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Sábado, Abril 27, 2024

Município de Torres Vedras investe na integração da comunidade cigana

Joaquim Ribeiro
Joaquim Ribeiro
Jornalista

A Câmara Municipal de Torres Vedras está a apostar na integração de elementos da comunidade cigana local no mercado de trabalho. Até agora a autarquia faz um balanço bastante positivo e considera esse investimento um sucesso.

Carina, Filomena, Mário e Danilo são quatro elementos da comunidade cigana torriense que exercem funções, desde Janeiro deste ano, em serviços da Câmara Municipal. Nomeadamente nas áreas de espaços verdes e educação, ao abrigo da medida CEI+ (Contrato Emprego-Inserção).

“A experiência de inserção profissional destes elementos tem sido extremamente positiva”, realçam as chefias dos serviços camarários, que salientam a “grande disponibilidade, dedicação e vontade de aprender destes novos colaboradores”.

A integração nas equipas de trabalho realizou-se de forma muito fácil e espontânea. Carina, Filomena, Mário e Danilo têm agora uma nova rotina que os faz sentir mais inseridos e participativos na sociedade, concretizando-se com sucesso a proposta de aumento da empregabilidade da comunidade cigana local, apresentada pelo Grupo de Acção Comunitária de Torres Vedras.

Esta iniciativa de integração de elementos da comunidade cigana no mercado laboral surge no âmbito do Projecto ROMED 2, promovido pelo Conselho da Europa e União Europeia, que o Município de Torres Vedras integra como parceiro convidado. Tem como objectivo principal assegurar a equidade da mediação entre as comunidades ciganas e as instituições públicas, promovendo a mudança através da participação democrática da população. Torres Vedras integra este projecto, juntamente com os municípios de Beja, Coimbra, Abrantes, Figueira da Foz, Barcelos, Seixal, Elvas e Moura.

CiganosCom vista a impulsionar o ROMED 2, a Câmara Municipal de Torres Vedras seleccionou um representante da comunidade cigana local, ao abrigo da medida CEI+. Lindo Cambão está actualmente a exercer funções no município enquanto estagiário profissional. Este facilitador efectua mediação entre as diversas instituições e a comunidade cigana local e dinamiza o Grupo de Acção Comunitária (GAC), composto por cidadãos da comunidade cigana, homens e mulheres, que se têm envolvido progressivamente no processo democrático do município.

O GAC, através do investimento pessoal dos cidadãos que o integram e pelo empenho e capacidade de resposta das instituições públicas, nomeadamente a Câmara Municipal, tem promovido a criação de contextos de partilha e conduzido à melhoria das relações entre as autoridades locais e as comunidades ciganas.

Durante este primeiro ano de actividade, o GAC apresentou duas propostas à Câmara. A primeira, em parceria com a Igreja Evangélica, consistiu na solicitação de apoio económico para pagamento do arrendamento da sede da igreja. Em contrapartida, o GAC levou a cabo uma iniciativa de recolha de alimentos, destinados à população carenciada do concelho e entregues ao Centro Social e Paroquial de Torres Vedras, demonstrando a solidariedade cívica da comunidade cigana para com a sociedade.

A segunda proposta do GAC enfatizou a necessidade de aumentar a empregabilidade da comunidade cigana local. O Município de Torres Vedras colaborou na proposta e a integração de Carina, Filomena, Mário e Danilo são, agora, casos de sucesso.

O Município espera que “esta iniciativa possa servir de inspiração para outras entidades e empresas locais, de forma a aumentar a empregabilidade da comunidade cigana e combater a discriminação destes elementos através da sua plena inserção profissional”.

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