• Início
  • Política
  • Opinião
  • Internacional
  • Economia
  • Sociedade
  • Cultura

pub

Diário Alternativo

Director João de Sousa

Diário Alternativo | Director João de Sousa

  • Política
    • Opinião
      • Cartas dos Leitores
    • Crónica
    • Discurso Directo
  • Internacional
    • Geopolítica
    • Direitos Humanos
    • Europa
    • Lusofonia
  • Economia
    • Análise
    • Energias
    • Empresas
    • Media
    • Crítica TV
  • Sociedade
    • Ambiente
    • Ciência
    • Educação
    • Saúde
    • Religião
    • Justiça
    • Regiões
    • Tecnologia
      • Jogos
    • Estilos
      • Humor
      • Visual
      • Viagens
      • Motores
  • Cultura
    • Agenda Cultural
    • Grandes Pensadores
    • Artes
    • Cinema
    • Música
    • Livros
    • Ensaio
    • Contos
    • Poesia
    • Palavras Soltas
  • Especiais
    • Lei de Bases da Saúde
    • Empreendedorismo
    • Eutanásia
    • 200 anos Karl Marx
HomePolíticaO problema é maior do que parece…

O problema é maior do que parece…

O recente caso da candidatura de Rui Moreira à Câmara Municipal do Porto, enjeitando o apoio do PS à sua lista, declarado há muito por António Costa, é maior do que a sua causa aparente. Parece mesmo ser um pretexto para um acto político substantivo.

  • 8 Maio, 2017
  • João de Almeida Santos
  • Posted in Política
  • 18

pub

FacebookTwitterPinterestReddit
Tumblr

As palavras de Ana Catarina Mendes não o justificam. As boas relações (declaradas) entre Moreira e Pizarro ainda menos, a não ser a questão do lugar na lista.  O facto de o PS estar no poder, a nível nacional, menos ainda. O facto de tudo ter corrido bem entre o PS e Rui Moreira durante os últimos quatro anos de governo autárquico do Porto também não milita a favor do pretexto. Esta decisão de Rui Moreira deve, pois, ser lida politicamente. Porque foi um gesto político com fortes implicações. E tem um significado claro: Moreira quer medir forças com os partidos nucleares do establishment político, depois de há quatro anos os ter vencido, de forma consistente.

O erro do PS

Seja como como for, foi um enorme erro o PS não ter preparado, logo desde o início, uma candidatura própria. Sempre o pensei e vejo agora o erro brutalmente confirmado. O PS ia para uma competição política da maior importância com o seu exército completamente desmobilizado e com a direcção rendida ao comandante-em-chefe do exército aliado. Tratando-se do segundo município do País, o partido que governa Portugal nunca poderia deixar de apresentar autonomamente a sua própria proposta.

Nem que fosse somente para manter as suas tropas mobilizadas, em exercício e preparadas para outros

importantes combates. Porque é nestas alturas que os partidos reforçam coesão interna, se mobilizam em torno de lideranças, de valores e de programas. É nestas ocasiões que o corpo orgânico dos partidos (disseminado territorialmente) se revitaliza, reorganiza e compacta.

Ora, no Porto, na segunda maior cidade do País, nada disto estava a acontecer, verificando-se até um certo incómodo interno pelo facto. Isto num partido que já tem algum défice de vitalidade interna e que se tem vindo a tornar num partido dominantemente profissional-eleitoral, embora com fortes raízes de partido de massas!

As causas profundas

Na verdade, a democracia local é o terreno onde se estão a ensaiar, com sucesso, no nosso país, soluções políticas fora do quadro partidário, constituindo os movimentos políticos não partidários a terceira força política ao nível das freguesias e a quinta ao nível das Câmaras e Assembleias Municipais (não tendo, todavia, concorrido a todas e não beneficiando de mandatos resultantes de coligações, como, por exemplo, o CDS/PP) (Pinto, J. F., O Poder em Portugal, Coimbra, Almedina, 2015, p. 115).

E o ambiente de fundo, mesmo no plano nacional e à escala europeia, começa a ser favorável cada vez mais a estas soluções políticas, que poderiam ser designadas por “Iniciativas Políticas da Cidadania”.

Em primeiro lugar, porque a endogamia obsessiva do sistema de partidos há muito que gerou perda de confiança nos cidadãos, provocando uma grave crise (partidocracia e crise da representação). Em segundo lugar, porque a autonomia da cidadania e a sua capacidade de aceder à informação cresceu exponencialmente com a expansão das plataformas de comunicação, em particular, com a expansão da rede. Em terceiro lugar, e por isso mesmo, a capacidade de livre intervenção e influência da cidadania no espaço público também cresceu de forma exponencial. Em quarto lugar, as possibilidades de auto-organização e de mobilização da cidadania não são comparáveis ao passado na medida em que as novas plataformas não precisam, como outrora, de suporte orgânico e territorial disseminado, porque são ágeis, móveis e com um enorme poder de penetração no espaço público e privado.

Falo, por exemplo, das TICs e das redes sociais, plataformas móveis e redes. Cresce, portanto, a auto-organização e a mobilização da cidadania, à esquerda e à direita, perante um sistema que começa a dar sinais de grave crise estrutural, dando azo a fortes tendências centrífugas que estão a ameaçar seriamente o sistema de partidos tradicional. Foi o que aconteceu com Donald Trump, com o Brexit, com as presidenciais francesas (com os fenómenos Macron e Mélenchon, que organizaram os seus movimentos, “En Marche!” e “La France Insoumise”, cerca de um ano antes), com “Podemos” e “Ciudadanos” em Espanha. E veremos em Junho em Inglaterra (o que acontecerá ao Labour de Corbyn), depois na Alemanha (a consistência de “Alternative fuer Deutschland”) e, depois, ainda, em Itália (2018; o poder do M5S).

Os sistemas de partidos, por razões estruturais – que já solicitam respostas mais abertas e centradas num cidadão cada vez mais exigente, complexo e portador de múltiplas pertenças -, e por excesso de endogamia, que lhes retirou vitalidade, não estão a responder com eficácia e flexibilidade às novas exigências da cidadania. E, entre nós, e porque a lei já o permite (embora com exigências tão absurdas que é possível ilegalizar facilmente qualquer movimento, demonstrando-se, assim, que os partidos, em vez de usaram as alavancas políticas para sobreviver, usam morteiros administrativos para aniquilar os adversários), é no plano autárquico que o fenómeno se está a manifestar com exuberância, apesar da ainda relativa fragilidade da AMAI, a organização nacional dos movimentos não partidários.

Do poder local para a nação

É esta realidade que me faz suspeitar de que a reacção radical de Rui Moreira relativamente ao PS possa indiciar (e a recente intervenção que fez na Universidade Portucalense indicia isso mesmo, ao realçar o aparecimento na Europa de novos partidos e o colapso dos velhos) a preparação de um movimento político de alcance nacional se os resultados comprovarem a sua força eleitoral perante os tradicionais pilares políticos do sistema, após quatro anos de governo da segunda maior cidade do país. O M5S também começou no plano autárquico.

A leitura política do acto de RM só pode ser, pois, uma: medir forças com os dois grandes partidos da alternância, num Município politicamente muito representativo, depois de quatro anos de uma gestão de sucesso, agora a ser certamente reivindicada, em autoria exclusiva, pelo autarca. Remeter Pizarro para o terceiro lugar e aproveitar declarações de Ana Catarina Mendes para enjeitar o apoio do PS só pode ter uma leitura: acto político intencional. Vontade declarada de medir forças com o PS e com o PSD.

Em conclusão

De qualquer modo, o PS não sai bem deste episódio e Pizarro não tem condições para reivindicar uma coautoria do sucesso num sistema totalmente presidencialista como é o do governo autárquico. O que estará, pois, em causa será a marca PS, numa situação muito pouco confortável, se não mesmo ambígua, até no discurso. Pizarro já perdera as eleições em 2013 com um resultado pouco honroso (26.156 votos, 23,62% e 3 mandatos contra os 45.584, 41,17% e 6 mandatos, de Rui Moreira) e o risco agora é que baixe ainda mais o score eleitoral, o que será péssimo para o PS.

O resultado deste ano será indicativo daquilo que poderá ser uma tendência para a entrada política no território nacional dos partidos do establishment. De resto, já existe uma Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes (AMAI) que se poderá vir a constituir como alfobre de um movimento de novo tipo. Personalidades com

robusto perfil político não lhe faltam. Assim haja vontade, imaginação organizativa, doutrinária e política e uma liderança capaz.

Os erros em política pagam-se caro e se os partidos não começarem a responder ao que politicamente já flui na sociedade civil e no espaço público, o que poderá acontecer é a rápida fragmentação do sistema de partidos. Isto não quer dizer que defenda o fim dos partidos clássicos ou a democracia directa. Defendo, isso sim, uma democracia deliberativa (veja-se o meu recente ensaio sobre o assunto na “Revista Portuguesa de Filosofia” – DOI 10.17990/RPF/2017_73_1-0015: “Crise da representação ou mudança de paradigma? Democracia, deliberação e decisão”), em linha com os tempos, que revigore o sistema representativo, chamando a cidadania ao sistema, e que obrigue os partidos a saírem da infeliz lógica endogâmica a que, há muito e comodamente, se entregaram!

 

Nota. Respirámos todos de alívio com a vitória de Emmanuel Macron por 66% dos votos contra os 34% de Marine Le Pen, em eleições com uma afluência de cerca de 75%! É uma vitória da França e da União Europeia. Contra o medo e o nacionalismo serôdio!

Share this

FacebookTwitterPinterestReddit
Tumblr

About author

João de Almeida Santos
João de Almeida Santos

Director da Faculdade de Ciências Sociais, Educação e Administração e do Departamento de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais da ULHT

Related Posts

comments
Política

Da mentira como estratégia eleitoral e tática de governo

Ver mais

comments
Política

Vitórias e derrotas em um ano desafiador para indígenas

Ver mais

comments
Política

Bolsonaro e a índole de torturador

Ver mais

comments
Política

SARS-CoV-2 obriga Angola a encerrar fronteiras com vários países

Ver mais

Tags

  • Macron
  • PS
  • Rui Moreira

Do not miss

comments
Política

Da mentira como estratégia eleitoral e tática de governo

Ver mais

Jornalismo Livre

Apoie esta ideia

banner Donativo por multibanco ao Jornal Tornado

Newsletter

pub

Breves

Festival exibe filmes franceses online totalmente ...

Ver mais

  • 17 Janeiro, 2021
  • Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
  • Posted in BrevesCinema

Manaus… sem oxigênio

Ver mais

  • 17 Janeiro, 2021
  • Jornal Tornado
  • Posted in BrevesCartoon

Da geopolítica russa

Ver mais

  • 14 Janeiro, 2021
  • IntelNomics
  • Posted in BrevesGeopolítica

Na hora de voltar a ler o “Clash Of Civilizations”

Ver mais

  • 14 Janeiro, 2021
  • IntelNomics
  • Posted in BrevesGeopolíticaLivros

Newsletter

Receba regularmente a nossa newsletter

  • Contribua para uma Imprensa Plural e Independente
  • Estatuto Editorial
  • Ficha Técnica
  • Estatuto Editorial
  • Ficha Técnica
  • Política de privacidade

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Vamos supor que esteja de acordo, mas pode optar por não participar, se desejar. Ler mais

Aceitar Recusar Configuração dos Cookie
I consent to the use of following cookies:
Cookie Declaration About Cookies
Necessary (0) Marketing (0) Analytics (0) Preferences (0) Unclassified (0)
Necessary cookies help make a website usable by enabling basic functions like page navigation and access to secure areas of the website. The website cannot function properly without these cookies.
We do not use cookies of this type.
Marketing cookies are used to track visitors across websites. The intention is to display ads that are relevant and engaging for the individual user and thereby more valuable for publishers and third party advertisers.
We do not use cookies of this type.
Analytics cookies help website owners to understand how visitors interact with websites by collecting and reporting information anonymously.
We do not use cookies of this type.
Preference cookies enable a website to remember information that changes the way the website behaves or looks, like your preferred language or the region that you are in.
We do not use cookies of this type.
Unclassified cookies are cookies that we are in the process of classifying, together with the providers of individual cookies.
We do not use cookies of this type.
Cookies são pequenos arquivos de texto que podem ser usados pelos sites para tornar a experiência do utilizador mais eficiente. A lei estabelece que podemos armazenar cookies no seu dispositivo se eles forem estritamente necessários para a operação deste site. Para todos os outros tipos de cookies, precisamos da sua permissão. Este site utiliza diferentes tipos de cookies. Alguns cookies são colocados por serviços de terceiros que aparecem nas nossas páginas.
Cookie Settings
Subscrever Newsletter Tornado

Para começar a receber as nossas notícias, basta preencher o seguinte formulário.

Até já!

Depois de subscrever a Newsletter irá receber um email para confirmar a sua subscrição.

Os Limites da Terra. Reserve já!

Formulário

    Indique o seu nome (obrigatório)

    Indique o seu email (obrigatório)

    Indique o seu telefone ou telemóvel de contacto (obrigatório)

    Número de exemplares que pretende

    Observações

    Fernando Pessoa Contra o Homem Aranha. Reserve já!

    Formulário

      Indique o seu nome (obrigatório)

      Indique o seu email (obrigatório)

      Indique o seu telefone ou telemóvel de contacto (obrigatório)

      Número de exemplares que pretende

      Observações / Morada

      Tem uma dica para nós? Envie-nos!

        Seu nome (required)

        Seu email (required)

        Assunto

        Mensagem

        Got a hot tip? Send it to us!

          Your Name (required)

          Your Email (required)

          Video URL

          Attach Video

          Category
          SportNewsTechMusic

          Your Message