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Quinta-feira, Abril 25, 2024

As Sufragistas

Carolina Maria Ruy, em São Paulo
Carolina Maria Ruy, em São Paulo
Pesquisadora, coordenadora do Centro de Memória Sindical e jornalista do site Radio Peão Brasil. Escreveu o livro "O mundo do trabalho no cinema", editou o livro de fotos "Arte de Rua" e, em 2017, a revista sobre os 100 anos da Greve Geral de 1917

Suffragette – Filme

A frase “Não queremos quebrar as leis. Queremos fazer as leis”, dita pela sufragista Emmeline Parnkhurst, tornou-se um dos gritos de guerra da luta das mulheres pelo direito ao voto. E ela diz muito sobre a importância desta luta.

O filme As Sufragistas mostra uma das campanhas do movimento pelo direito das mulheres exercerem o voto na Inglaterra. Cansadas de protestar pacificamente e ter suas reivindicações negadas por um poder restrito aos homens, mulheres sufragistas, seguindo a orientação da líder Parnkhurst, começaram a realizar “pequenos atos de desobediência civil”.

De fato, desde 1830, ao lado da luta pela abolição da escravidão, as mulheres se uniram pelo direito ao voto. Mas, como a pacificidade do movimento não levou a nenhum resultado, suas militantes partiram para ações mais agressivas, como jogar pedras em estabelecimentos comerciais, a fim de chamar a atenção e mobilizar a opinião pública.

Para contar esta história o filme acompanha o drama pessoal da jovem operária Maud Watts (Carrie Mulligan). Sobrevivendo em meio a grandes dificuldades, com o marido, que trabalha na mesma fábrica têxtil e o filho pequeno, a ingênua Maud, premida por uma forte intuição de que é subjugada e explorada pelo patrão, é pouco a pouco abraçada por suas colegas operárias engajadas na luta pelos direitos das mulheres.

Cedo Maud descobre que o preço para lutar é alto. Assédio, violência, prisões, privações, afastamentos. Sua história, sobrepondo-se aos acontecimentos históricos, procura explicitar as consequências de optar pela luta, na vida pessoal.

A luta pelo direito ao voto foi uma das principais lutas pela igualdade de gêneros, encampada pelas mulheres. Com a conquista do direito de votar elas passaram a ser consideradas como um eleitorado importante e puderam escolher candidatos que atendessem seus anseios participando assim da vida política e social.

A conquista do voto nos países:

  • Nova Zelândia – 1893
  • Alemanha – 1918
  • Suécia – 1919
  • Estados Unidos – 1920
  • Brasil – 1934
  • Canada – 1940
  • China – 1949
  • Índia – 1950
  • México – 1953
  • Suiça – 1971
  • Iraque – 1980
  • África do Sul – 1994 (ainda hoje com restrições do apartheid)
  • Até 25 Fev 2003, as mulheres ainda não tinham o direito de votar no Kuwait.

 

Reino Unido, 2015

De Sarah Gavron

Com Carey Mulligan, Helena Bonham Carter, Meryl Streep

Texto original em português do Brasil

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