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João de Sousa

Terça-feira, Abril 30, 2024

Coisa estranha, a cidadania…

No entanto, e para a análise em apreço: “coisa estranha, a cidadania.”, importa realçar, a título de exemplo, factos correntes e, decorrentes também, para pronúncia crítica sobre determinados comportamentos do indivíduo em sociedade.

Tão estranha que ela própria se confunde em si; entre si; e a si própria; até ao âmago do indivíduo no mais recôndito lugar inclusive, o eremitar. Porque, socialmente, todos temos em comum, o eremitar enquanto forma de pensar mesmo que, para agir, articulemos as diversas valências cognitivas de forma a que a ação surja na sua fórmula civilizada.

No entanto, e para a análise em apreço: “coisa estranha, a cidadania.”, importa realçar, a título de exemplo, factos correntes e, decorrentes também, para pronúncia crítica sobre determinados comportamentos do indivíduo em sociedade.

Já que, no que concerne aos seus movimentos comummente articulados mesmo que irregulares, com ou sem objetivo claro, a que, chamam os “letrados”: movimentos inorgânicos e os “catedráticos “chamam: movimentos espontâneos, nota-se-lhes uma estranha capacidade orgânica de reivindicação, para si, de toda a liberdade adicional mesmo que para tal se atropele a liberdade de outrem, entre um conjunto de outras reivindicações em que competem com outros movimentos, esses sim legalmente constituídos em moldes burocráticos legais, como aconteceu aquando da greve dos motoristas de materiais perigosos, mas também, a célebre manifestação da “geração à rasca” em torno de uma preocupação legítima, a precariedade laboral mas também social, entre outros movimentos avulso de cidadãos, tornados  conhecidos não só pela movimentação de massas mas também pela cobertura mediática de que beneficiam, sempre envoltos em estranhas teias de interesses e, complexas conexões, mas que não conseguem ser tão inorgânicos quanto os “pintam” naquilo que reporta à organização, incutidas no  imaginário coletivo, porque contradiz a génese da própria imaginação que para ser criativa tem de ter uma estrutura orgânica de suporte intelectual por muito estúpida que seja.

Há nesta fórmula um fio condutor. A reivindicação de direitos.

No entanto, como aconteceu na movimentação popular em Paris-França, a pretexto de reivindicação de direitos sociais, as pilhagens e as provocações ao corpo policial, assim como uma certa áurea de caos político e social, surgiram de forma organizada em todas as iniciativas o que também veio a acontecer nos Estados Unidos da América numa clara tentativa de interferência no processo eleitoral e que culminou com a entrada à força no Capitólio demonstrando assim uma estranha vontade escondida de determinadas forças organizadas atentarem contra a democracia na sua génese; a liberdade centrada num Estado de Direito com garantias claras onde o Estado Social seja o pilar estrutural.

Em regra este fenómeno é imputado à articulação mobilizadora das redes sociais.

O que, a ser assim, traria a cidadania mobilizada em permanência e isso não acontece como o comprovam a inércia e nula mobilização para os múltiplos apelos que circulam nos meandros da vontade individual avulsa expressa nos canais de comunicação mais comuns

Todos os dias assistimos a apelos à mobilização para tudo e para nada através das redes sociais em que se demonstra que estas, por si só, só servem de veículo e, pouco mais.

Fica assim, o inorgânico, na intenção de uns quantos, de forma a que aconteça saído do nada a bem da organização sub-reptícia do intento, mesmo para o cidadão comum, aquele que olha a organização de soslaio, mas que não abdica de exigir em sua volta organização eficaz e funcional de forma a ter o que necessita em tempo útil e oportuno.

Estranha cidadania esta que maioritariamente e, segundo estudo de opinião, prefere um modelo de governação autoritário…a um modelo de organização com suporte democrático.

Estranha cidadania esta  que abomina a política, os políticos, e, sobretudo, as regras que regem a Democracia socialmente plural.

Mas…

Esta mesma cidadania, quer pão na mesa; habitação; saúde; educação; entre outros direitos consignados; garantidos pelo Estado ou, com o aval do Estado.

A cidadania que não quer pagar impostos e exige direitos que só a receita proveniente dos impostos faculta.

A cidadania que quer do Estado apoio e eficácia na resposta aos seus problemas coletivos e individuais.

Não quer contribuir. Simplesmente quer, usufruir…


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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