi, tendo como convidados Filipa Pais, Isabel Silvestre, Ricardo Ribeiro e a instrumentista chinesa de pipa Lu Yanan. Este espectáculo vai percorrer os êxitos da carreira do músico, cuja obra absorveu diversas influências, do fado ao folclore, do jazz à música do Oriente.

 

pedrocaldeira

Marinha Grande: Concerto

Pedro Caldeira Cabral, músico de guitarra portuguesa, compositor e investigador, actua no dia 19 de Dezembro às 21h30 no Teatro Stephens, acompanhado por Joaquim António Silva (viola) e Duncan Fox (contrabaixo). Sob o título “Guitarristas Lendários – Uma Homenagem a Carlos Paredes”, o espectáculo revisita o repertório de vários intérpretes relevantes do instrumento, com destaque para o mestre da guitarra portuguesa, Carlos Paredes.

 

Póvoa de Varzim: Concerto de Galapovoa

No dia 19 de Dezembro, pelas 21h30, terá lugar, no Cine-Teatro Garrett, um Concerto de Gala pela Banda Musical da Póvoa de Varzim. O preço dos bilhetes é de 5€ para não sócios e de 3€ para sócios da Associação Banda Musical.

 

FilipePintoLisboa: Filipe Pinto em concerto

O cantor Filipe Pinto apresenta-se em concerto, dia 19 de Dezembro às 18h, no Coreto do Jardim da Estrela, em Lisboa. O jovem cantautor venceu a terceira edição do concurso de talentos “Ídolos” e tem dois álbuns editados, tendo vencido o MTV Europe Music Award para Best Portuguese Act em 2013. Apreciador do grunge, do pop e do rock, Filipe Pinto aposta sobretudo na voz e na guitarra para as suas canções.

 Entrevista

Sintra: “O Rei Vai Nú”

O Fio d’Azeite – Grupo de Marionetas do Chão de Oliva apresenta “O Rei Vai Nú”, adaptação da conhecida obra de Hans Christian Andersen, em que as marionetas dão vida a esta obra conhecida por todas as gerações. Na Casa de Teatro de Sintra, até 21 de Dezembro, sábados e domingos às 16h.

 

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Lisboa: Teatro inspirado em Tchekov

O Projecto UmColectivo apresenta, no Espaço Zoot da LxFactory, “Irina”, peça de Luísa Monteiro a partir de Anton Tchekov. Esta peça inspira-se numa das obras do dramaturgo russo, “As Três Irmãs”, escrita em 1900, e que fala da história de três irmãs russas que vivem na província e o desenrolar dos seus sonhos e desilusões de uma vida. A peça, que leva o nome de uma das irmãs, está em cena no Espaço Zoot de 21 a 27 de Dezembro às 22h.

 

Cascais: Macbeth em cenamacbeth

O Teatro Experimental de Cascais celebra este ano meio século de existência. No âmbito das comemorações está em cena, até 27 de Dezembro, “Macbeth”, a conhecida peça de William Shakespeare. A história sobre poder e ambição de um casal que toma de forma ilegítima e violenta o trono da Escócia é considerada uma “peça maldita”, pelos incidentes registados ao longo dos tempos, desde a primeira encenação no Reino Unido, desde morte de actores até incêndios nos teatros onde decorreram. De quarta a sábado às 21h e domingo às 16h no Teatro Mirita Casimiro, com encenação de Carlos Avilez e interpretação de André Marques, Bruno Ambrósio, Bruno Bernardo, Cláudia Semedo, Filipe Abreu, Flávia Gusmão, Gonçalo Carvalho, João Jesus, José Condessa, Lídia Muñoz, Luís Lobão, Luís Rizo, Marco D’Almeida, Miguel Amorim, Paula Lobo Antunes, Pedro Caeiro, Pedro Russo, Raquel Oliveira, Rodrigo Tomás, Sérgio Silva e Teresa Côrte-Real.

 

Obras no conservatório (Lisboa)Lisboa: Exposição na Escola de Música do Conservatório Nacional

A Escola de Música do Conservatório Nacional apresenta, até dia 15 de Janeiro de 2016, a exposição “A Cidade E A Música: Reabilitação e Ampliação da Escola de Música do Conservatório Nacional”, uma mostra de dez projectos académicos de Arquitectura por alunos do ISCTE – IUL visando a reabilitação do Convento dos Caetanos, onde funciona a instituição.

 

Marinha Grande: Presépios em exposiçãopresepios

Até 29 de Janeiro, o Museu Joaquim Correia tem patente ao público uma exposição de presépios doados por Joaquim Correia, feitos pelo próprio, e pela sua família. A exposição marca assim os 18 anos do espaço museológico, inaugurado a 5 de Dezembro de 1997, no Palácio Tabner de Morais, também conhecido pelo Palácio dos Barosas. O Museu leva o nome de um dos mais conceituados artistas da região, o escultor Joaquim Correia, que criou desde bustos a estátuas, passando por medalhas, desenhos e pinturas.

 

quebraTorres Vedras: Exposição

Até 12 de Março de 2016, estará patente ao público na Fábrica das Histórias – Casa Jaime Umbelino a exposição “O Pequeno Grande Quebra-Nozes”, da autoria de Olga Neves, artista torriense que se inspirou no conto de E.T.A. Hoffman “O Quebra-Nozes e o Rei dos Ratões”, que mais tarde foi musicado por Tchaikowsky no mundialmente célebre bailado.

Salário Mínimo

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João Vasco AlmeidaVamos lá a contas sobre o salário mínimo nacional. Mínimo quer dizer “A menor quantidade” ou “Muito pequeno”, segundo a Porto. Assim, estamos a falar do mais pequeno salário que alguém pode receber.

Para que serve? Segundo a história, gamada aqui à Wikipedia para não vos maçar muito: “Considerava-se que os proprietários tinham um poder negocial muito forte, e os salários-mínimos foram propostos com o intuito de fazer com que todos tivessem um salário justo”. Dito isto, as contas.

Uma casa numa cidade não custa menos de 350 euros. Junte-se água, luz, gás, e estamos com mais cem euros. Alimentação, vestuário e calçado, assim por alto, uns 200 euros e é a comer em casa e poucachinho, cheio de grão e arroz. Passe social, esse luxo, 40 euros. Até agora temos 690 euros de despesas, verdade? Casa piquinina, transportes, o normal.

Agora espetemos aqui um filho. Mais 120 euros, curtinhos, mas com boa vontade, sem actividades extras. Vamos com 810 só para um proletário simples, monoparental, uma cria.

A malta contenta-se com pouco, por isso uma vodafonezinha para ver o Hollywood e aquela série dos zombies: mais 26 euros. Telemóvel? Carrega 25, senão a meio acaba. Estamos com quanto?

Com 861 euros. E ainda não foste ao médico, nem bebeste um café, nem mandaste arranjar o esquentador e ai de nós se, quando éramos ricos, tínhamos cartão de crédito, senão lá vai a pancada de 90 euros só para os luxos de antanho.

Salário mínimo? Assim como dizia a definição?

É mil euros, fachavor. Menos, é exploração. O resto é conversa e má política.

2ª volta das eleições regionais francesas: extrema-direita não atinge objectivo

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Cronologia da derrota da extrema-direita na 2ª volta das Eleições Regionais em França, hoje.

Cerca das 17:00 locais, a participação eleitoral na segunda volta das regionais era de 50%; bastante mais do que na primeira volta.
Le PenSe a Frente Nacional de Marine Le Pen conquistou mais de metade das regiões há uma semana, o resultado pode ser diferente, agora…
A abstenção é um dos maiores desafios do acto eleitoral de hoje…

Cerca das 19:15 PT, de acordo com resultados provisórios, os Socialistas obterão entre 3 e 6 regiões, os Republicanos, entre 5 e 9…

A Frente Nacional poderá não conseguir qualquer presidência…

À hora do fecho das urnas, estima-se que a participação eleitoral seja de 59 por cento, nove pontos a mais do que no escrutínio de há oito dias. O aumento da participação dos eleitores é mais relevante nas regiões onde havia maior possibilidade de vitória por parte da FN.

E é oficial: a líder da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, foi a grande derrotada.

Manuel VallsO primeiro-ministro socialista francês, Manuel Valls, apelou na noite de segunda-feira, à votação na direita em três regiões, para procurar evitar a vitória da extrema-direita na segunda volta das eleições regionais)

Marine perdeu no Norte, a sobrinha Marion Maréchal-Le Pen no Sul e Florian Philippo, estratega do partido, na região do grande Leste.

De notar que a Frente Nacional, fundada em 1972, e presidida desde 2011 por Marine Le Pen, é um partido anti-europeísta, e anti-imigração, que dirige vários municípios franceses, mas nunca liderou a nível regional.

Parabéns Tom Verlaine

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Guitarista, fundador dos Television, faz hoje 66 anos

Embora esteja hoje a apagar 66 velas, o guitarrista e cantor norte-americano Tom Verlaine só se tornaria conhecido durante o período do punk-rock, quando fundou a banda nova-iorquina Television que editou em 1977 um extraordinário álbum – “Marquee Moon” -, verdadeiro percursor do movimento “new wave”.

verlaine 3Thomas Miller (Tom Verlaine) nasceu a 13 de Dezembro de 1949 em Denville, no estado norte-americano de New Jersey, mas cedo se mudou para Delaware, onde aos seis anos já aprendia a tocar piano, mas na escola secundária iria descobrir a sua nova paixão: o saxofone, fruto da descoberta da excelência da obra do saxofonista Stan Getz. O jovem Thomas ligava então pouco à guitarra eléctrica, até que começou a ouvir os Rolling Stones e os riffs de Keith Richards, enquanto ia exercitando os seus dotes de poeta. E quase sempre ao lado do seu amigo e colega de escola Richard Meyers (mais tarde, Richard Hell), com quem partilhava o gosto pela música e poesia.

Quando o amigo abandonou a escola secundária, fugindo para Nova Iorque, Thomas Miller segui-o, adoptando então o nome de Verlaine, em honra do poeta francês Paul Verlaine. Os dois acabariam por formar uma banda, The Neon Boys, juntamente com o baterista Billy Ficca. Mas, rapidamente, os Neon Boys se iriam transformar em Television, com a entrada do guitarrista Richard Lloyd. A banda começa então um percurso de culto, actuando em clubes punks da cidade como o CBGB e o Max’s Kansas City. O grupo rapidamente ganhou um estatuto de referência na cena rock alternativa de Nova Iorque, mas também com a dupla Verlaine/Hell em crescente conflito pessoal, que culminou com a saída de Richard Hell em 1975.TELEVISION MARQUUE MOON LP

Mas é em Setembro de 1976 que os Television iriam gravar a sua grande obra, “Marquee Moon”, mercê de um contrato discográfico com a Elektra Records. O álbum foi posto à venda em Fevereiro de 1977 e teve uma recepção positiva por parte da crítica, mas sem igual resposta por parte do público que quase ignorou o disco. Mas para surpresa de todos “Marquee Moon” iria ter êxito comercial no outro lado do Oceano Atlântico, no Reino Unido, então em plena revolução do “punk-rock”. Os Television também chegavam conectados com este movimento, mas mostravam um som bem diferente. A agressividade e simplicidade da música e das letras do punk era aqui substituída por uma malha sonora mais melodiosa, sobretudo nas guitarras, com canções bem mais intimistas, com letras de sinal poético. Em pleno reino do punk puro e duro, “Marquee Moon” mostrava outros caminhos, que seriam percorridos depois por um largo número de bandas e músicos da “new wave”.

Os Television iriam ainda editar outro álbum de originais, “Adventure”, em 1978, mas sem o brilhantismo do precedente. Tom Verlaine interpretou então uma carreira em nome próprio, com a edição de uma dezena de álbuns – o último, “Around”, data de 2006. De entre os seus álbuns a solo salientem-se, pela sua qualidade, dois deles: “Tom Verlaine” de 1979 e “Words From The Front” de 1982. Em 1992, os Television voltaram a reunir-se, mantendo-se em actividade até aos dias de hoje, dando esporádicos concertos e prometendo novo disco para breve. De entre os últimos concertos que deram saliente-se a brilhante actuação no “Beco 203 Music Festival” em São Paulo, no Brasil.

Impressão de ténis 3D a partir de lixo marítimo

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Impressão 3D - Ténis Adidas e a Parley for the Oceans

A impressão 3D continua a sua caminhada para a omnipresença antes da mudança de década e eis mais uma solução: a impressão de calçado a partir de lixo reciclado, mais propriamente de plástico recuperado dos oceanos!

A experiência foi conseguida através da parceria entre a Adidas e a Parley for the Oceans e desvendada durante um dos painéis da COP21, Conferência do Clima da ONU e serviu também como alerta. As empresas não têm planos de massificar este produto porque, e afinal, o plástico mesmo reciclado continua a ser poluente.

O protótipo é baseado no modelo Futurecraft 3D que pode ser impresso em 3D.

Conferência do Clima: acordo contra o aquecimento global, entre foguetes e críticas

A palavra aos EspecialistasRepresentantes de 195 países, aprovaram em Paris um acordo global sem precedentes para combater as alterações climáticas, que em 2020 vai substituir o Protocolo de Quioto. Aclamado como acordo histórico pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e pelo presidente francês, François Hollande, o texto do acordo final está longe de ser o passo revolucionário anunciado.

O verdadeiro teste para o acordo de Paris começa na Primavera de 2016, quando o processo de ratificação pelos parlamentos nacionais terá início.

Os países participantes na 21ª Conferência do Clima da ONU (COP21), conseguiram aprovar, no Sábado, um acordo-quadro para limitar o aquecimento global, concordando em coordenar esforços para conter a subida da temperatura do planeta a 1,5ºC. A cerimónia de assinatura do acordo terá lugar no dia 22 de Abril, na sede da ONU em Nova Iorque.

Depois de anos de negociações e hesitações, seis anos depois do fiasco da cimeira da Copenhaga, foi conseguido um documento universal que permitiu ultrapassar divergências, mas o acordo é criticado por falta de ambição, face à grave situação climática.

nelson-pequenoA organização Avaaz – Le Monde en Action, organizadora da Marcha para o Clima que afinal não foi autorizada pelas autoridades francesas, chama ao acordo um ponto de viragem na história do combate das ONGS a favor de soluções para a crise climática.

O texto deve ajudar a reorientar a economia global para um modelo de baixo carbono, mas não prevê o abandono dos combustíveis fósseis nem o limite das emissões de CO2. Todos os países devem adoptar planos nacionais de redução das emissões de gases de efeito de estufa e de adaptação às alterações climáticas. A primeira avaliação global terá lugar em 2023.

Nas 31 páginas do texto final algumas das obrigações definidas são redigidas de forma a deixar desconfiados os ambientalistas que seguem de perto este processo. “Antes de deitar foguetes, esperemos para ver como os estados vão aplicar este texto a nível nacional”, tempera Tim Gore, responsável da Oxfam International, uma confederação de 13 organizações que em vários países do mundo desenvolvem acções de combate à pobreza e em prol do desenvolvimento sustentável.

O preâmbulo do acordo sublinha, pela primeira vez na história das Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, o objectivo de longo prazo de “limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC”, apesar de o primeiro objectivo ser permanecer nos 2ºC, mas Mohamed Adow, da ONG Christian Aid, ressalva que “o resto do texto não está conforme à meta de um aumento máximo de 1,5ºC”, fazendo notar que não foram apontados compromissos a curto prazo que permitam alcançar tal objectivo. Para mais, o documento não faz referências à descarbonização evocada antes da cimeira de Paris pela ministra federal do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, ou ao desenvolvimento de energias renováveis.

A ONG Action Aid adverte entretanto que o quadro financeiro traçado em Paris não é suficientemente claro. Para Brandon Wu, assessor da organização, “aqueles que clamam sucesso deveriam prestar mais atenção aos detalhes relativos à questão financeira”, pois o texto final é “pior, no que diz respeito a este aspecto, que o projecto anterior”. O texto de Paris limita-se a prever um possível aumento dos valores destinados aos países pobres, tornando os 100 mil milhões previstos em 2009, um simples patamar que os países ricos podem elevar, sem ser a isso obrigados.

Uma secção inteira do documento é dedicada às obrigações dos países desenvolvidos no que toca à assistência a prestar aos países mais afectados pela mudança climática no sentido de os ajudar a enfrentar o problema. O acordo sublinha que uma parte dos fundos verdes (100 mil milhões de dólares por ano a partir de 2020) devem ser dedicados a esta questão, mas a formulação escolhida decepciona. Os países mais pobres queriam que metade deste dinheiro fosse aplicado aos esforços de adaptação e a outra metade às medidas de redução de emissões. Os países desenvolvidos conseguiram porém que no texto final não tenha sido escrito nenhum objectivo com um valor preciso, o que provocou críticas de várias ONGs.

O documento final refere-se no preâmbulo a “obrigações em termos de protecção dos direitos do homem”, que não eram mencionados no acordo anterior. Teresa Anderson, da Action Aid, reconhece que esta referência cria “uma certa base jurídica” para defender os direitos das vítimas de abusos em conflitos de carácter ambiental, como nos casos de desflorestação ilegal, mas lamenta que os direitos humanos tenham sido confinados ao preâmbulo, lembrando que “Se esta referência figurasse no próprio acordo, haveria uma obrigação legal mais forte”.

As promessas de redução de emissões assumidos pelas partes que discutiram o acordo antes do início da cimeira não são suficientes para garantir a permanência abaixo da fasquia de um aumento de 2°C da temperatura em 2100. Foi por isso necessário introduzir um sistema de revisão periódica dos compromissos a cada cinco anos. Um mecanismo positivo que alguns países queriam evitar, como as potências petrolíferas, mas a primeira revisão obrigatória dos compromissos não tem que ser feita antes de 2024, uma data que algumas ONGs e os países pobres consideram ser tarde demais.

Esta é a primeira vez que um acordo climático inclui um parágrafo inteiro sobre o reconhecimento das perdas e danos, o que equivale a reconhecer que a poluição emitida pelos países desenvolvidos teve impactos negativos irreversíveis sobre outros países. Um reconhecimento que Gerry Arrances, coordenador do Movimento Filipino pela Justiça Climática, considera vazio de consequências, pois o artigo que aborda esta questão exclui a possibilidade de responsabilizar um Estado poluidor e de exigir uma indemnização, resultado da oposição dos Estados Unidos a esta eventualidade legal.

Efeméride no Brasil: Acto Institucional ou a “lei da rolha” da ditadura militar

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jornalistas LivresPassam hoje 47 anos sobre a promulgação do Acto Institucional, lei da ditadura militar do Brasil, conhecida como AI-5. Recorda o jornal brasileiro Fato Online que, a 13 de Dezembro de 1968, era anunciado pelo regime de Arthur da Costa e Silva o Acto Institucional Número 5, que eliminava os últimos aspectos de democracia que restavam no país. O ministro da Justiça, Luiz Augusto da Gama e Silva, falou pela televisão a partir do Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e anunciou os termos do AI.

A lei instituía que quaisquer mandatos políticos podiam ser terminados sem justificações, determinava que os direitos políticos de qualquer cidadão poderiam ser suspensos por dez anos e o governo federal ficava a partir de então mandatado a intervir como quisesse nos estados e municípios brasileiros, destituindo os seus governantes. Qualquer cidadão poderia ver os seus bens confiscados, sob a acusação de enriquecimento ilícito, e o ‘habeas corpus’ era extinto para os acusados de crimes políticos.

 

Quando a lei do silêncio instaurou um clima pesado por dez anos

O ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek era preso no dia seguinte, ao sair de uma festa no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e logo de seguida era detido Carlos Lacerda, arqui-inimigo do ex-chefe de Estado brasileiro e apontado como apoiante do golpe militar de 1964 que instaurou a ditadura no país. Foi libertado uma semana depois, uma vez que se temia pela sua saúde dado que tinha entrado em greve de fome. Houve presos e torturados pelo regime militar, pessoas que desapareciam de suas casas e não voltaram.

Ao blog Jornalistas Livres, o repórter brasileiro Adriano Diogo, também ele preso e torturado durante a ditadura, recorda o caso do estudante do ensino secundário Edson Luís de Lima Souto, morto pela polícia quando se escondia da repressão dentro de um restaurante carioca e que os membros da União Nacional de Estudantes (UNE), que promovia manifestações de protesto e reuniões para discutir a contestação ao regime, foram jurados de morte. Numa espécie de coincidência macabra, relembra o Fato Online, o AI anunciado a 13 de Dezembro de 1968 tinha 13 artigos, e logo a seguir as autoridades da ditadura militar promulgaram numa acta mantida secreta até hoje os nomes de treze pessoas que, ao abrigo do AI, perderam os seus direitos políticos por dez anos. Esta era apenas a primeira de várias listas de inimigos do regime, como assumiu o próprio Costa e Silva.

 

Risco de regresso da ditadura?

Quarenta e sete anos depois, e já em democracia, o Brasil vive dias de agitação, com sucessivas manifestações a favor e contra Dilma Rousseff. Primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto, a líder do Partido dos Trabalhadores (PT) em pleno segundo mandato como chefe de Estado, é contestada pela situação económica do país e pelos sucessivos escândalos de corrupção, alguns deles “herdados” do mandato de Luiz Inácio “Lula” da Silva.

Ato contra Dilma cartazes em frances inglês

As opiniões dividem-se: para uns, Dilma deve ser destituída através de um processo de impeachment que está já em marcha, porque as suspeitas de envolvimento nesses escândalos são demasiado graves e terá falhado como presidente do Brasil, não evitando a crise económica que o país atravessa; para outros, o impeachment não faz sentido. Chegam a falar de tentativa de golpe de Estado e consideram esta contestação à “presidenta” uma manobra levada a cabo por aqueles que desejam o regresso da ditadura militar, ou então, será na melhor das hipóteses uma vingança de Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados eleito pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) do Rio de Janeiro, ele próprio investigado por suspeita de envolvimento em escândalos de corrupção. Fala-se mesmo que as classes mais altas apoiam uma intervenção militar e a instauração de uma ditadura.

O jornal Folha de São Paulo escreve, no seu editorial de hoje, intitulado “Já Chega”, que “A presença de Eduardo Cunha à frente da Câmara assume características nocivas para a ordem institucional do país”. “Seus expedientes infames conspurcam o processo de impeachment, que parece encarar como vendeta pessoal. Já chega. O personagem que Eduardo Cunha representa, plasmado em desfaçatez e prepotência, está com os dias contados –ele próprio sabe disso. É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez”.

O Estadão, por sua vez, alega que Dilma Rousseff não pode mais ficar no cargo porque “adoptou a irresponsabilidade como método de governo”, acusando a chefe de Estado de violar de forma sistemática e deliberada as leis referentes à gestão de contas públicas “mesmo diante de insistentes alertas de técnicos do governo”. Ataca a chamada “nova matriz macroeconómica” defendida pela líder, que é classificada de “delírio estatista nascido das convicções de Dilma” e que um relatório secreto de 2013 terá revelado que essa política da sucessora de Lula da Silva iria causar um passivo de 41 biliões de reais (cerca de 94 mil milhões de euros) nas contas do país. Termina acusando a presidente brasileira de ser a responsável da crise económica.

 

Bloco e PCP em competição pelo fim das portagens na Via do Infante

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via infante

O Bloco de Esquerda (BE) e o PCP parecem andar a competir para ver quem é o maior defensor do fim das portagens na Via do Infante (A22). O deputado algarvio do BE, João Vasconcelos, tinha fixado o dia 8 de Dezembro – data em que se cumpriram quatro anos sobre a introdução das portagens – para a entrega no Parlamento de uma proposta com esse objectivo, mas o PCP antecipou-se e, no dia 3, já lá estava uma proposta de resolução que tinha como primeiro subscritor o eleito daquele partido pela região, Paulo Sá.

Acontece que o efeito prático de uma proposta de resolução é basicamente o de uma recomendação. Para elevar a fasquia, o documento do Bloco assume a forma de um projecto-lei que, caso seja aprovado, terá efeito legal e acabará mesmo com as portagens.

Os motivos invocados no documento são basicamente os mesmos referidos pelo PCP. Alega-se que uma parte substancial da Via do Infante foi construída com fundos comunitários e não com o recurso ao modelo SCUT, em que o Estado fica a pagar à concessionária em vez de serem os utilizadores a fazê-lo.

Refere-se também os impactos negativos na economia e, ainda mais grave, os acidentes que se registam na região devido à fuga dos condutores para as vias sem portagens, nomeadamente a Estrada Nacional 125. O Bloco alerta para a forte possibilidade de a região chegar ao fim do ano “com cerca de 10 000 acidentes de viação registados, com uma média de 27 acidentes por dia – um verdadeiro estado de guerra não declarado, mas permanente”. Trata-se de “uma situação trágica e insustentável por muito mais tempo”.

O Bloco tenta pressionar o Partido Socialista, ao lembrar duas declarações de António Costa, em que se mostrava sensível perante a situação e admitia algumas mudanças, sem, no entanto, se comprometer com o fim das portagens.

Contudo, as pretensões do Bloco e do PCP não deverão tornar-se realidade, pelo menos, no curto prazo, pois o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, veio, de imediato, garantir que “não está em cima da mesa do Governo a abolição de portagens”, embora prometa que uma unidade de missão irá “estudar condições para melhorar a mobilidade no interior”.

Já durante a campanha eleitoral, a posição dos candidatos socialistas tinha sido a de reduzir o valor das portagens. Portanto, parece fora de questão que os documentos apresentados por estes partidos obtenham o apoio dos eleitos do PS e sejam aprovados. O mais provável é o partido de António Costa avançar com uma proposta própria de corte do preço das portagens na ordem dos 30 a 50%, valores referidos por José Apolinário, o cabeça-de-lista do PS pela região, que é, actualmente, secretário de Estado das Pescas.

5 dias para conhecer a Arte do Corval | Dia 2

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Rui Santos, o Mestre Oleiro mais novo do Corval
Rui Santos, o Mestre Oleiro mais novo do Corval

Uma Arte sem sucessão?

Aparentemente, o abastecimento de gente para abrir novas olarias parou. Hoje não há aprendizes. Rui Santos foi o último. Já lá vão vinte e sete anos, desde o tempo em que ocupava os dias de férias a amassar barro e a tentar dominar as voltas que a roda de oleiro dá. “Quatro a cinco anos, é o tempo que demora a formar um oleiro”, conta-nos. Por formar um oleiro entende-se a capacidade de reproduzir peças similares, que nestas coisas do trabalho manual não há exactidões possíveis, sem o recurso constante às medidas e fazer com que a peça saia fluída e

Os tradicionais tachos de barro
Os tradicionais tachos de barro

naturalmente, como as que brotam das mãos de Rui Santos. “Não há hipótese de pagar a um aprendiz durante anos para ele estragar barro”. E os tempos mudaram. Sem ganho não há quem queira aprender o ofício. Rui Santos repesca o exemplo do sobrinho que, afirma, “preferia levantar-se às 05:00 para ir à apanha da azeitona, a 200 km daqui, do que trabalhar na olaria do pai, Egídio Santos”.

Agricultura e construção, eventualmente um pouco de hotelaria, é o que há pelo sítio. Por outro lado, em tempo que se diz de crise, não cabem pressas nem se sente necessidade no investimento à criação de novos profissionais. “Quando há mais trabalho, optamos pelas horas extras”. Em causa não só a dificuldade de formação de um oleiro mas também a ausência de gente formada disponível. “Os que sabem, trabalham quase todos por conta própria”.

Ali trabalham a tempo inteiro cinco pessoas. O mestre oleiro e quatro decoradoras, entre as quais se conta Neida. De vez em quando um antigo empregado, José Orlando, que já abandonou o mister, dá uma ajuda. Entrou na Patalim aos 14 anos, na altura a ganhar cinquenta escudos (vinte cinco cêntimos) por semana. Foi um dos poucos casos em que se pagou a um aprendiz.

Leia também: 5 dias para conhecer a Arte do Corval Dia 1

 

 

Um Marcelo

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João Vasco AlmeidaAnda aí gente deseducada a pensar que Marcelo Rebelo de Sousa não é à direita quanto baste. Um erro, mas que pode ser uma maravilha para a Esquerda paralamentária. Se Sampaio da Nóvoa e a Senhora Belém explorarem isto como deve ser, acusam-no de perigoso esquerdismo e os garotos do PSD fogem logo. Com sorte e alka-seltzer ainda vão votar na Marisa ou no padre Edgar, só para a birra. E com mais sorte ainda Marcelo terá de ir à segunda volta, convencer o seu eleitorado de que é, afinal, mais à direita que um Vichy e do que qualquer vichyssoise.

Mas a gente educada sabe o contrário: quem não quer ser lobo não lhe veste a pele. Ver Marcelo pelo país, com a casaca de cordeiro, muito sim-senhor, mais com certeza, é um dos grandes trunfos do candidato. Milhares de espectadores d’”A Quinta” e dos debates de Pedro Guerra contra o mundo farão do professor um herói dos moderados, um campeão dos centristas. Lá para fim de Janeiro haverá quem lhe chame o verdadeiro “espírito de Sá Carneiro”.

António Costa não errou ao dar liberdade de voto aos militantes e simpatizantes do PS – que são gente muito diversa e nunca se contentariam com a obrigação de voto. O erro de Costa foi não decidir no momento certo que Nóvoa (ou Belém) seria quem representava o socialismo democrático, sopesando assim o equilibrismo do governo “à esquerda” com um candidato “ao centro”, que retiraria palco a Marcelo. Mas pedir a Costa que seja um estratega decisor pode ser contranatura, para quem aprendeu a decidir com Guterres.

Academia decepciona e escolhe A Juventude e Sorrentino

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28º Prémios do Cinema Europeu

45 anos Charlotte

 

Sir Michael Caine e Charlotte Rampling foram os homenageados e os actores europeus do ano

PAULO PORTUGAL EM BERLIM

SET DEL FILM "LA GIOVINEZZA" DI PAOLO SORRENTINO. NELLA FOTO MICHAEL CAINE. FOTO DI GIANNI FIORITO
SET DEL FILM “LA GIOVINEZZA”
DI PAOLO SORRENTINO.
NELLA FOTO MICHAEL CAINE.
FOTO DI GIANNI FIORITO

A Academia preferiu a A Juventude, de Paolo Sorrentino, em vez da idade madura, serena e tão emotiva de 45 Anos, do britânico Andrew Haigh, que estreia no nosso país na noite de consoada. Por isso, quem não aprecia o Natal, terá aqui uma noite sublime. E preferiu mesmo o cinema burguês à ousadia do grego Yorgos Lanthimos, no muito original e provocador The Lobster (ainda sem data de estreia). Uma escolha que dividiu bastante a imprensa internacional: por mim, ganhava um qualquer, menos este, referiu um dos colegas, partilhando a escolha controversa da Academia por uma produção tão farta em dinheiro e ostentação como parca em ideias e, até, em cinema. Isto dois anos depois do realizador italiano ter arrebatado os prémios mais importantes por A Grande Beleza.

 

Paolo Sorrentino arrecadou mesmo os prémios principais na edição deste ano dos EFA. Melhor Filme, Realização e Melhor Actor (Michael Caine). Venceu assim o modelo de co-produção burguês abastado e rico, entre a Itália, França e Suíça.

Charlotte RamplingSem surpresa também Michael Caine (A Juventude) e Charlotte Rampling (45 Anos) preencheram as slots no plano interpretativo, apresentados pela holandesa Carice van Houton e o dinamarquês Jesper Christensen. Há 50 anos que não ganho um prémio e eis que numa noite ganho dois, referiu  Sir Michael. É muito estranho porque normalmente bato palmas pelos outros. Não sei o que dizer.

Charlotte também disse: Ao contrário do Michael eu já recebi alguns prémios, mas lembro-me que não era bem isso que eu queria; queria sim fazer filmes e ter a experiência de viver uma vida e de a colocar num filme. Em breve poderemos ler aqui, no Tornado, a entrevista que Miss Rampling nos concedeu.

 

 

45 Anos/Charlotte Rampling – trailer em português do Brasil

 

Vasco PimentelPortugal por Vasco Pimentel

Portugal esteve representado por Vasco Pimentel e Miguel Martins, com o prémio do design de som, atribuído ao tríptico As Mil e Uma Noites, de Miguel Gomes. Vasco Pimentel elogiou a Academia por entregar o prémio a um filme de seis horas sem um único tiro e apenas com uma única explosão. São 381 minutos de grande ousadia, como descreveu um Wim Wenders visivelmente entusiasmado pelo filme de Gomes.

De resto, esta foi uma cerimónia mortinha, sem grandes emoções e com muito pouco humor. Naturalmente, os momentos da noite foram as homenagens aos britânicos Charlotte Rampling e Michael Caine, bem como ao austríaco Christoph Waltz.

François Ozon fez a homenagem a Rampling, que dirigira em A Piscina. Um encontro maravilhoso, como referiu. O cinema europeu cria mundo que devemos e queremos ver. Eu junto-me a ele. Por isso quando me perguntaram se aceitava o prémio, fiquei na dúvida, mas aceito-o porque é um prémio de carreira, mas só por ser da Academia de Cinema Europeu.

Wim Wenders subiu ao palco para anunciar a entrega do prémio honorário a Sir Michael Caine, num galardão apenas entregue por duas vezes nos quase 3 anos dos EFA. Diante de uma plateia de pé, Caine nunca ganhei um Óscar ou um European Award, a não ser este. É um prémio sobre uma carreira e uma vida, por isso não me importo nada de não ganhar o de melhor actor. Wenders que evocou o primeiro ano em que foi atribuído o primeiro prémio EFA, em 1988, um ano antes da queda do Muro de Berlim, enfatizando a necessidade da expressão livre e culturalmente enfeudada. Christoph Waltz receberia ainda a distinção pelo conjunto da sua carreira.

Antes já a directora da EFA, Marion Doring, havia apelado para uma europa de coração aberto e fronteiras abertas na abertura dos 28º Prémios do Cinema Europeu. Uma cerimónia que começou com o discurso de Chaplin no Grande Ditador, a apelar a uma sociedade plural e para todos. E com uma peça musical, das mais antigas que existe, oriunda da Síria, numa homenagem à cultura vilipendiada pela barbárie.

À laia de mote da noite, Thomas Hermanns descreveu uma Europa onde não há arte sem inclusão, sem ideias e sem pessoas.

 

Cerimónia sem surpresas

A cerimónia havia começado com a categoria do argumento, o mérito da escolha pelo guião mais bem afiado, que acabou por ir parar às mãos de Yorgos Lanthimos pelo bravíssimo guião de The Lobster, pela história tão vibrante de erguer uma espécie de reality show em que um hotel recebe homens e mulheres que terão de encontrar um par, sob pena de se converterem em animais.

Sem surpresas, o prémio Fipresci, atribuído pela crítica internacional, foi para a co-produção franco-germano-turca Mustang, descrevendo as limitações do mundo das mulheres muçulmanas.

O britânico Asif Kapadia venceu o prémio documental Amy, sobre a controversa artista Amy Winehouse. Horas antes falava com o Tornado sobre este filme, sobre Senna, um piloto que adorava, e falamos também sobre Cristiano Ronaldo (em breve poderá ler aqui a entrevista). Ele que participou em Ronaldo, embora apenas como produtor executivo, pois na altura estava envolvido ainda com Amy.

Num momento de emoção foi recordado Oleg Sentsov, o cineasta ucraniano que está detido pelas autoridades russas. Num comunicado lia-se que a cobardia é o maior pecado do mundo, apenas não superado pela cobardia. Mesmo quando nos colocam um saco na cabeça e nos batem até estarmos prontos a tudo confessar…

Numa noite de grande brilho, afinal de contas o momento que fez a diferença foi quando o apresentador Thomas Hermanns saiu do palco e levou uma bandeja de champanhe à imprensa que estava separada do palco por uma parede móvel e falou com vários colegas.

Para o ano há mais, na cidade polaca de Wrocalw, para a 29ª edição dos EFA.

 

 

PALMARÉS da 28ª edição dos Prémios do Cinema Europeu

  • Argumento: Yorgos Lanthimos, The Lobster (Grécia)
  • Curta Metragem: Picnic, Jure Pavlovic (Croácia)
  • Prémio Honorário: Michael Caine (Reino Unido)
  • Animação: Song of the Sea, Tomm Moore (Irlanda)
  • Prémio Fipresci: Mustang, Deniz Gamze Erguven (Turquia)
  • European Achievement Award: Christog Waltz (Áustria)
  • Fotografia: Prémio Carlo Di Palma: Martin Gschlacht, por Goodnight Mommy (Áustria)
  • Montagem: Jacek Drosio, por Body (Poland)
  • Design Produção: Sylvie Olivé, por The Brand New Testament (Bélgica)
  • Guarda-Roupa: Sarah Blenkinsop, por The Lobster (Grécia)
  • Compositor: Cat’s Eyes, por The Duke of Burgundy (Reino Unido)
  • Design de Som: Vasco Pimentel e Miguel Martins, por As Mil e Uma Noites (Portugal)
  • Documentário: Amy, por Asif Kapadia (Reino Unido)
  • Comédia: Um Pombo Sentado Num Ramo Reflectindo Sobre a Existência (Suécia)
  • Prémio do Público: La Isla Minima (Espanha)
  • Pémio de Carreira: Charlotte Rampling (Reino Unido)
  • Realização: Paolo Sorrentino, por A Juventude (Itália)
  • Actor: Michael Caine (Reino Unido)
  • Actriz: Charlotte Rampling (Reino Unido)
  • Melhor Filme Europeu: A Juventude (Itália)