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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Dizzy Gillespie | Prémios, humor e morte

José Alberto Pereira
José Alberto Pereira
Professor Universitário, Formador Consultor e Mestre em Gestão

Na década de 1980, Gillespie liderou a Orquestra das Nações Unidas. Durante 3 anos, Flora Purim trabalhou com a orquestra e aponta Dizzy como o motor do seu crescimento na compreensão do jazz. David Sanchez também trabalhou com a orquestra e destaca a influencia que Dizzy teve no seu crescimento musical. Mas também na TV Dizzy teve participações ativas em programas como The Cosby Show, Sesame Street ou The Muppet Show. Em 1982, Dizzy participa no êxito “Do I Do” de Stevie Wonder. O timbre de Gillespie foi-se gradualmente perdendo nos seus últimos anos de vida. Os seus espetáculos eram cada vez mais focados nos seus protegidos, como Arturo Sandoval e John Faddis, ou nas suas bem-humoradas piadas.

Em 1989, Dizzy fez 300 espetáculos em 27 países, tocou em 100 cidades dos EUA, participou em 3 especiais de televisão, tocou com 2 orquestras sinfónicas e gravou 4 álbuns. Para além disso, foi coroado como chefe tradicional na Nigéria, recebeu a Ordem das Artes e das Letras, o prémio cultural de maior prestígio em França, e o Grammy Lifetime Achievement Award, foi nomeado professor catedrático pela UCLA – Universidade da Califórnia e recebeu seu décimo quarto doutoramento honoris causa, este pela Berklee College of Music. No ano seguinte, recebeu o Kennedy Center Honors Prize e o Duke Ellington Award por 50 anos de carreira como compositor, intérprete e bandleader. Em 1993, recebeu o Polar Music Prize, na Suécia. Marcou a sua presença no Hollywood Walk of Fame e no New York Hall of Fame.

Em 1991 participou no filme “El Invierno em Lisboa”, realizado pelo espanhol José Zorrilla com base no romance homónimo de António Muñoz Molina. Em dezembro desse ano, durante uma celebração em Emeryville, CA, Dizzy sofreu uma crise do que viria a ser um câncer de pâncreas. Ele ainda se apresentou mais uma noite, mas cancelou o resto da tournée por motivos de saúde, encerrando assim uma carreira de 56 anos a tocar ao vivo. A sua última sessão de gravação decorreu em 25 de janeiro de 1992. Faleceu de cancro no pâncreas em 6 de janeiro de 1993, aos 75 anos, na sua casa de Englewood, New Jersey. Foi sepultado no Cemitério de Flushing, Queens, Nova York.

Para além da sua música, do seu virtuosismo e espírito descobridor, o que nos fica de Dizzy Gillespie é o eu sorriso cativante e o bom humor permanente, patente na sua anedota preferida: Um velho músico de jazz entra num consultório e diz ao médico que algo está errado com seu aparelho auditivo. O médico pergunta em que orelha ele o colocou. O músico aponta para a direita e o médico, observado o ouvido, diz: “Não admira que esteja com problemas. Há uma substância gordurosa dentro deste ouvido, algo parecido com um supositório.” O músico bate na cabeça e diz: “Agora já me lembro do que fiz com o aparelho auditivo”.

 

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Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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