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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Piratas conquistam a Islândia

Jonsdottir, posa para uma fotografia no escritório do partido no Parlamento islandês em Reykjavik, Islândia.
Jonsdottir, no escritório do partido no Parlamento islandês em Reykjavik, Islândia

O Partido dos Piratas (The Pirate Party), fundado há menos de quatro anos por um grupo de activistas, anarquistas e hackers, está preparado para surpreender a política islandesa com uma vitória eleitoral a 29 de Outubro.

É liderado por Birgitta Jonsdottir, de 48 anos, uma antiga colaboradora do WikiLeaks que se descreve como uma “poeta”.

Uma ideia radical

De acordo com uma sondagem recente levada a cabo pelo Instituto de Pesquisas das Ciências Sociais, para o jornal Morgunbladid, mais de vinte e dois por cento dos islandeses estão prontos para escolher o “anti- establishment” Pirate Party. Os resultados da sondagem mostram que o Partido dos Piratas está posicionado ligeiramente acima do seu mais directo rival, o Partido Independente, que actualmente governa em coligação com o Partido Progressista.

Uma vitória por parte dos radicais seria surpreendente, mas o jovem partido, cujas bandeiras são a Democracia directa, a Transparência e a Neutralidade, afirma estar pronto para assumir as rédeas. Os seus organizadores já criaram um projecto, baseado na auscultação popular, para uma nova constituição que inclui disposições para re-nacionalizar as indústrias de recursos naturais do país e criar novas regras para uma governação cívica.

Se os Piratas navegam para a vitória, não é certo que Jonsdottir aceite o cargo de primeiro-ministro do país — já que garantiu, no início deste ano, que o faria apenas no caso de “ninguém mais o poder ou querer fazer.”

Além disso, o Pirate Party afirmou que não formaria um governo de coligação com nenhum dos partidos actualmente no poder, mas que procuraria uma aliança com um número de partidos menores, como os Verdes-Esquerda e a Aliança Social-Democrata.

O Pirate Party assume como missão, ser “o Robin Hood do Poder”, levando-o ao povo. É uma promessa atraente em um país onde o terrível crash da crise financeira de 2008 provocou uma onda de ressentimento em relação aos poderes instituidos.

As coisas começaram a correr bem para os Piratas, quando a divulgação de documentos dos Panama Papers, no início deste ano, revelou que o então primeiro-ministro da Islândia, Sigmundur Davíð Gunnlaugsson, e a sua esposa tinham uma empresa offshore secreta. Milhares de pessoas saíram às ruas para exigir a renúncia de Gunnlaugsson.

Os papéis de Panamá levaram as intenções de voto no Pirate Party a um pico de 43% em Abril.
Embora o movimento tenha sido fundado na Suécia há dez anos e desde então se tenha espalhado por outros países, a Islândia é o único país onde o partido tem um assento no governo.

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