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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Bayer vai mesmo comprar a Monsanto

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O valor da aquisição envolve cerca de 60 mil milhões de euros. A fusão ficará concluída após um intenso e longo processo de regulamentação nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e União Europeia, sendo necessária a inscrição e o preenchimento de requisitos em cerca de 30 jurisdições diferentes.

No acordo, ambas as companhias fixaram um valor de indemnização de cerca de 2 mil milhões de dólares caso a operação venha a fracassar. Prevê-se que todo o processo esteja encerrado em finais de 2017.

As duas empresas têm estado em negociações desde Maio deste ano, processo que foi abordado pelo jornal Tornado.

O negócio pode ter grandes repercussões políticas também: a Monsanto está “sob fogo” desde há anos com sucessivas manifestações anti-OGM.

E, os cidadãos europeus são reconhecidamente anti-OGM

Recentemente, a Hungria queimou todas as plantações que utilizaram sementes da Monsanto. A Itália proibiu a utilização de sementes de milho da Monsanto.

Entretanto, a empresa afirma ter apenas dois clientes na Europa: Portugal e Espanha…

Mas, o que de tão nefasto representa esta empresa?

E por que razão a revista Fortune a considerou como “possivelmente a corporação mais temida da América”?

Prejuízos aos pequenos agricultores, possíveis danos à saúde e meio ambiente, formação de lobby, manipulação de pesquisas científicas e até a contratação de mercenários são algumas das polémicas nas quais a empresa se envolveu ao longo de seus 103 anos de existência.

Monopólio

A Monsanto é uma multinacional de alcance global da área de agricultura e biotecnologia. É especializada em engenharia genética (produção de organismos geneticamente modificados), sementes e herbicidas.

Criada em 1901 como uma companhia novata na área da engenharia química, aos poucos tornou-se a maior empresa do mundo no sector, fornecendo produtos à base de organismos geneticamente modificados para gigantes como a Coca-Cola, a Pepsico e a Kraft.

Hoje, controla 90% do mercado de sementes transgênicas do mundo – consagrando-se como um dos maiores monopólios já vistos.

Ameaças

Este crescimento tem representado uma ameaça real à sobrevivência de pequenos produtores em todo o mundo. Nos seus contratos de venda de sementes, a Monsanto exige que os seus clientes não possam guardar nenhuma semente e obriga-os a permitir que a empresa vistorie as plantações sem aviso prévio.

Outra cláusula desses contratos determina que as sementes geneticamente modificadas sejam tratadas exclusivamente com os herbicidas vendidos pela própria companhia, facto que condiciona os agricultores à dependência.

Um dos grandes negócios da Monsanto são mesmo os venenos, nomeadamente, os herbicidas (eliminadores de ervas daninhas) à base de Glyphosato, caso do Roundup.

Quinta maior empresa poluidora

De acordo com a Agência de Protecção do Ambiente dos Estados Unidos da América (EPA ou USEPA), a Monsanto é a quinta maior empresa poluidora de águas dos Estados Unidos e já lançou na terra, água, ar e subsolo, 166,8 milhões de toneladas de produtos químicos.

A Bayer, o gigante europeu da indústria farmacêutica, parece estar na disposição de “herdar” não apenas os lucros da Monsanto mas também toda a polémica dos transgénicos. Tudo em nome de interesses que seguramente em nada beneficiarão os consumidores…

Por curiosidade, sabe que existe um Dia Mundial Contra a Monsanto?

Muitos não conhecem a empresa pelo nome, ou talvez tenham apenas ouvido falar dela, sem saber ao certo o seu sector ou posicionamento.

Entretanto, a maioria dos consumidores faz uso quase contínuo de alimentos à base dos organismos geneticamente modificados (OGM) produzidos e vendidos pela corporação.

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