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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Poluição do rio Tejo agrava-se com descargas de celuloses

Bateira avieira

Pescadores alertam que o “Mês da Enguia” pode ser uma desgraça

Segundo o que o TORNADO apurou, esta tarde, junto de alguns pescadores avieiros na aldeia do Escaroupim, no concelho de Salvaterra de Magos (e que pediram para não publicar as sua identidade!), se os níveis de poluição do rio Tejo continuarem a agravar-se, a pesca da enguia, lampreia e do sável, poderá ser uma catástrofe. “Se tudo continuar assim, o ‘Mês da Enguia’ vai ser uma desgraça”, afirmou à nossa reportagem um jovem pescador e filho de avieiros.
“Estamos com muitas dificuldades em conseguir a pesca como há uns anos atrás. O rio está muito poluído e existem dias em que a água cheira mal. Isso vai criar muitos problemas a todos aqueles que se dedicam à pesca no rio!”, esclareceu um pescador avieiro que há mais de 30 anos se dedica à faina no rio Tejo.

2 – Redes avieiras utilizadas na faina, esquecidas no cais do Escaroupim
Redes avieiras utilizadas na faina, esquecidas no cais do Escaroupim

“Há muitos anos que vivo da pesca no rio Tejo, mas nos últimos anos tem sido muito difícil. A fiscalização anda sempre em cima de nós. O rio muitas das vezes cheira tão mal como um esgoto e a sua água é só espuma. Aparecem muitos peixes mortos. E ultimamente até algumas garças também aparecem mortas no rio. Está na altura de os responsáveis pelo Ambiente em Portugal fiscalizarem o que se está a passar!”, esclareceu o jovem pescador.

O mês de Março, no concelho de Salvaterra de Magos é dedicado à enguia. E se os níveis de poluição não abrandarem, este ano poderão surgir alguns problemas em Salvaterra de Magos (mês da Enguia) e em Vila Franca de Xira (mês do Sável).

No que diz respeito ao consumo de enguias, é evidente que os restaurantes vão ter sempre uma alternativa que são as enguias dos viveiros. Mas fica a advertência de um avieiro que anda nestas andanças há imensos anos: “As enguias do rio Tejo ou das valas têm sempre um sabor diferente daquelas que são criadas nos viveiros. Sejam fritas ou cozinhadas nos ensopados. Quem for apreciador sabe reconhecer a diferença”, esclarece a nossa fonte.

E hoje, era um daqueles dias em que a água do rio Tejo cheirava mal. Muito mal mesmo. Ou seja, um dos dias indicados para o senhor ministro do Ambiente vir até à aldeia avieira do Escaroupim.

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