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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Adiado julgamento de Presos Políticos Saharauis do grupo de Gdeim Izik

Várias dezenas de observadores internacionais, advogados, juristas e activistas de direitos assistiram ao julgamento. A activista de direitos humanos, Isabel Lourenço foi a única observadora portuguesa, havendo observadores de Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Noruega, Bélgica e Suiça.

Os 21 presos entraram no tribunal a gritar palavras de ordem e vestidos com daraas (traje tradicional saharaui). De imediato, foram colocados num local rodeado de vidro sem poderem ouvir o que se dizia no julgamento.

Durante quase 9 horas com pequenas pausas de vários minutos o início deste julgamento centrou-se em questões relacionadas com novos advogados por parte da acusação, a presença de advogados estrangeiros e os procedimentos técnicos relativamente à tradução.

Dois dos advogados franceses tinham autorização para integrar a defesa devido ao acordo existente entre França e Marrocos, no entanto o juiz não queria permitir que utilizassem o microfone sendo um dos advogados de defesa locais a fazer a tradução ao microfone.

Às familias dos presos não foi permitida a entrada no julgamento nem aos tradutores saharauis, ficando a tradução simultânea a cargo do tribunal que tinha cabines de tradução para inglês, francês e espanhol. A sala do tribunal estava repleta de militares, polícias e agentes à paisana, para além de civis marroquinos.

O julgamento foi adiado para dia 23 de Janeiro com a justificação que Mohamed Ayoubi não estava presente, Ayoubi encontra-se em liberdade condicional e relembramos que Abderahman Zeyou e Taki El Machdoufi que foram libertados em 2013 também foram convocados para serem novamente julgados e estavam no tribunal.

Apesar de os advogados terem exposto as razões para que os presos aguardassem o julgamento em liberdade as mesmas não foram aceites. O advogado de defesa francês mencionou várias vezes a decisão do Comité de Prevenção de Tortura da ONU o que foi rejeitado pelo juíz que afirmou que isso não estaria dentro das justificações possíveis para a liberdade condicional dos presos.

Durante toda a semana a Tv marroquina fez uma campanha em que tentou dar a ideia de que se tratam de criminosos e não de presos políticos chegando ao ponto de afirmarem que se os presos não entrassem com palavras de ordem veriam as suas penas reduzidas. O grupo saiu do tribunal como entrou, entoando Labadil Labadil Antamrir al Massir . Não há outra solução que não seja a autodeterminação.

Redacção da organização Por Um Sahara Livre

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