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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Coalizão Negra lança manifesto antirracista e em defesa da democracia; assine

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Diversas entidades do movimento negro se uniram na Coalizão Negra por Direitos para fazer frente ao racismo estrutural e às ameaças à democracia pelo desgoverno fascista, racista, misógino, LGBTfóbico e avesso ao Estado Democrático de Direito.

A Coalizão divulga o manifesto “Enquanto houver racismo, não haverá democracia” com um abaixo-assinado com objetivo de atrair todos os setores democráticos da sociedade e chamar a atenção para a importância da luta por um país mais igual e justo.

Nós, população negra organizada, mulheres negras, pessoas faveladas, periféricas, LGBTQIA+, que professam religiões de matriz africana, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, povos do campo, das águas e da floresta, trabalhadores explorados, informais e desempregados, em Coalizão Negra por Direitos, viemos a público exigir a erradicação do racismo como prática genocida contra a população negra”


Leia e assine o manifesto

Enquanto houver racismo, não haverá democracia


Mônica Custódio, secretária de Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) defende a necessidade de ações unificadas dos movimentos sociais, movimento sindical e de toda a sociedade civil contra o racismo e para barrar o genocídio da juventude negra nas periferias das grandes cidades e no campo e em defesa da democracia.

Além da pandemia do coronavírus vivemos no Brasil a pandemia do ódio e da violência insufladas por esse desgoverno e por setores fascistas das nossa sociedade”.

A Coalizão Negra pretende encaminhar ao Congresso Nacional o abaixo-assinado para reforçar a resistência ao fascismo. “Combater o racismo é uma exigência da luta pela democracia, pelo Fora Bolsonaro para o país retomar o rumo do desenvolvimento com políticas contra as desigualdades”, defende Santa Alves, secretária de Igualdade Racial da CTB-DF e secretária nacional da União de Negros pela Igualdade.

Para Mônica, o isolamento social reforçou a violência doméstica contra as populações mais vulneráveis. “As mulheres, as crianças, os idosos, os LGBTIQA+ e a juventude não têm segurança dentro de casa”.

A desigualdade social se aprofunda no Brasil com as políticas adotadas pelo desgoverno de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. “A pandemia acentuou o quadro de desigualdade no país e quem mais sofre são as negras e negros, os indígenas, as mulheres e os mais pobres”, alega Santa.

Saiba mais sobre a Coalizão Negra por Direitos

Inclusive na saúde, a desigualdade se estampa claramente. Mais de 75% da população é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com informações do Ministério da Saúde e pouco mais de 22% têm planos de saúde, a maioria por estar no trabalho formal, com registro em carteira. “Mas como o número de desempregados e informais cresce assustadoramente, não podemos viver sem o SUS”, sinaliza Mônica.

E como o racismo é estrutural, Mônica acredita que “a população negra é maioria no desemprego e no trabalho precário, além de morar em piores condições longe do centro e é quem mais sente na pele os efeitos da ausência do Estado e de políticas públicas, ficando à mercê da violência seja pelo braço armado do Estado ou vítima do crime organizado”.

Assinar o abaixo-assinado é importante para reforçar a campanha antirracista é importante para combater “as disparidades de cor, gênero e classe no mercado de trabalho e na vida”, diz Santa. Afinal, “enquanto houver racismo, não haverá democracia”.


Texto em português do Brasil


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