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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Livro usa “Mein Kampf” para lutar contra o racismo

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O livro, cuja capa é muito parecida com a polémica obra de Adolf Hitler, divulga os relatos de onze pessoas que sofreram na pele o racismo e lutaram contra esse preconceito. A capa tem o título em letras góticas brancas sob fundo vermelho e apresenta as fotos em plano próximo de três pessoas (uma mulher jovem branca, um homem negro de meia idade e um idoso também ele branco) com ar sério.

A primeira edição deste livro, de 11 mil exemplares está quase esgotada. Por cada exemplar vendido, um euro reverte a uma organização local com fins solidários, revela o jornal belga La Libre.

A agência de publicidade justificou esta iniciativa com acontecimentos recentes: a crise dos migrantes e refugiados, o ressurgimento de grupos extremistas e nazis na Alemanha e a reedição de um livro que muitos consideram maldito.

O objectivo é provocar um debate naquele país sobre o estado actual da sociedade em relação a estas questões. Graças à ampla cobertura mediática alemã, a obra está a ser bem-sucedida e muito comentada nas redes sociais.

Esta publicação é considerada uma prova de que as agências de publicidade também são capazes de se dedicarem a determinadas causas, mesmo que não seja esse o objectivo da maioria dos clientes que as contactam.

O jornal belga avança que a O&M prepara o lançamento de um novo livro com mais onze histórias.

Recorde-se que, após estar sob a alçada das autoridades da Baviera por 70 anos, o livro de Adolf Hitler (cujo título em português é “A Minha Luta”) voltou a estar à venda ao público, desde Janeiro deste ano, numa edição anotada; é a primeira vez, desde 1945, que tal acontece, e o livro tem tido vendas elevadas.

O Instituto de História Contemporânea de Munique, que promoveu a republicação, falou ao La Libre que quem pediu a obra em dois volumes teria de esperar.

Simone Paulmichl, representante do Instituto, negou que o interesse pelo livro fosse motivado pelo saudosismo de apoiantes do Terceiro Reich  referindo o facto de nele constarem 3500 notas explicativas e crítica histórica.

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